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Prêmio ao bom professor
QUE NÃO ARREFEÇA a disposição da nova secretária
estadual de Educação de
São Paulo, Maria Helena Guimarães de Castro, de pagar mais a
professores que tenham melhor
desempenho. As resistências a
essa proposta, anunciada em entrevista à Folha, tendem a ser
muito grandes, em especial da
parte dos sindicatos.
A nova secretária pretende
usar testes como Saeb, Prova
Brasil e Saresp para identificar
os docentes que ensinam mais a
suas turmas e oferecer-lhes rendimentos diferenciados. A questão é menos trivial que parece.
Existem objeções ponderáveis
ao projeto, como o argumento de
que até os melhores professores
teriam dificuldades para levar
alunos com deficiências acumuladas a sair-se bem nas provas.
Há, porém, métodos estatísticos
que permitem definir o nível de
aprendizado esperado para cada
turma. Docentes capazes de fazer os alunos superarem esse limiar teriam direito ao bônus.
O sistema em vigor no Estado
já premia os professores mais assíduos, mas é preciso avançar
mais e considerar também a eficiência. O igualitarismo pretendido por sindicatos é um convite
à acomodação. Ao nivelar todos
os docentes, dos mais ativos
àqueles que pouco ou nada contribuem para o aprendizado de
seus alunos, ele empurra o conjunto para a mediocridade.
Inovações como a sugerida por
Maria Helena Castro tendem
naturalmente a ser recebidas
com desconfiança pelo establishment. Quando trazem a
possibilidade de rompimento do
"statu quo", a reação tende a ser
mais violenta. É preciso, porém,
insistir nesse caminho sem nutrir falsas esperanças. Estimular
o bom desempenho é um passo
fundamental, mas não será, por
si só, capaz de alterar a triste situação do ensino público.
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