Racismo
"Sobre a entrevista da ministra Matilde Ribeiro, titular da Secretaria Especial de Política da Promoção da Igualdade Racial (Seppir), não gostei da afirmação de que não é racismo um negro se insurgir contra um branco. Racismo, independentemente da direção à qual é dirigido, é grave e condenável.
Eu, como milhões de outros, assisti a aulas de história e sei o quanto os negros sofreram durante tanto tempo -e o quanto ainda sofrem-, mas nada disso lhes garante o direito de desrespeitar quem quer que seja por uma "dívida secular"."
DANIEL UEDA KURATOMI (Campinas, SP)

Solidária
"Em "Uma política de economia solidária" ("Tendências/Debates", 27/3), o professor Paul Singer indica com precisão um dos acertos mais significativos das gestões do presidente Lula: a criação, em 2003, de uma Secretaria Nacional de Economia Solidária, que, desde então, acolhe, reflete, articula e projeta políticas públicas conectadas com a sociedade civil no que tange a uma das formas menos cruéis de relacionamento econômico.
Outro acerto inegável do presidente é a escolha para secretário, ainda na criação, e a permanência também no segundo mandato, do nosso mestre Singer, sincero democrata, pesquisador renomado e gestor qualificado, cuja trajetória de mais de meio século de dedicação ao bem comum e à cidadania plenificada resulta em obra honesta exemplar."
MARIO SERGIO CORTELLA, professor-titular da PUC-SP (São Paulo, SP)

Violência
"Até que enfim aparece um jornalista lúcido para denunciar o "show de violências" na imprensa brasileira (Fernando de Barros e Silva, "Show de violências", Opinião, 26/3). Não sou jornalista e já andava me achando muito ignorante, porque sempre achei que o jornalismo pudesse ser muitas funções, mas nunca a de fazer o circo pegar fogo."
FLAVIANA ZILIO (São Paulo, SP)

Educação
"A reportagem "Rede pública paga quase igual à particular" (Cotidiano, 24/3) diz que um dos mitos mais disseminados da educação brasileira é o de que o ensino público vai mal quando comparado ao particular por causa dos baixos salários dos professores.
Essa comparação não faz parte da tradição do movimento dos professores. Tampouco é encontrada nos estudos e textos produzidos por educadores comprometidos com a melhoria da escola pública.
O que sempre afirmamos é que os professores das escolas públicas ganham mal e que isso interfere na qualidade do ensino. A própria reportagem demonstra que grande parte dos professores da rede particular também ganha muito mal.
Mas a questão não é só salarial. O ensino público vai mal porque faltam condições estruturais nas escolas; o plano de cargos e salários é inadequado; a jornada de trabalho é estafante e não prevê espaços para a formação continuada no próprio local de trabalho; a gestão escolar é autoritária e não envolve a comunidade no desenvolvimento do ensino; as condições socioeconômicas de grande parte das comunidades não favorecem a aprendizagem dos alunos. Muitos outros fatores interferem negativamente na qualidade do ensino."
ROBERTO GUIDO, secretário-adjunto de Comunicações do Apeoesp -Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (São Paulo, SP)

Bonde das letras
"A reportagem "Bonde do barulho" (Ilustrada, 24/3) é de uma leviandade inacreditável para um jornal do porte da Folha.
O que os autores da reportagem pretenderam ao colocar a mim e a Marcelo Mirisola como autores que "perderam o bonde'? Nos desqualificar para um debate que é de grande importância: a criação de políticas públicas de fomento à criação literária? Não seria mais responsável seguir o próprio "Manual da Redação" da Folha no que diz respeito à imparcialidade jornalística e legendar as fotos com um "autores que discordam do bonde'?
Lastimável esse tipo de abordagem leviana e superficial, pois, no fim das contas, quem sai perdendo é o leitor, que é lesado no seu direito de ter acesso à informação de qualidade."
ADEMIR ASSUNÇÃO, poeta, integrante do Movimento Literatura Urgente (São Paulo, SP)

Saúde
"A respeito do texto "Médicos vêem banalização das lipos de pequeno porte" (Cotidiano, 4/3), é importante que seja ressaltado ao leitor da Folha que os médicos especialistas em dermatologia, devidamente treinados, realizam com a máxima segurança a lipoaspiração, utilizando a anestesia tumescente de Klein, método este que foi desenvolvido pelo médico dermatologista norte-americano Jeffrey Klein e é utilizado aqui no Brasil há mais de 20 anos.
A técnica da lipoaspiração em dermatologia faz parte dos procedimentos que são ensinados aos médicos residentes em serviços credenciados pela Sociedade Brasileira de Dermatologia. A SBD zela pela máxima segurança para os pacientes e para os médicos dermatologistas."
SAMUEL HENRIQUE MANDELBAUM (São Paulo, SP)

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