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VALDO CRUZ
Tio dos pobres
BRASÍLIA - Sem um nome natural para lançar à Presidência em
2010, os petistas vão jogando novos
ingredientes em seu caldeirão na
busca do candidato ideal. O mais recente tempero, um pouco sem sal
para o gosto de alguns, é o ministro
do Desenvolvimento Social, Patrus
Ananias.
Seu nome começou a circular nas
rodinhas petistas como uma das alternativas. Hoje, ele está longe de
ser um consenso dentro do partido.
Muitos destacam sua falta de carisma para uma campanha presidencial. Seria discreto demais.
Tem, porém, seu defensores. Não
só em Minas. Seu grande trunfo é
tocar o principal programa social
do governo Lula, o Bolsa Família. O
mesmo que conferiu ao presidente
o papel de pai dos pobres e pavimentou seu caminho para ganhar
mais quatro anos no Planalto.
Patrus teria ainda a vantagem de
ser de Minas. Segundo principal colégio eleitoral do país, o Estado é
dominado pelo tucano Aécio Neves,
recebido por Lula no Planalto na
semana passada.
Na ocasião, ao falarem de 2010,
ele disse não ter pressa em chegar à
Presidência. Não significa que desistiu da candidatura. Muito pelo
contrário. Tanto que estava ali dentro de sua estratégia de se reaproximar do presidente e garantir futuros apoios.
Aécio chegou a falar na possibilidade de PSDB e PT lançarem, no
próximo ano, um nome de consenso para disputar a Prefeitura de Belo Horizonte. Mais um gesto político de boa vizinhança, por ser algo
praticamente inviável.
Na conversa, Lula não disse a Aécio, mas avalia que dificilmente ele
baterá José Serra na disputa pela
condição de candidato tucano a
presidente. Acredita ainda que o
governador perdeu o bonde para se
transferir a outro partido de olho na
Presidência.
Sem o peso de ser candidato, Lula
dá corda às especulações. Enquanto
não encontra seu nome ideal, faz
seus testes. Daí surgirem nomes como o de Patrus, aquele que poderia
ser chamado de seu tio dos pobres.
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