|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CARLOS HEITOR CONY
"O Aprendiz do Tempo"
RIO DE JANEIRO - A Nova Fronteira está lançando a nova obra de
Ivo Pitanguy, "O Aprendiz do Tempo", histórias vivas e vividas pelo famoso cirurgião plástico, um dos
cinco brasileiros conhecidos mundialmente pelo valor com que exercem a profissão.
Fui escolhido para fazer a apresentação do livro, na qualidade não
de cliente, mas de amigo há mais de
30 anos e seu colega na Academia
Brasileira de Letras.
Já o vi operando em sua clínica,
mergulhando nas águas da baía de
Angra dos Reis, atuando na presidência do Museu de Arte Moderna
(Rio), onde organizou a exposição
de Dufy, uma das melhores daquela
entidade.
Mas, sobretudo, muito conversamos sobre literatura, principalmente a francesa, da qual é um conhecedor surpreendente, pois não
fica apenas nos poetas, mas nos ensaístas. O livro revela a intimidade
com autores alemães, ingleses e espanhóis, e, no seu convívio diário, é
sempre com prazer que ele cita um
deles, sempre no original.
Bom conversador, viajado pelo
mundo, com amigos em toda a parte, só se cala quando um incauto
pergunta sobre os clientes que o
procuraram e ainda procuram, uma
lista que inclui celebridades mundiais do cinema, da política, dos negócios e dos esportes.
A leitura do seu livro pode parecer a biografia de um sucesso. Um
sucesso múltiplo, que atingiu todas
as camadas de uma personalidade
movida por duas motivações: a vontade de saber e a necessidade de
atuar. Para atingir os dois objetivos
-saber e atuar-, desde jovem ele
fez sua opção básica: estudar e trabalhar. Não foi escudado em relações e patrocínios. Trabalhou em
ambulâncias, subiu morros, nunca
recuou diante dos desafios do modesto meio técnico e científico que
se apresentava à sua geração.
Texto Anterior: Brasília - Eliane Cantanhêde: Ao Estado, às feras Próximo Texto: Marcos Nobre: Fantasmas Índice
|