São Paulo, terça-feira, 28 de maio de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PAINEL DO LEITOR

Privatização da Vale
"A respeito das "afirmações inexatas" a mim atribuídas pelo sr. Benjamin Steinbruch no artigo "A verdade sem venda", publicado na Folha em 26/5, tenho a dizer o seguinte: 1) Dois ministros de Estado relataram à imprensa ter ouvido do sr. Benjamin Steinbruch -e não de terceiros- a versão das propinas pedidas pelo sr. Ricardo Sérgio, tendo eles informado o fato ao presidente da República. 2) Quanto às minhas condutas passadas e presentes, estarei sempre pronto a comprová-las com dados transparentes, razão pela qual, para acabar com a celeuma, proponho que o sr. Benjamin Steinbruch abra o seu sigilo bancário no Brasil e no exterior -o que farei do meu lado."
Antônio Ermírio de Moraes (São Paulo, SP)

Universidades
"Em relação à reportagem "Vagas não trazem pobres à universidade", publicada ontem, chama a atenção o que dizem a secretária-executiva do Ministério da Educação e o presidente do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras. Nessas argumentações, fica a impressão de que a expansão de vagas resolve o problema da quase ausência de pobres nas universidades. Por que o pobre não entra? A única forma válida de triagem é a capacidade intelectual, desde que tenhamos conseguido igualdade de oportunidades a todos."
Gilson Luiz Volpato (Botucatu, SP)

"Acreditar que o problema das vagas nas universidades para pessoas de baixa renda seja apenas educacional mostra a ignorância geral em que vive a nossa sociedade. Com mensalidades, cursos integrais e outros empecilhos, mesmo que conquiste a sua vaga, o nosso Zé do Povo precisa ter o que comer antes disso."
Gabriel Pupo Nogueira (Campinas, SP)

"Quem leu o texto "O mito USP está chegando ao fim?", de Gilberto Dimenstein, no último dia 26, teve acesso a informações importantes sobre um problema que as universidades públicas brasileiras vêm enfrentando há muitos anos: a debandada de professores, geralmente doutores, em busca de melhores salários e condições de trabalho. Na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), onde trabalho há cerca de 12 anos, alguns departamentos chegaram a perder de 40% a 50% de seu corpo docente. Porém não é "a própria universidade pública" que está sendo um dos colaboradores da privatização do ensino, mas sim o poder público."
Adair Carvalhais Júnior (Belo Horizonte, MG)

"Enquanto o governo não se conscientizar de que tem de melhorar o ensino elementar e médio, não adianta inventar que vai dar percentual de vagas nas universidades públicas para alunos carentes. Isso só vai piorar a qualidade."
Amélia Maria Silva (Campinas, SP)

Violência
"A mobilização pelo combate à violência tornou-se talvez a prioridade da sociedade. Quando alguma coisa incomoda a classe média e a classe rica, o governador e a polícia aparecem. O que mais se encontra hoje nos semáforos da cidade são as crianças abandonadas. Elas serão lembradas somente quando crescerem e virarem marginais. Aí se falará de pena de morte e da prisão perpétua, como se isso fosse a prioridade de um país injusto e desigual."
Fábio Moura (São Paulo, SP)

Igreja hoje
"Simplesmente fantástica a crônica de Carlos Heitor Cony do dia 26, sobre a Igreja Católica no Brasil. Ele sintetizou, com extrema felicidade, um assunto polêmico, que está ensejando sérias discussões entre os doutores da mídia, os doutores da igreja e os incontáveis palpiteiros de plantão."
João Batista Pereira Gomes (Rio Claro, SP)

Defesa de interesses
"Interessante a reportagem de Marcio Aith "Brasil é espinho para Congresso dos EUA", de 26/5. Lá eles defendem os próprios interesses com unhas e dentes, e ai dos alienígenas que tenham qualquer intenção de prejudicá-los. Deputados e senadores estadunidenses viram feras quando seus interesses econômicos estão em jogo. Mas cadê os nossos parlamentares? Alguém se pronunciou sobre o protecionismo? O que eles estão defendendo?"
Herman Augusto Lepikson (Salvador, BA)

Plebiscitos
"O plebiscito é uma consulta popular do tipo sim ou não. Ele é apropriado em dois casos: 1) quando o que se está para decidir é uma questão objetiva, sobre a qual a população tem um razoável nível de informação; 2) quando não se tem segurança e/ou competência para tomar uma decisão. Questões como o calote da dívida externa e a adesão à Alca, convenhamos, não são propriamente temas sobre os quais haja um razoável nível de compreensão pela nossa população."
Rodrigo Borges de Campos Netto (Brasília, DF)

CPMF
"É triste para nós, brasileiros, constatar que o governo está apressado para aprovar a CPMF para pagar, entre outras coisas, a campanha publicitária do próprio governo. Enfim, querem nos seduzir utilizando-se do nosso próprio dinheiro. Agora a gente entende por que tanta pressão para que mais essa inacreditável mordida nos atinja."
Odete Nunes (São José do Rio Preto, SP)

Rodízio
"Oportuno o debate a respeito do rodízio municipal de veículos. Com referência aos caminhões, o Sindicato das Empresas de Transporte de Carga de São Paulo e Região apresenta duas propostas. A primeira seria a adoção de um veículo de 7,5 m de comprimento, dois metros maior do que o atual VUC (Veículo Urbano de Carga), porém com capacidade para transportar seis vezes mais carga. Esse veículo, chamado por nós de VMC (Veículo Médio de Carga), carrega até seis toneladas, enquanto o VUC suporta só uma tonelada. Como só o VUC tem permissão para transitar no centro expandido, hoje é transportado em seis caminhões de 5,5 m cada um aquilo que poderia ser transportado em um único caminhão de 7,5 m. A segunda proposta seria a implementação da inspeção veicular, responsável por retirar das ruas os caminhões que, em péssimo estado de conservação, só atrapalham o trânsito."
Rui César Alves, presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região (São Paulo, SP)

Xenofobia européia
"A Europa, apesar de toda a sua sofisticação tecnológica e cultural, sempre foi um continente xenófobo -um lugar onde pessoas finas e educadas conseguiram criar regimes da mais terrível opressão e flagelo do ser humano. Por sua natureza antiárabe e antimuçulmana, fica difícil entender como a Europa é pró-palestinos. Para entendermos essa equação, é mister acrescentarmos o fator ódio contra os judeus, que ainda permeia o inconsciente coletivo europeu."
Zalman Girtman (São Paulo, SP)



Texto Anterior: Liszt Vieira: Uma outra globalização é possível?
Próximo Texto: Erramos
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.