São Paulo, domingo, 28 de janeiro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ANTÔNIO ERMÍRIO DE MORAES

O Brasil de nossos sonhos

TODOS SABEM que sem reformas estruturais de profundidade o Brasil não conseguirá chegar ao tão almejado desenvolvimento sustentado. Mas, se formos esperar que o governo e o Congresso realizem as reformas para, então, começar a investir, nosso povo vai ficar na pior, sem empregos e sem renda.
O ponto central aqui é o de confiar ou não confiar no Brasil. Os que confiam olham para a frente e vêem que este país precisa de uma produção crescente e, por isso, investem em fábricas, em fazendas, em escolas, em hospitais e em tudo aquilo que serve de sustentação da nossa economia.
Os que não confiam enchem-se de ativos especulativos que permitem sair da zona de risco ao primeiro espirro do governante. Mesmo porque, analisando friamente, tais aplicações geram lucros maiores e mais rápidos do que os investimentos na produção.
Felizmente, nossa família foi criada com uma confiança ilimitada em nosso país. Desde cedo aprendemos a ressaltar que poucas nações desfrutam da extensão territorial e da quantidade de riquezas que temos, cabendo a nós, brasileiros, usá-las bem.
Por ter vivido intensamente o mundo da política e o mundo da produção, nosso pai nos ensinou: "Os políticos passam, o Brasil fica; os governantes são lentos, os brasileiros têm pressa; os eleitos pensam nas próximas eleições, os pais de família formam as próximas gerações. Por isso, arregacem as mangas e trabalhem com amor".
Graças a Deus, passamos esses valores aos nossos filhos e netos. Eles compreenderam que os interesses coletivos têm de estar acima dos interesses individuais.
Chegando perto dos 80 anos, vejo que é grande o número de brasileiros que se entregam à produção e que suam a camisa por acreditar no país. Ainda bem.
É claro que, se as reformas tivessem sido feitas há 10 ou 15 anos, estaríamos no meio de ambiente maravilhoso para investir mais e tirar o máximo proveito dos bons ventos que sopram na economia mundial, dando ao povo brasileiro melhores condições de trabalho.
Na falta das reformas, só nos resta trabalhar em dobro e não esquecer o que é fundamental para chegar ao sucesso: qualidade nos produtos, seriedade no trabalho e humildade na conduta.
Por trás de tudo isso, há um denominador comum: a boa educação e o tratamento condigno dos colaboradores. Aqui também sobrou para os produtores colaborarem como podem, ajudando a educar nossos irmãos e a cuidar de sua saúde.
Mais uma vez tenho esperança no brilhante futuro de nossa nação.
antonio.ermirio@antonioermirio.com.br


ANTÔNIO ERMÍRIO DE MORAES escreve aos domingos nesta coluna.


Texto Anterior: Rio de Janeiro - Plínio Fraga: Afeto que se encerra
Próximo Texto: Frases

Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.