São Paulo, sábado, 27 de novembro de 2004

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PAINEL DO LEITOR

Preconceito
"É com muito pesar que vejo que o preconceito ainda persiste neste país. Toda vez que se fala em violência e em crianças abandonadas, lá vem uma charge ou desenho de um negro para ilustrar o texto, como na carta "Orgulho" ("Painel do Leitor", 23/11). Como se todas as pessoas negras deste país fossem marginais. Favor mudar esse tipo de enfoque sobre nós, negros."
Clóvis Messias da Silva (São Paulo, SP)

Campo
"O leitor José Alfredo Guimarães, na carta "Violência no campo" (25/11), comenta a reação dos fazendeiros mineiros e a opinião do ministro Roberto Rodrigues e nos alerta de que assassinato é crime. Isso significa que, se um ladrão entrar na minha casa e eu atirar nele e matá-lo, eu vou ser julgado como criminoso? Eu só queria entender."
Hermínio Silva Júnior (São Paulo, SP)

Escolher o destino
"Esperamos que nossos homens das leis, ao tomarem conhecimento do artigo do professor Pinotti de 25/11 ("Anencefalia", pág. A3), tenham sentido a força da frase "as mães dos anencéfalos vêem a alegria de pensar em berço e enxoval ser substituída pela angústia de preparar vestes funerais e sepultamento" e permitam que a família possa escolher o destino do concepto."
Ricardo Casarino Brandao (Jaú, SP)

 

"Tenho lido todos os artigos sobre anencefalia publicados na Folha, mas poderia ter lido apenas o de José Aristodemo Pinotti. Avassaladoramente convincente."
Oney Oliveira Leite, advogado (Ribeirão Preto, SP)

 

"Quanto ao artigo do senhor Pinotti, penso que mais corajoso do que a liminar do ministro Marco Aurélio de Mello seja a posição de milhares de pessoas que se opõe à "morte involuntária" (já que mudam os nomes para ficar menos agressivo) de um ser humano, feito à revelia do mesmo. A dignidade humana deve ser respeitada. Quem são os cientistas para dizer que é lícito matar um bebê antes de seu nascimento?"
Cristina Pacheco São Paulo (São Paulo, SP)

Cardeal Arns
"O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região informa que a "Revista dos Bancários", citada duas vezes durante esta semana pela Folha ("Painel", 21/11, e "Opinião", 23/11), na repercussão da entrevista com o cardeal dom Paulo Evaristo Arns, não é comercializada, sendo enviada gratuitamente pelo correio aos filiados da entidade. A "RdB" pode ser acessada pela internet no site www.spbancarios.com.br. A informação se faz necessária para que os leitores deste jornal possam ler na íntegra -e de forma contextualizada- a entrevista com o cardeal."
Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região (São Paulo, SP)

Circo
"Gostaria de destacar o quanto é importante que a linguagem circense ocupe páginas desta Folha, como no texto "Circo tem festivais em BH e Recife" (Ilustrada, 25/11), que relata um crescimento desta atividade artística no país. Para efeito de esclarecimento, convém ressaltar que a Funarte já aplicou o citado R$ 1 milhão no Prêmio Estímulo ao Circo 2004, cujo resultado foi publicado dia 5/ 11. Foram 174 inscritos e 50 contemplados nas diversas vertentes dessa manifestação em todas as regiões do Brasil."
Hugo Possolo, coordenador nacional de circo da Funarte, Ministério da Cultura (São Paulo, SP)

Chaplin
Em sua coluna de quarta-feira 24/11/04 ("Os fiscais de Sarney"), Carlos Heitor Cony escreveu que Charles Chaplin vendeu todas suas ações na "antevéspera do crack na Bolsa de Nova York" e que isso causou um "escândalo" e foi "um dos motivos que levaram os norte-americanos a expulsar Charles Chaplin dos Estados Unidos" (na verdade, Chaplin teve seu visto de entrada recusado em 1952 durante viagem à Europa). Cony usou isso para dizer que Chaplin foi injustiçado -pois vendeu suas ações não por informação privilegiada, mas por ser atento ao mundo das finanças- e que tal injustiça também está sendo feita por aqueles que suspeitam de Sarney e de seu saque na véspera da interdição do Banco Santos, no mesmo dia em que teve uma reunião com o diretor do banco, seu amigo pessoal. O problema é que, segundo dois de seus biógrafos, Chaplin vendeu suas ações em 1928, um ano antes do "crash" de 1929. Kenneth S. Lynn, em "Charlie Chaplin and His Times", escreve que Chaplin vendeu suas ações em 1928 porque, entre outras razões, teve de pagar mais de um milhão e meio de dólares num acordo com a Receita Federal. David Robinson, em "Chaplin: His Life and Art", relata que Chaplin resolveu vender seus títulos e ações em 1928 influenciado pela teoria do "crédito social" de Clifford Douglas. Uma informação incorreta foi usada por um jornalista da Folha para defender de uma denúncia grave um político que é seu amigo."
José Antonio de Mello Siqueira Amaral (São Paulo, SP)

China e Cuba
"Por que o tratamento diferenciado? Fidel Castro e Hu Jintao, ou são dois presidentes, ou são dois ditadores. Ou será que o investimento de US$ 500 milhôes de um que faz a diferença na Folha?"
Dulce Lessa (São Paulo, SP)

Nota da Redação - O critério, como expressa o "Manual da Redação" (pág. 63), é o da concentração do poder nas mãos de uma pessoa. A China tem um regime ditatorial não-pessoal, de partido único. Já Fidel, que concentra o poder pessoalmente há mais de quatro décadas em Cuba, é um ditador.

Professor
"Lamentavelmente assiste-se hoje, nos meios de comunicação, freqüentes ataques à figura do professor. A grande injustiça que se pratica é o fato de os ataques serem coletivos, atingindo toda a categoria. Ninguém em plena consciência pode negar que, durante o século passado, o nível da população brasileira melhorou consideravelmente no campo educacional. E isso deve-se a quem, senão ao professor? Se, em um contingente tão grande de profissionais, distribuídos por todos os Estados do país, houver quem cometa um deslize, este deve ser apontado. Mas usar esse mesmo deslize para atingir indiscriminadamente toda uma categoria profissional é profundamente injusto. Mais ainda considerando-se que os próprios acusadores foram, no devido tempo, beneficiados pelo trabalho desses profissionais. Quem os ensinou a ler e a escrever senão um professor ou uma professora? O que nossos comunicadores precisam, na realidade, não é procurar pêlo em ovo, mas, sim, unir-se à grande batalha educacional que o Brasil precisa ainda realizar para que o país possa alcançar o progresso que merece."
Palmiro Mennucci, presidente do Centro do Professorado Paulista (São Paulo, SP)


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