São Paulo, terça-feira, 27 de julho de 2004

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PAINEL DO LEITOR

Genéricos
"Em relação à entrevista com o diretor-geral do Incor, José Antônio Franchini Ramires ("Diretor do Incor quer exame para a prática da medicina", Entrevista da 2ª, pág. A10, 26/7), gostaria de prestar alguns esclarecimentos. 1. A lei nº 9.787/99, que instituiu o medicamento genérico no Brasil, regulamentada atualmente pela resolução 135/2003, estabelece regras claras e com padrões de exigência reconhecido internacionalmente para produzir e obter a aprovação do produto na Anvisa. 2. A legislação define, por exemplo, que as indústrias devem seguir os critérios de Boas Práticas de Fabricação (BPF), entre os quais estão a manutenção do controle de qualidade dos medicamentos e a validação de seus processos de produção e de profissionais qualificados. 3. Outra exigência feita pela Anvisa é a apresentação de estudos de equivalência farmacêutica e de biodisponibilidade relativa, necessários para a comprovação de que o genérico produz o mesmo efeito no organismo que o medicamento que ele "copia". 4. A Anvisa e as vigilâncias sanitárias locais dispõem de um cronograma anual de inspeção das indústrias, inclusive as localizadas no exterior."
Cláudio Maierovitch Pessanha Henriques, diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Brasília, DF)

 

"Em relação à entrevista com o diretor do Incor, José Antônio Franchini Ramires, a Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró Genéricos) esclarece que os critérios técnicos exigidos para o registro dos genéricos no Brasil são semelhantes aos adotados por órgãos reguladores de países como os Estados Unidos (FDA) e o Canadá (Health Canadá), entre outros centros de referência de saúde pública no mundo. Conforme determina a lei 9.787/99, os medicamentos genéricos, independentemente do fabricante, passam por testes de bioequivalência que comprovam que o genérico é absorvido com a mesma concentração e velocidade do correspondente medicamento inovador, tendo a mesma biodisponibilidade que este. Além da bioequivalência, é exigido dos laboratórios que comercializam genéricos no país o Certificado de Boas Práticas de Fabricação e Controle. Esse certificado é obtido pelos laboratórios após inspeção que verifica o cumprimento de rigorosos padrões de qualidade na produção destes medicamentos, conforme determina a Anvisa. As indústrias que fazem parte da Pró Genéricos discordam de que "o genérico é uma coisa fácil de ser feita", conforme menciona o médico na entrevista."
Vera Valente, diretora-executiva da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos -Pró Genéricos (São Paulo, SP)

Endereço
"Estou com o colunista Fernando Rodrigues quando ele sugere que a lei do domicílio eleitoral acabe ("Domicílio eleitoral, uma ficção", Opinião, pág. A2, 26/7). Todos sabem que Sarney, que não arreda o pé do Maranhão, foi eleito senador pelo Amapá. Tentaram impugnar a sua eleição, mas descobriram que a denúncia deve ser feita na época em que o politico diz estar mudando de endereço. Também acho que a lei deva ser extinta, e seria bem melhor para o Brasil -e para os próprios políticos- que eles fixassem residência o mais longe possível do Brasil, como nas Ilhas Cayman ou Virgens, onde estariam mais perto de seus interesses."
Wilson Gordon Parker (Nova Friburgo, RJ)

Barcelona paulistano
"Em razão da reportagem "Embalado pela prefeitura, clã monta Barcelona do PT" (Esporte, pág. D1, 23/7), a subprefeitura de Capela do Socorro esclarece os seguintes pontos: 1. O Clube Barcelona Esportivo São Paulo, localizado na rua Alcino Ferreira, 200, é um clube público e foi construído pelo governo do Estado de São Paulo há cerca de cinco anos. O clube é gerido por uma sociedade civil sem fins lucrativos, a Sociedade Esportiva Barcelona, composta por moradores da região; 2. O time de futebol Barcelona Capela Ltda. é uma entidade de direito privado que mantém uma relação contratual com a Sociedade Esportiva Barcelona para o uso de espaço no Clube Barcelona Esportivo São Paulo; 3. Nas dependências desse clube, está o estádio de futebol Barcelona Esportivo Capela, conhecido como Capelão, que foi construído com recursos do time de futebol Barcelona Capela Ltda; 4. A subprefeitura de Capela do Socorro apoiou a realização de melhorias nas dependências do Clube Barcelona Esportivo São Paulo, assim como apóia os 14 CDMs (Clubes Desportivos Municipais, hoje clubes da comunidade) localizados na região, que também são geridos pela sociedade civil; 5. A subprefeitura de Capela do Socorro apóia o Clube Barcelona Esportivo São Paulo, que oferece diversas modalidades esportivas, como futebol feminino, handebol e futsal, entre outros, e proporciona atividades de lazer para mais de mil pessoas por fim de semana; 7. Determinadas informações que constavam do sítio da subprefeitura de Capela do Socorro na internet estavam erradas e já foram corrigidas; 8. A subprefeitura de Capela do Socorro torce pelo sucesso do time Barcelona Capela por ser representante da região na Série B-2 do Campeonato Paulista e, principalmente, por oferecer oportunidade a jovens esportistas da região."
Tadeu Dias Pais, subprefeito de Capela do Socorro (São Paulo, SP)

Demissões
"No primeiro artigo que publicou após a demissão em massa que promoveu em sua Redação ao longo da última semana ("Máquinas", pág. A2, 22/7), o senhor Otavio Frias Filho parece desdenhar da categoria de profissionais que faz o produto que ele vende e debochar do leitor. O texto enumera uma série de obras literárias de ficção que foram adaptadas para o cinema e que têm como tema central o duo homem-máquina em sua relação de criador e criatura. Faz uma breve análise de como o assunto vem sendo tratado nos livros e filmes. E conclui que "os delírios da imaginação futurista não se cumpriram, mas sua revelação literária permanece viva e perturbadora: a de que somos nós mesmos as máquinas de que falam esses livros e filmes". Inacreditável. O que fez o senhor Frias ao demitir tantos jornalistas senão sobrecarregar os que ficaram, possivelmente com o argumento (entre outros) de que a tecnologia atual pode ajudar uma única pessoa a fazer o trabalho de três ou quatro?"
Mônica Florindo (São Paulo, SP)

 

"Escrevo para agradecer ao ombudsman por sua coluna de 25/7 ("A longa travessia'). Graças a ela, consegui compreender um pouco mais o contexto das demissões na Folha. Em outras palavras, obtive através de sua coluna as informações que a própria Folha omitiu. Resta-nos agora acompanhar o impacto que essas demissões terão na qualidade da cobertura do jornal, em especial sobre temas sociais. Conto com a capacidade crítica, isenção e independência do ombudsman."
Marisa Sanematsu, jornalista (São Paulo, SP)


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