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FERNANDO RODRIGUES
O prazo da fisiologia
BRASÍLIA - A data limite para a fisiologia se esbaldar é 12 de dezembro,
quando supostamente o PMDB vai
realizar sua convenção nacional.
Até lá, as Roseanas vão se preparar
para mudar de partido, ganhar ministério, ter emendas liberadas, fazer
as contas de quanto lucrarão nos cargos loteados. Intelectuais como Amir
Lando e Pedro Henry vão dar a tônica do que pode vir por aí na distribuição de favores.
Até o dia 12 de dezembro, o governo
Lula ficará em estado catatônico extremado, como se fosse possível aumentar ainda mais o nível de abulia
na administração petista.
Sem saber exatamente o tamanho
do estrago do enfrentamento entre
petistas e tucanos dentro do PMDB,
Lula fica impedido de fazer suas nomeações na Esplanada.
"Nós temos a maioria na Executiva. Só a Executiva pode desconvocar
a convenção. Isso não vai ocorrer",
diz o ex-governador fluminense Anthony Garotinho. "O governo quer
comprar os deputados com emendas.
Mas nós vamos fazer a convenção e
entregar os cargos ao governo", afirma o governador paranaense Roberto Requião, um aliado (sic) de Lula.
Requião e Garotinho alinham-se
momentaneamente ao grupo tucano
entranhado no PMDB -sob o comando da trinca Michel Temer, Geddel Vieira Lima e Eliseu Padilha. É
por essa razão que Lula pena para
dobrar o mundinho peemedebista só
na base da fisiologia trivial fina.
O mais provável é que a disputa caminhe para o campo jurídico. Os peemedebistas pró-PT tentarão melar a
convenção com alguma medida obtida na Justiça. Se conseguirem adiar o
encontro, já podem cantar vitória.
Nesse caso, a maioria do PMDB ficará com Lula. Cumpre-se a profecia
do partido-ônibus e vassalo do poder.
A facção tucana entra na muda. A
dúvida é o rumo a ser tomado pelos
radicais livres Garotinho e Requião.
Ambos têm vida própria. Podem causar muito estrago nos dois últimos
anos do mandarinato petista.
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