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ELIANE CANTANHÊDE
Feio e bonito
BRASÍLIA - No espaço de uma semana, três poderosos entraram na
linha de fogo e foram atingidos.
Ontem, o Supremo Tribunal Federal abriu ação penal contra o ministro Paulo Medina, do Superior
Tribunal de Justiça. De magistrado,
Medina passa a réu, por "indícios
suficientes" de envolvimento num
esquema de venda de sentenças judiciais para bicheiros e donos de
bingos da chamada "máfia dos caça-níqueis". Feio, não é?
Também ontem, o deputado Paulo Piau deu parecer favorável à cassação do colega Paulo Pereira da
Silva (PDT-SP) no Conselho de Ética da Câmara. Paulinho da Força
Sindical -que estava convidado para um jantar de Lula com sindicalistas ontem mesmo- é suspeito em
diferentes casos cabeludos de desvio de verbas, ora do BNDES, ora do
FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador). Feio, não é?
E, na quinta-feira passada, o TSE
decidiu cassar o mandato do governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima (PSDB), e de seu vice, José Lacerda (DEM), sob a acusação de distribuição irregular de recursos públicos que seriam de... programas
sociais. Feio, não é?
Feio para eles. O importante é
que os processos andam, são analisados, criam polêmica e têm consequência. Os suspeitos/acusados
têm direito a ampla defesa e dão as
explicações que julgam pertinentes, a população acompanha tudo e
pode concordar ou discordar.
Melhor assim do que inquéritos
mirabolantes que custam fortunas,
enroscam-se neles mesmos e acabam dando em nada. Ou quando -o
que não é raro- acabam misturando réus e vítimas, acusados e acusadores, numa barafunda em que ninguém mais é capaz de saber quem é
quem. Daí surgirem acusações e defesas igualmente inflamadas contra
o investigado ou contra os seus
investigadores.
Quem quiser que vista a carapuça. E você, aí, que não é nem uma
coisa nem outra, sabe muito bem de
quem estamos falando, certo?
elianec@uol.com.br
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