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PAINEL DO LEITOR
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Aposentados
"Palavras do senador Paulo Paim
(PT): "o dia 9 de abril de 2008 será
sempre lembrado como um marco
na vida dos aposentados e pensionistas do nosso país".
Disse isso quando o Senado aprovou emenda de iniciativa do presidente da República que estende aos
aposentados a política de reajuste
concedida ao salário mínimo -inflação mais a variação do PIB.
Em 24/4, Lula pede para que a
proposta não seja votada na Câmara até que se encontrem fontes de
recursos para custear esse direito
surrupiado dos aposentados.
Afinal, quem são os culpados pelas covardias salariais impostas aos
aposentados?"
LEÔNIDAS MARQUES (Volta Redonda, RJ)
Índios
"O sociólogo Helio Jaguaribe escreveu que os brancos nos EUA optaram pelo extermínio dos nativos
("O "jardim antropológico" é uma insensatez", 26/4). Não é verdade. Hoje há quase três milhões de pessoas
identificadas como "native-americans" nos EUA, merecedoras e alvo
de políticas específicas -em contraste com talvez 300 mil índios no
Brasil, alvos de "Jaguaribes".
Segundo Jaguaribe, o nativo deve
receber "assistência (...) profissional" e ser "incorporado". Para ele, índio bom é o índio que não é índio. É
índio mão-de-obra barata, espoliado de sua cultura e de sua terra e incorporado ao subemprego e à submoradia.
É interessante notar que Jaguaribe inicia o seu texto reconhecendo
que os nativos foram empurrados
para o interior do país e o termina
querendo expulsá-los da fronteira."
OSWALDO RIO BRANCO DE OLIVEIRA
(São Paulo, SP)
"Leitor assíduo da seção "Tendências/Debates", sinto-me, quase
sempre, recompensado com opiniões sensatas que ali encontro,
isentas de viés ideológico.
É o caso do texto do professor Jaguaribe sobre a insensatez da política dos "jardins antropológicos" na
demarcação das reservas indígenas.
De fato, terras contínuas, incluindo fronteiras, destinadas a reservas
são uma ameaça à integridade do
território. Representam uma porta
aberta à penetração indesejada de
posseiros, traficantes, soldados regulares e irregulares etc., trazendo
sérios problemas para o país.
Pensar que os indígenas os impediriam é inocência ou má-fé.
Quanto à política indigenista propriamente dita, creio que Rondon
continua atual: a incorporação gradual e pacífica do índio à cidadania
é o caminho, acompanhada de toda
a assistência necessária no campo
da saúde e da educação."
HARLEY PAIVA MARTINS (João Pessoa, PB)
Algemas
"Infeliz a colocação do senhor
Paulo Balduino, no "Painel do Leitor" de ontem, sobre as palavras do
presidente da OAB-SP.
A liberdade de expressão de que
se serve o leitor só foi possível graças à luta e às ações que a OAB assumiu em prol do Estado democrático
e de Direito nos porões da ditadura.
A posição independente da OAB
em defesa da sociedade sempre incomodou os detentores do poder, e,
vendo a Polícia Federal algemar
aleatoriamente pessoas que dias
depois são libertadas por absoluta
ilegalidade da prisão, percebemos a
necessidade de uma instituição que
grite em nome da sociedade."
ANTONIO CARLOS KAZUO MAETA , advogado
(Guarulhos, SP)
"Gostaria de endossar as palavras
do leitor Paulo Balduino sobre a repugnante declaração do presidente
da OAB-SP, que, de forma velada,
pode estar sacramentando o dito
popular de que algemas são somente para os conhecidos três Ps."
GERALDO FERNANDES (Araraquara, SP)
Isabella
"Parabenizo o ombudsman Carlos Eduardo Lins da Silva por sua
coluna de ontem ("O que fazer no
caso Isabella", Brasil).
A responsabilidade funcional impõe aos envolvidos o dever de apurar a veracidade dos fatos com isenção e de não fazer de seu trabalho
motivo de evidência nas colunas da
mídia.
Da mesma forma, falta boa cidadania, responsabilidade e seriedade
à "turba" que faz plantão alternado
em frente à casa dos indiciados e ao
prédio onde aconteceram os fatos.
Falta responsabilidade e seriedade à mídia quando veicula supostas
notícias, que nada mais são que juízos de valor sobre fatos e pessoas,
teatralizando e "apimentando" os
acontecimentos.
A irracionalidade, a vingança e a
injustiça são tão abomináveis e sujeitas a punição quanto o bárbaro
crime cometido contra Isabella."
ANDRÉ CANNARELLA (Assis, SP)
Partidos
"Cumprimento Clóvis Rossi por
esclarecer, em sua coluna de 26/4
("Perguntas, só por perguntar", Opinião), que todos os partidos políticos são "farinha do mesmo saco".
Um fato a provar isso é o acordo
que o mensaleiro Silvinho Pereira
fez com o procurador da República
para não ir a julgamento. Em um
acordo em que não existe benefício
para a sociedade, o petista, simbolicamente, vai fiscalizar garis uma
vez por semana.
Não entregou ninguém nem devolveu dinheiro. Que tipo de acordo
é esse? Por que nenhum partido de
oposição entrou na Justiça para
anular este acordo imoral?
Estes partidos e seus respectivos
políticos não representam a sociedade brasileira."
FRANCISCO ANÉAS (São Paulo, SP)
"Em seu artigo de ontem ("Gol
contra", Opinião), Eliane Cantanhêde apontou o calcanhar-de-aquiles do PT.
Quando começo a achar que o PT
amadureceu, saindo do radicalismo
a qualquer preço, ele tropeça nos
retrocessos umbilicais que mantinha em sua antiga trajetória.
Hoje, o PT pode se coligar com
qualquer partido, não precisa ter
peso na consciência, pois, no Brasil,
não existe mais partido ideológico,
apenas partido fisiológico."
SILVIA MARIA DE ALMEIDA SÃO PEDRO
(São Paulo, SP)
Estruturas medievais
"Mais uma vez, um grande industrial vem apontar as deficiências na
educação e na carga tributária como obstáculo ao desenvolvimento
do país ("Gerdau quer fim de "estruturas medievais", Dinheiro, 27/4).
Nesses apontamentos, é nítida a
incapacidade conceitual de diagnosticar nossos problemas atuais.
Basta assimilar qualquer obstáculo
a uma época histórica para achar
que ele foi pensado.
A infeliz referência revela, de um
lado, a ignorância histórica do homem que promete a solução para a
educação brasileira; de outro, traduz a verdade inconsciente que deve assombrar a cabeça de alguns
destes homens.
No mundo medieval, a estrutura
tributária incidia basicamente sobre o povo -os pobres e trabalhadores. Será que os homens de Comandatuba querem, de fato, o fim
dessa estrutura?"
MARLON SALOMON (Goiânia, GO)
Gasolina
"Não sei qual critério o presidente Lula usou para calcular a defasagem de preços da gasolina, mas, se
acreditarmos que seus cálculos são
bons, podemos sugerir que equipare os preços de nossa gasolina aos
da Venezuela.
Seria uma forma de fazer uma homenagem ao seu grande amigo
Chávez."
LAURO CAVERSAN (Curitiba, PR)
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