São Paulo, domingo, 28 de março de 2010

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PAINEL DO LEITOR

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Charges
"Foi com estranheza e indignação que a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) recebeu a publicação, por este conceituado jornal, de duas charges, nas edições de segunda e terça-feira, dias 22 e 23 de março.
As referidas charges, ao fazerem referência aos casos de pedofilia envolvendo padres e religiosos da Igreja Católica, foram extremamente ofensivas e desrespeitosas para com o papa Bento 16, os bispos e toda a igreja.
O papa, ao reconhecer publicamente os erros de membros da igreja e ao pedir perdão por essa prática, que, sem dúvida, maculou a imagem da própria igreja, não merecia esse tratamento. Lamentamos muito que a Folha de S.Paulo, que sempre primou pela ética, tenha sido veículo para esse tipo de mensagem, que fere grande parte do povo brasileiro, tão católico em sua vida e em sua história e que, certamente, sofre muito, nesses momentos difíceis, e ora pelas vítimas e seus familiares, pelos culpados, mas também pelas dezenas de milhares de sacerdotes que, no mundo todo, procuram honrar a sua vocação."
DOM DIMAS LARA BARBOSA , bispo auxiliar do Rio de Janeiro, secretário-geral da CNBB (Brasília, DF)

"Paz"
"Como é bom ler notícias assim: "EUA e Rússia fecham acordo para reduzir arsenal nuclear" (Mundo, ontem). Agora posso dormir tranquilo, pois sei que, em vez de destruírem o mundo 15 vezes, serão apenas 12 vezes.
Fantástico!"
NORBERTO NICOLA (Jaú, SP)

Isabella
"Milhares de pessoas reuniram-se nos arredores do Fórum de Santana para o julgamento do casal Nardoni. Alguns de forma louvável, para ter a oportunidade de exercer o direito oriundo do princípio da publicidade processual. Outros para promover protestos e agressões verbais aos réus e a seus defensores.
Uma grande hipocrisia.
O crime praticado pelo casal não os faz mais ou menos culpados diante dos muitos já praticados e dos que ainda serão.
Por que não se dirigem também ao presídio de Presidente Venceslau para protestar contra Marcola, Andinho, Champinha...? Elementos que praticaram crimes tão lesivos quanto este -ou mais. Por que não se dirigem ao Planalto para protestar contra o assalto diário que sofremos com os incalculáveis tributos que pagamos?
É mais fácil se voltar contra esse casal, que há tempos estava popularmente condenado e não oferece ameaça a sociedade."
PLÍNIO JOSÉ BARBOSA JÚNIOR (Campinas, SP)

 

"Julgamento de assassinos não é final de campeonato. Mais uma vez viu-se a montagem de um circo bizarro: famílias "popstar" (vítimas e criminosos), algazarras, fogos de artifício, camisetas "comemorativas"...
Tudo a indicar o nível ético dos envolvidos. Como se estivessem vivendo dentro de uma novela de grande audiência, mas se servindo de tragédias reais públicas, todos almejam algum "papel" na trama.
Pode ser que o pai de Isabella tenha mesmo atirado covardemente sua filha pela janela, mas a sociedade em geral, na era "Big Brother", certamente jogou a sua memória no lixo."
JORGE JOÃO BURUNZUZIAN (São Paulo, SP)

 

"No transcorrer da semana retrasada, a imprensa foi tomada pelo caso da morte do cartunista Glauco.
Era irritante querer, por exemplo, esperar o "boletim do clima" na TV, pois os canais só falavam desse assassinato.
Na semana que passou, a paciência teve de ser maior: tivemos que aturar o crime dos Nardoni, pois não se noticiava outra coisa.
Paralelamente, passou quase despercebido o julgamento do assassinato do jornalista Luiz Carlos Barbon Filho, em Porto Ferreira (SP), cometido por quatro pessoas (entre as quais três PMs, sendo um deles oficial).
O jornalista foi morto por denunciar esquemas de corrupção na PM, que envolvia aliciamento de menores para prostituição, entre outras coisas. E seus próprios colegas de profissão quase não noticiam."
MARCIO ANTONIO AUGELLI , professor-doutor em ciências pela Unesp (Jaboticabal, SP)

Educação
"A ideia de fazer a "cidade limpa" é um aprendizado novo para nós, paulistanos, de qualquer classe social. Afinal, gente civilizada não convive com sujeira.
Pois foi estarrecedor constatar o comportamento desses ditos "professores" durante a manifestação da greve. Na região do estádio do Morumbi, onde moro, a quantidade de lixo era inimaginável e se estendia em todas as direções para onde a turba educada se deslocou.
Nunca, em oito anos em que moro na região, nem em show do pior metaleiro, em jogo do pior time, da pior torcida, vi algo semelhante ao espetáculo de sexta-feira. E são esses os nossos professores.
Numa revolução, que "bichos" seriam?"
ROBERTO FELIX HOTTE (São Paulo, SP)

 

"Venho por meio desta comunicar ao secretário da Educação de São Paulo, senhor Paulo Renato Souza, que cansei de ser professor.
Parece que, na guerra para destruir a escola pública, perdemos outra batalha. Hoje jogo a toalha. Cansei.
Cansei de lecionar numa escola sem o número de funcionários para a manutenção mínima do prédio escolar. Cansei de o Estado não garantir minha integridade física dentro do meu local de trabalho.
Cansei de não ter livro didático para trabalhar com os alunos. Cansei de ter a "apostilinha do governo" do primeiro bimestre chegando no final do segundo. Cansei ficar anos e anos sem aumento de salário e ver o governo gastar rios de dinheiro em propagandas que pintam uma escola que não existe.
Entrego os pontos. Agora vou ser apenas mais um trabalhador da educação. Um assinador de ponto."
CÉSAR AUGUSTO GOMES (Campinas, SP)

Trabalho escravo
"O Estado do Rio de Janeiro é o campeão do trabalho escravo no Brasil. Foi o que revelou balanço divulgado na segunda-feira pelo coordenador de Erradicação do Trabalho Escravo, Sebastião Caixeta. Esse é um troféu que envergonha todos os cidadãos fluminenses. O Rio, capital cultural e tambor político do país, não merecia isso.
Esse é o resultado do trabalho de fiscalização dos nossos governantes e dos políticos de nosso Estado. O trabalho escravo se baseia na certeza da impunidade. Nossos políticos estão preocupados com a Copa de 2014 e com a Olimpíada de 2016.
Que se dane o trabalhador!"
EMANUEL CANCELLA (Rio de Janeiro, RJ)

Em comum
"O que há em comum entre Fernando Sarney, Paulo Maluf, Estevam Hernandes e Cesare Battisti?
O primeiro tem milhões de dólares bloqueados pela Justiça da Suíça; o segundo é procurado no mundo inteiro pela Interpol por suposto roubo de dinheiro público; o terceiro foi preso pela Justiça norte-americana por fraude; o último foi condenado em seu país por assassinato.
No Brasil, são homens recebidos nos palácios, gozam de popularidade e um deles até defendeu-se dizendo ser um "congressista brasileiro" (tradicional refúgio de encrencados com a lei, pois deixam de ser cidadãos "comuns").
Há uma leniência exasperante na Justiça brasileira, incapaz de julgar um só poderoso, tais as chicanas jurídicas e a proteção de que gozam."
DANIEL ROCHA (São Paulo, SP)

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