São Paulo, segunda-feira, 27 de setembro de 2004

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PAINEL DO LEITOR

Semelhança
"É impressionante a semelhança cada vez maior entre Lula e FHC. Na ONU, condenam a "dívida escravizante". Em casa, favorecem escancaradamente os donos da dívida. A continuar assim, as palavras de Lula no início do mandato virarão profecia. A esquerda não elegerá mais ninguém pelos próximos 50 anos."
José Marcos Thalenberg (São Paulo, SP)

Ato médico
"Fiquei muito incomodada com o artigo de Giovanni Guido Cerri publicado em 25/9 na Folha ("Zelo pela qualidade do atendimento", pág. A3). Primeiro por eu ser uma paciente em potencial, e, segundo, por eu ser estudante de psicologia. O ato médico tira a autonomia do paciente de escolher o profissional da saúde que o irá assistir; caberia ao médico definir isso. Então, se eu sofrer um acidente e precisar reabilitar meu joelho, vou ao ginecologista para que ele me encaminhe a um fisioterapeuta, talvez. Esse projeto de lei é um retrocesso na área da saúde. Não é possível haver, como afirmou Cerri, uma "integração harmoniosa das equipes multiprofissionais" quando, por lei, um dos profissionais da equipe possui mais poder que o outro. Sou contra um projeto de lei corporativista e mercantilista que beneficia uma classe profissional!"
Sharon Dymetman Sanz (São Paulo, SP)
 
"Classificaria de ingênua, se não fosse trágica, a opinião da sra. Anna Veronica Mautner sobre o ato médico ("Universos mutáveis", pág. A3, 25/9). Atendendo pacientes de alto poder aquisitivo (afinal, quem pode pagar por psicanálise?), generaliza sua experiência. Fora do mundo idealizado pela episteme psicanalítica existe o mundo real, dos interesses econômicos. O discurso da interdisciplinaridade sem limites legais de competência acoberta a ideologia neoliberal de maximizar lucros e minimizar o Estado na saúde. Obviamente que os clientes psicanalisados não sofrerão nenhum abalo, pois esses, antes de consultarem um outro profissional da saúde, já terão passado pelo médico. Afinal, quem, em sã consciência e com condição financeira, iria se submeter a um tratamento por acupuntura para dores nas costas sem saber se é portador ou não de uma hérnia de disco, um tumor ósseo ou uma simples contratura muscular?"
Heidwaldo Antonio Seleghini, médico (São Paulo, SP)

Greve no Judiciário
"Leitor assíduo deste jornal, li com atenção o editorial "Greve no Judiciário", do dia 21 deste mês, que trata da greve do Judiciário. Esse editorial nada traz de novo. Constata o óbvio. Tudo sobejamente conhecido. São puras lamentações, não indica nenhuma solução. Tivemos duas greves. Uma vez terminada esta, podemos esperar por outra, por volta dos anos 2006/07. Então, qual a solução? Privatização já! O ilustrado sr. Walter Ceneviva afirma a possibilidade de intervenção federal, (Folha, pág. A5, 2/9) em virtude do prolongado estado de greve. Privatizem-se os serviços cartorários forenses!"
Ari Pires de Aguiar (São João da Boa Vista, SP)

"Dura lex"
"Muito oportuna a coluna de Clóvis Rossi publicada ontem, "O povo não sabe votar?" (pág. A2). A atual legislação eleitoral é a que contém o maior índice do entulho autoritário legado pela ditadura militar.Tudo é proibido. Nada pode-se fazer sem antes consultar aquela lei draconiana. Candidatos não podem comparecer a inaugurações de suas próprias obras. Outros têm suas candidaturas impugnadas apenas por estarem presentes em entregas de obras do governo estadual. Cabos eleitorais e os próprios eleitores têm tolhidas suas iniciativas democráticas de manifestação. Interessante é constatar que, nos países desenvolvidos, o eleitor é tratado como cidadão, e não como gente de segunda categoria. Aliás, nesses países nem sequer existem os tribunais eleitorais, pois a própria Justiça Comum trata do assunto quando necessário. Legisladores, chega de autoritarismo. É proibido proibir."
Luiz Roberto Peres (Bauru, SP)

