São Paulo, terça-feira, 27 de setembro de 2005

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PAINEL DO LEITOR @ - leitor@uol.com.br


Crucifixos
"Concordo plenamente com o dr. Roberto A. Lorea ("Tendências/Debates", 24/9). Não podemos admitir que em prédios públicos, sejam eles do Judiciário, Executivo, Legislativo ou Ministério Público, haja a ostentação de crucifixos somente porque a maioria da população brasileira é cristã. Todas as religiões têm os mesmos direitos. E para garantir tais direitos o Estado deveria permitir que todas as religiões pudessem exibir seus símbolos em prédios públicos, o que seria inviável. Assim, mais adequado seria proibir a exibição dos símbolos cristãos, medida que garantiria o respeito ao princípio da igualdade."
Mauro Cerri Neto (Rio Claro, SP)

 

"Não nos enganemos: a discussão levantada pelo juiz Roberto Lorea em torno da presença de crucifixos em salas de audiência do Judiciário ("Tendências/ Debates", 24/9) não trata apenas da retirada de um simples objeto ou adorno desse cenário. O que está em jogo é um dos mais caros princípios das democracias modernas, segundo o qual os planos religioso e político-jurídico devem permanecer paralelos e independentes, como esferas que se olham sem se tocarem. A proposta do juiz e a polêmica a que deu origem põem a nu o fato de a República brasileira estar longe de ter fundado um Estado verdadeiramente laico. À sombra dessa cruz, ocultam-se diversos outros problemas relacionados à inexistência de fronteiras claras entre essas esferas, como o direito ao aborto e à parceria civil entre pessoas do mesmo sexo."
Sérgio Carrara, coordenador do Centro Latino-Americano em Sexualidade e Direitos Humanos IMS/Uerj (Rio de Janeiro, RJ)

 

"Sobre o editorial "A polêmica da cruz" (Opinião, 26/9), eu concordo que o Judiciário tem coisas mais importantes para fazer. E não vi nenhum ateu ou militante de outra religião se dizer "constrangido" com a presença desse símbolo nas paredes dos tribunais. Constrangidos deveríamos ficar com a falta de apuração de crimes, a impunidade em alta escala, o favorecimento por parte do Judiciário a determinadas pessoas, a falta de segurança, a distribuição de renda. Isso sim deveria constranger alguém."
Antonio Carlos da Silva (Rio de Janeiro, RJ)

Advogados
"Com referência à reportagem "Ex-prefeito acusa delegado de "suborno", (Brasil, 23/9, pág. A13), temos a esclarecer que, no que nos diz respeito, não corresponde à realidade o trecho em que se afirma que "a degravação foi divulgada por advogados de Maluf na noite de anteontem, após o STJ (Superior Tribunal de Justiça) rejeitar o pedido de liminar em habeas corpus para ex-prefeito e para o filho", mesmo porque somos advogados constituídos exclusivamente por Flávio Maluf. Na verdade, o que se tem é que o áudio e a respectiva degravação mencionados foram anexados, por advogada em Brasília, às ordens de habeas corpus impetradas em favor de Paulo Salim e Flávio Maluf, por seus respectivos advogados, perante o Superior Tribunal de Justiça, que, inclusive, negou pedido de decreto de segredo de Justiça formulado naquelas impetrações."
José Roberto Batochio, Guilherme Octávio Batochio e Ricardo Toledo Santos Filho, advogados (São Paulo, SP)

 

"Sobre a reportagem "Ex-prefeito acusa delegado de "suborno" (Brasil, pág. A13, 23/9), quando afirma: "A degravação foi divulgada por advogados de Maluf na noite de anteontem, após o STJ rejeitar o pedido de liminar de habeas corpus para ex-prefeito e para seu filho", temos a dizer o que segue. Os advogados do ex-prefeito e seu filho tiveram acesso às gravações das conversas telefônicas entre o doleiro Vivaldo Alves da Silva, o Birigüi, e um homem não identificado no final da tarde do dia 20/9, somente após a impetração de mandado de segurança. No dia 21/9, às 12h20, a degravação da conversa entre o co-réu Birigüi e seu amigo foi apresentada como prova a favor dos representados ao ministro Gilson Dipp, relator sorteado nos autos dos habeas corpus. No mesmo dia, aproximadamente às 17h, foi requerido pelos advogados, por petição, que fosse decretado segredo de Justiça, mas o ministro do STJ indeferiu o pedido, estando assim os autos dos habeas corpus livres para a consulta de qualquer interessado. Assim, ressaltamos que é inverídica a afirmação contida na reportagem acima mencionada, em que é imputada conduta ilegal e antiética aos advogados da família Maluf."
Eduardo Maffia Queiroz Nobre, advogado da família Maluf (São Paulo, SP)

José Dirceu
"Ler a entrevista de José Dirceu nesta Folha do último domingo fez-me lembrar um antigo adesivo que circulou estampado nos carros no início dos anos 90, com a ingênua inscrição: "Eu acredito em duendes"."
Jorge Henrique Singh (São Paulo, SP)

 

"Ao ler a entrevista com o sr. José Dirceu (Brasil, 25/9), concluí que ele continua achando que nós somos ignorantes ou imbecis, querendo nos fazer acreditar que a culpa do PT e dele foi apenas de praticar o "caixa dois". O que precisa ficar bem claro a esse deputado é que a nação hoje sabe que ele e o PT estavam engendrando um golpe para tomar o poder por muitos anos por meio do aparelhamento do Estado pelo PT,colocando em seus quadros os agentes do PT, independentemente da capacitação para exercê-los."
Felipe Aquino (Lorena, SP)

 

"Com a entrevista feita por Mônica Bergamo com José Dirceu, na edição de domingo, a Folha reafirma-se como jornalismo ético e independente. É a primeira vez em que, no decurso da crise política, o ex-ministro é entrevistado com isenção e respeito. Parabéns a Mônica Bergamo pela sensibilidade e pela coragem."
Consuelo de Castro , escritora (São Paulo, SP)

Política social
"Acredito que as críticas que estão sendo feitas às rampas construídas no acesso à Dr. Arnaldo sejam um pouco hipócritas. Nota-se a tentativa de criar uma situação maniqueísta, supostamente opondo aqueles que têm sensibilidade para os problemas sociais aos que não têm. Deve-se perguntar se a permanência dessa população sob um viaduto, em péssimas condições de higiene, submetidas às intempéries é uma opção. É muito melhor que essas pessoas sejam direcionadas a abrigos nos quais possam passar pelo difícil processo de ressocialização."
Luciana Faria (São Paulo, SP)

Nem só eles
"Pago (muitos) impostos e procuro exercer meus direitos (poucos) e deveres (muitos) de cidadania na construção de um mundo melhor para filhos e netas. Também estou revoltado com a roubalheira generalizada e a impunidade. Mas o que de fato me leva a escrever é o novo foco da mídia, que substitui os crimes políticos (CPIzzas) pela atuação fraudulenta de juízes (sic) de futebol como manchete nas primeiras páginas. Como esperar que só eles sejam honestos nesta terra? Meu falecido pai já costumava contar que conhecia "corretores" que levavam a tal da "mala preta" para comprar árbitros do futebol paulista nos anos 70. Numa terra como a nossa, com tantos corruptos à volta, justo esperar honestidade só dos juízes de futebol?"
Benedito Pinto Junior (São Paulo, SP)


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