|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SEGURANÇA FEDERAL
As iniciativas do governo federal no plano da segurança
pública têm seu ponto de destaque
no Sistema Único de Segurança Pública (Susp). Trata-se de um projeto
que, à semelhança do SUS, procura
integrar ações de vários agentes responsáveis pela segurança pública.
Os Estados que quiserem participar do Susp -e assim ter acesso a
verbas do Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP)- precisam
elaborar um plano estadual de segurança detalhado, que contenha ações
específicas em vários âmbitos, notadamente o de reforma de instituições
policiais, além de metas a cumprir.
A idéia é que, sem ferir a competência constitucional dos Estados para
gerir a segurança pública, o governo
federal, por meio do Ministério da
Justiça, possa participar de projetos
nessa área e, principalmente, cobrar
resultados de governadores.
A ênfase do Susp recai sobre a ação
das polícias. Os planos estaduais devem propor medidas para aperfeiçoar o combate inteligente ao crime,
utilizando-se de análises estatísticas,
planejamento e monitoramento. Devem também incentivar investigações técnicas (perícias). Outra prioridade é a formação de policiais.
Tudo parece bastante equilibrado e
bem-estruturado. Tópicos como respeito aos direitos humanos e prevenção ao crime através de ações sociais
na comunidade não foram esquecidos. A questão é saber se o Susp não
será mais uma boa iniciativa a diluir-se na carência generalizada de recursos que o setor público atravessa. O
orçamento do FNSP para 2003 é de
R$ 404 milhões. Quando se considera que existem 27 unidades da Federação e que as demandas são grandes, essa verba não parece tão expressiva (R$ 15 milhões em média).
E tudo custa dinheiro, do reaparelhamento das polícias e da informatização da Justiça a medidas de prevenção, como oferecer lazer para os
jovens das periferias. Resta esperar
que a atual gestão do Ministério da
Justiça consiga evitar as armadilhas
que já condenaram outros bons planos de segurança e comece a transformar o Susp em realidade.
Texto Anterior: Editoriais: ECONOMIA ESTAGNADA Próximo Texto: Editoriais: TRAGÉDIA EDUCACIONAL Índice
|