Transporte coletivo
Na matéria "Com atraso, SP liga trem e Metrô na Luz", publicada na edição de quarta-feira (22/09) da Folha, afirma-se que o Projeto Integração Centro está sendo entregue com dois anos de atraso. Queremos explicar que as obras foram iniciadas em julho de 2001. O projeto envolve 7 km de extensão, entre as estações Brás, Luz e Barra Funda, e, por sua grandiosidade e complexidade, em nenhum lugar do mundo ficaria pronta com essa brevidade. Talvez o jornal tenha feito confusão com a Estação Brás da CPTM, essa sim, entregue em 2002, totalmente modernizada. Só dos subterrâneos da estação da Luz foram retirados 84 mil m3 de terra, equivalentes a 8.400 caminhões. As obras envolvem, ainda, a modernização total de 7 km de via permanente e exigiu a reconfiguração do plano de via; intervenções na via permanente e na rede aérea; além de implantação de um novo sistema de sinalização e telecomunicação; e a construção de um Centro de Controle Unificado. Só isso exigiu a substituição de 18,7 km de trilhos e 13,8 mil unidades de dormentes. Ainda diferentemente do que informa a matéria, a utilização de senhas para que nossos usuários pudessem acessar gratuitamente o sistema metroviário, e vice-versa, foi adotada somente na estação da Luz justamente pelo fato de não haver uma ligação direta, através de um túnel ou passarela, entre os dois modais. Com relação à circulação na estação da Luz, da CPTM, os números são os seguintes: média de 80 mil pessoas, diariamente, e 22 mil, aos domingos e feriados. Hoje a CPTM já tem três pontos de interligação gratuita com o Metrô: além das estações Brás e Barra Funda, que contam com transferência gratuita desde 27/5/00, o mesmo sistema existe em Santo Amaro desde 2002."
Nanci Moraes, assessora de imprensa da CPTM (São Paulo, SP)

Resposta do jornalista Fabio Schivartche - O prazo de entrega do Projeto Integração Centro foi informado pelo próprio governo do Estado à Folha em 2001 e publicado mais de uma vez pelo jornal, sem que tenha havido contestação. A informação incorreta sobre o uso de senhas na estação da Luz foi dada pela Secretaria de Comunicação do Estado. Leia abaixo a seção "Erramos".

Paraolimpíada
"Em meio a tanta desesperança, surgem exemplos de excelência em força e superação: nossos atletas paraolímpicos e sua atuação espetacular. Nunca o Brasil foi tão bem representado em uma competição esportiva como na Paraolimpíada de Atenas. Esses atletas não conquistaram somente medalhas de ouro, prata e bronze; conquistaram a auto-estima e o agradecimento de toda uma nação. Eles não competiram contra o tempo, condições atmosféricas ou outros atletas, mas principalmente contra o pior adversário, o preconceito. Que os nossos outros atletas aprendam com eles que não há tempo para sentir medo. E que os nossos dirigentes olímpicos comecem a olhá-los de uma outra forma."
Andrea Marques (São Paulo, SP)

Candidatos
"Na qualidade de vice-presidente e advogado do PSC (Partido Social Cristão), apresento nosso mais veemente protesto pela exclusão de nosso partido nas indicações de candidatos a vereador em São Paulo publicada no caderno Eleições 2004 de ontem. Em nome da isonomia e da lisura do pleito que se avizinha, estaremos, se for preciso, requerendo à Justiça Eleitoral espaço para a correção dessa discriminação. O PSC é representado no Congresso Nacional por sete deputados federais, tem deputados estaduais em vários estados brasileiros e exige respeito."
Jonas Greb, vice-presidente municipal do PSC (São Paulo, SP)


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