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ECONOMIA ESTAGNADA
Crescem as evidências de um
descompasso entre os setores
produtivos que se beneficiam da desvalorização do real e aqueles cujo dinamismo depende da demanda interna. Pesquisa recente da Fiesp apurou que no primeiro trimestre deste
ano apenas alguns ramos da indústria voltados à exportação ou à substituição de importações fizeram contratações expressivas. Já os voltados
ao mercado interno contrataram
pouco ou continuaram a demitir.
A produção dos setores econômicos cujas vendas dependem da demanda interna -grupo que inclui
parcela da indústria e da agropecuária e o grosso de serviços, comércio e
construção civil- parece estar em
contração, embora modesta.
Esses setores voltados "para dentro" representam parcela bem maior
da economia do que os setores voltados à demanda externa. Assim, o
crescimento da produção deste segundo grupo, embora expressivo,
não parece suficiente para garantir
uma expansão da economia como
um todo. Considerada em conjunto,
a economia parece se encontrar bem
próxima da estagnação.
A debilidade das vendas internas
mantém alto o desemprego e precária a situação financeira de muitas
empresas. Uma reativação da demanda interna é desejável -mantidos os devidos cuidados com o controle da inflação e, não menos, com o
saneamento das contas externas.
A recente queda do dólar reforçou a
perspectiva de que a inflação se desacelere deste ano para o próximo. Segundo o BC, alterações na política
monetária influenciam a atividade
econômica de seis a nove meses depois de serem introduzidas. As autoridades deveriam, portanto, dar início a um relaxamento monetário.
A reativação do mercado interno é
fator de desgaste do saldo comercial,
pois estimula importações e reduz o
estímulo às exportações. Se essa reativação for acompanhada por revalorização adicional do real, a redução
do saldo externo poderá ser mais
abrupta do que seria desejável.
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