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São Paulo, segunda-feira, 28 de abril de 2003

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ECONOMIA ESTAGNADA

Crescem as evidências de um descompasso entre os setores produtivos que se beneficiam da desvalorização do real e aqueles cujo dinamismo depende da demanda interna. Pesquisa recente da Fiesp apurou que no primeiro trimestre deste ano apenas alguns ramos da indústria voltados à exportação ou à substituição de importações fizeram contratações expressivas. Já os voltados ao mercado interno contrataram pouco ou continuaram a demitir.
A produção dos setores econômicos cujas vendas dependem da demanda interna -grupo que inclui parcela da indústria e da agropecuária e o grosso de serviços, comércio e construção civil- parece estar em contração, embora modesta.
Esses setores voltados "para dentro" representam parcela bem maior da economia do que os setores voltados à demanda externa. Assim, o crescimento da produção deste segundo grupo, embora expressivo, não parece suficiente para garantir uma expansão da economia como um todo. Considerada em conjunto, a economia parece se encontrar bem próxima da estagnação.
A debilidade das vendas internas mantém alto o desemprego e precária a situação financeira de muitas empresas. Uma reativação da demanda interna é desejável -mantidos os devidos cuidados com o controle da inflação e, não menos, com o saneamento das contas externas.
A recente queda do dólar reforçou a perspectiva de que a inflação se desacelere deste ano para o próximo. Segundo o BC, alterações na política monetária influenciam a atividade econômica de seis a nove meses depois de serem introduzidas. As autoridades deveriam, portanto, dar início a um relaxamento monetário.
A reativação do mercado interno é fator de desgaste do saldo comercial, pois estimula importações e reduz o estímulo às exportações. Se essa reativação for acompanhada por revalorização adicional do real, a redução do saldo externo poderá ser mais abrupta do que seria desejável.


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