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2000 de incerteza
VINICIUS TORRES FREIRE
São Paulo - O PSDB tem mais candidatos a presidente do que nomes fortes
para as eleições de prefeitos em nove
grandes capitais. Se a votação fosse
por agora, disputaria só o governo de
Belo Horizonte. Melhor que nada, dirão tucanos, que não governam nenhuma dessas nove cidades.
É a crise? Mas O PFL pode reeleger
seus quatro prefeitos. O PSDB não tem
é nomes, partido de cardeais, inflado
de caroneiros oportunistas.
O condomínio fernandino mostrou
que tem "timing" eleitoral. A economia não tem ido à breca no momento
político errado -para eles. Mas ninguém sabe o que vai dar em 2000.
A economia brasileira, de costume já
heterodoxa, reestréia no ano que vem
lipoaspirada, com capacidade ociosa,
câmbio novo, algo mais moderna, privatizada, após dois anos em ponto
morto. Está meio irreconhecível.
As previsões de crescimento são disparatadas, vão de 2% a 5%, mas os
modelos econômicos são imperfeitos,
as nossas estatísticas são insuficientes
e, se o governo for capaz, ainda tem como azeitar a máquina.
Vai criar emprego? Menos que antes,
por ora. E o desemprego de quem vive
em famílias que ganham até 10 salários mínimos e fez no máximo o ensino fundamental é de 10%. A taxa é de
4% entre quem foi à universidade e é
de família que faz mais de 20 salários
mínimos. Como de costume, a vida da
maioria será ruim.
O PT talvez impressione nas cidades
maiores. O PFL e seus coronéis, de rincão ou modernos, e o resto do governismo podem se garantir no interior,
onde aliás o governo é menos repudiado que nas capitais.
Mas a eleição de 2000 não está com
jeito de influir muito no futuro do condomínio governista. Parece que arreganhos parlamentaristas e reconhavos se decidirão mais tarde.
A secretaria estadual da Cultura
distribui um lixo de revistinha cultural, de graça. Sai todo mês. A última
tem pieguices mefíticas e irrelevâncias sobre Natal. E propaganda do secretário Marcos Mendonça, que lá
tem seu nome citado quatro vezes. Se
não é ilegal, é uma vergonha.
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