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ELIANE CANTANHÊDE
O belo horizonte de Serra e Dilma
BRASÍLIA - Minas Gerais, segundo
maior eleitorado do país, com 14,5
milhões de eleitores, quase 11% do
total, é uma verdadeira mina de votos para o tucano Serra e para a petista Dilma, tecnicamente empatados também no Estado. Ele tem
38%, e ela, 35%, ambos com enorme potencial entre os mineiros, tão
desconfiados -e indecisos- quanto importantes nesta eleição.
A 68 dias das urnas e a 21 do início da propaganda na TV, o fato de
Serra estar à frente de Dilma, mesmo que só três pontos, é considerado positivo para o tucano, que demonstra ter fôlego num Estado onde Lula teve expressivas margens
de votos nas últimas eleições.
O belo horizonte do tucano é colar em Aécio Neves e Itamar Franco.
Um batia recordes de popularidade
como governador e registra 62%
para o Senado. O outro, ex-presidente da República, é do PPS, aliado do PSDB, e está em segundo lugar para senador, com 41%.
Dado do último Datafolha: o candidato do PSDB ao governo, Antônio Anastasia, tem percentual muito menor do que o de Serra e está 26
pontos atrás do (por ora) favorito
Hélio Costa, que tem apoio de Lula
e Dilma. Aécio não tem porque aliviar com eles, que ameaçam o seu
candidato lá. Além disso, trocar
Serra por Dilma, neste momento,
seria trocar 6 por meia dúzia.
Já o belo horizonte de Dilma em
Minas depende da popularidade de
Lula e da máquina do PMDB de Hélio Costa, que não são nada desprezíveis. Lula teve 47% dos votos no
Estado em 2002 e 46% em 2006. E
Costa está agora com 44%, contra
18% do tucano Anastasia.
Outro dado é que o ex-prefeito
Fernando Pimentel (PT), considerado um dos coordenadores da
campanha nacional da amiga Dilma, está em apenas terceiro lugar
para o Senado, com 23%.
Ou seja: Serra tem de correr atrás
da fidelidade, do pragmatismo e
dos percentuais de Aécio. E Dilma,
dos votos que foram de Lula, mas
até agora não chegaram a ela.
elianec@uol.com.br
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