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NOVO FRACASSO
Fracassou ontem por ausência
de propostas a segunda tentativa de vender o controle acionário da
Copene (Companhia Petroquímica
do Nordeste). Mesmo o grupo paulista Ultra, que contava com o apoio
do BNDES, desistiu de participar do
leilão por considerar o preço mínimo
(R$ 1,905 bilhão) elevado.
A Copene é o maior pólo petroquímico do país. O leilão pretendia vender as participações dos grupos Odebrecht, Mariani e Econômico.
Ao governo interessa -além de
conseguir o maior valor possível pelas ações do Econômico, que está em
processo de liquidação extrajudicial
pelo Banco Central- que o comprador seja de capital nacional, evitando
que uma multinacional se torne quase monopolista na América Latina.
A abertura comercial e a privatização do setor no início dos anos 90 fizeram com que grupos nacionais adquirissem boa parte da indústria petroquímica, buscando especializar
seus campos de atuação para ganhar
escala e competitividade. Hoje, algumas dessas empresas são grandes
produtoras mundiais em importantes segmentos, mesmo que em produtos de menor valor agregado.
O problema é que o excessivo fracionamento acionário dos grupos
petroquímicos tem criado conflitos
de interesses que dificultam a definição e a implementação das estratégias competitivas de cada grupo.
Nesse sentido, a venda da Copene é
importante para que outros rearranjos acionários também ocorram.
O governo, apesar de se ter mostrado interessado em desatar esse nó,
fez com que a responsabilidade sobre a venda da Copene ficasse com o
Banco Central, em vez de ficar com
algum órgão, como o BNDES, que
tivesse tradição na condução de políticas setoriais. O fato é que o modelo
escolhido, o leilão, não ajudou a agilizar as negociações entre vendedores e potenciais compradores.
O motivo, ao que parece, foi o de
evitar problemas jurídicos com os
ex-controladores do Econômico. A
preocupação pode ser legítima, mas
o resultado foi a perda de mais uma
chance de reestruturar o setor.
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