São Paulo, quinta-feira, 28 de abril de 2005

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PAINEL DO LEITOR @ - leitor@uol.com.br


Juros
"Sou petista desde 1987, e a mais inglória tarefa dos últimos anos tem sido convencer meus amigos de esquerda que o PT ainda é a melhor opção. Tento convencê-los a não deixar o partido e a não deixar de apoiar o governo. Mas não tenho obtido êxito; a debandada é generalizada. Agora vem esse senhor que ocupa o posto mais importante da nação e solta uma "pérola" dessa! Será que caducou antes da hora? Será que ele deu uma olhada no "Painel do Leitor" de ontem para ver o tamanho do estrago? Petistas de todo o Brasil, uni-vos! Se queremos a reeleição do partido, é melhor começar a pensar em outro nome, porque com essas declarações não vai precisar nem de oposição."
Edilson Adão C. Silva (São Paulo, SP)

 

"A Folha de ontem, no editorial "Palpite infeliz", no "Painel do Leitor" e nos textos de Clóvis Rossi e de Fernando Rodrigues, fez um uníssono conta o pronunciamento de Lula. Quem conhece Lula, e todos já o conhecemos bem, sabe que sua expressão relativa ao "traseiro" tem a nítida intenção de querer buscar uma forma de solucionar um problema muito velho e de difícil resolução, qual seja, o dos altos juros do país. Reconhecemos, no entanto, na característica aberta e simplória do presidente suas boas intenções e seus muitos acertos. Vamos dar um crédito ao nosso presidente."
Alvaci Fochi (Poloni, SP)

Papa, pobreza e relativismo
"No interior do Brasil, há uma pequena trova muito cantada por quem anda no meio do mato, gente pobre, desassistida: "Divino senhor são Bento, livrai-nos das cobras e dos bichos peçonhentos". Que o novo sumo pontífice consiga estender a sua mão benta também aos desvalidos, que são maioria em nosso planeta, porque a pobreza é o bicho que mais mata e sua peçonha não tem relativismo nenhum."
Marcílio Godoi (São Paulo, SP)

Aborto
"Li no dia 20/4 a notícia de que médicos de uma cidade no Rio Grande do Sul se recusaram a realizar a interrupção da gravidez em uma adolescente de 14 anos. Não quero discutir os méritos da questão, no entanto gostaria de dizer que em nosso Estado (SP) existem vários hospitais habilitados que realizam esse tipo de procedimento de forma rotineira -e entre eles está a Faculdade de Medicina do ABC, cujo serviço de ginecologia eu chefio e desde já coloco à disposição dessas mulheres."
Caio Parente Barbosa (Santo André, SP)

Emprego
"Que delícia ler esta "pérola" do senhor prefeito José Serra: "Prefeito afirma que emprego é com a União" (Cotidiano, 23/4). É muito bom ver que eu não errei em acreditar que este prefeito nada faria ou fará pelo povo que acreditou nele. Se tivesse sido abordado com a mesma pergunta no período eleitoral, com certeza até pegaria o bebê no colo. Não me espanta nada a sua reação, pois tudo o que ele sabe fazer é falar mal do governo federal e da antiga administração da Prefeitura de São Paulo. Que bom que temos um jornal como a Folha para nos mostrar essas coisas que nunca veríamos na TV."
Odete dos Santos (São Paulo, SP)

Raça
"Em relação ao artigo "Pardos" (Opinião, 21/4), informo que, a cada ano, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep-MEC) agrega a seus produtos -como o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb), o Censo da Educação Superior e o Censo Escolar- questões importantes que ajudam o brasileiro a conhecer em profundidade cada vez mais o seu universo educacional. Em 2005, o item cor/raça foi incluído no Censo Escolar. Com base na coleta desse dado, até hoje desconhecido, os gestores de educação do país poderão definir ações e políticas afirmativas e de promoção da igualdade na comunidade escolar. O processo de inclusão desse item ocorreu de maneira completamente democrática. No ano passado, o Inep-MEC organizou seminários para discutir e explicar como seria feita a coleta. Participaram desses encontros representantes de secretarias estaduais e municipais de Educação. A orientação era que, a partir de 2005, as fichas de matrículas de escolas de educação básica contivessem espaços para a indicação autodeclarada da cor do aluno. Quem tivesse 16 anos ou mais declararia sua raça/cor. No caso dos mais novos, pais ou responsáveis responderiam. Para escolher os termos de classificação de raça ou cor, os técnicos do Inep-MEC ouviram grupos de movimentos sociais ligados à questão racial no Brasil. Foram consultados também representantes da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir-PR). Encerradas as discussões, a equipe do Inep-MEC optou por seguir os critérios adotados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que, desde o Censo 2000, utiliza, nas pesquisas sobre cor e raça da população brasileira, os termos amarela, branca, indígena, parda e preta. Segundo os critérios do IBGE, o quesito é denominado de "cor ou raça", e não apenas de "cor" ou apenas de "raça", porque as categorias que englobam podem ser entendidas pelo entrevistado de forma muito diversa. Todas essas precauções foram tomadas visando a que a coleta do dado cor/ raça viesse a qualificar ainda mais o universo de informações de que pesquisadores, educadores e gestores públicos já dispõem, ajudando na formulação de políticas para a educação básica em nosso país com base em dados cada vez mais precisos."
Eliezer Pacheco, presidente do Inep (Brasília, DF)

Resposta do colunista Demétrio Magnoli - O Inep finge que o Censo Escolar 2005 tem finalidades apenas estatísticas. Não é verdade. Ao contrário do Censo Demográfico, que está cercado pela regra do sigilo estatístico, o que se faz é associar a cada estudante uma "raça", classificando nominalmente todas as crianças e jovens do país.

Pixinguinha
"A nota "Prefeitura do Rio tomba obras de Pixinguinha" (Ilustrada, pág. E3, 21/ 4) recai em imprecisão ao afirmar que, "além do tombamento, a prefeitura pretende reunir todo o acervo do músico guardado pela família em um mesmo local, ainda não definido". Cabe esclarecer que, em 1999, os herdeiros legais de Pixinguinha confiaram ao Instituto Moreira Salles, mediante contrato, a guarda do acervo do músico -formado por fotografias, objetos pessoais e partituras-, fato amplamente divulgado pela imprensa. Desde então, esse conjunto foi aberto para consultas. Em texto publicado na Folha Online em 20/4, Fernando Vianna, neto de Pixinguinha e responsável pelo projeto, informou que, com o tombamento, foi criado também um catálogo que irá mostrar aos interessados os lugares que abrigam informações sobre Pixinguinha, como o IMS, que concentra a maior parte dos documentos, e outras instituições e acervos particulares. O referido acervo, em processo final de organização e digitalização nas instalações do IMS no Rio de Janeiro, será futuramente disponibilizado para pesquisa pública. Além do acervo documental, de propriedade dos herdeiros, o IMS possui em seus arquivos gravações raras de Pixinguinha, em parte já disponíveis para audição gratuita no site www.ims.com.br. Até o final de 2005, o site permitirá a consulta de 100 mil músicas digitalizadas e restauradas."
José Luiz Herencia, coordenador da área de música do IMS e Marcelo Vianna e Fernando Vianna, netos de Alfredo da Rocha Vianna, o Pixinguinha (Rio de Janeiro, RJ)

Nota da Redação - A Secretaria das Culturas da Prefeitura do Rio informou que pretende reunir documentos e objetos alusivos a Pixinguinha que ainda estão em poder de familiares, admiradores e pesquisadores em um local a ser definido em breve. Segundo a secretaria, esse material não integra o acervo do Instituto Moreira Salles.


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