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CARLOS HEITOR CONY
O mundo continua
RIO DE JANEIRO - Senadores tidos e havidos como da turma do
"bem" sugerem o afastamento de
José Sarney da presidência do Senado. Não faz muito, outros presidentes foram realmente afastados,
mas voltaram ao convívio dos pais
da pátria e continuam influentes.
No pega pra capar que está varrendo as lixeiras do Senado, poucos
são inocentes e todos parecem culpados -foi o que Pedro Simon disse
em recente discurso. O próprio Sarney estendeu a crise a todo o Senado -o que tem lá sua verdade.
Fernando Gabeira, que não é senador, mas deputado, admitiu uma
liberalidade que tomou com o dinheiro público, devolveu-o, pediu
desculpas à nação e admitiu que foi
envolvido no clima generalizado
entre parlamentares que, mecanicamente, quase sem perceber, fazem do patrimônio público um bem
particular.
Irã, crise no Senado, gripe suína
-a pauta básica da mídia foi superada pela morte de Michael Jackson. A primeira impressão que se
teve é que no dia seguinte o sol não
nasceria para nos aquecer. Como
poderíamos viver sem ele?
A solução parece que será a mesma que foi dada a Elvis Presley, um
seu antecessor que até hoje não
morreu. Trata-se de um recurso
que consola um tipo de viuvez sentimental toda vez que um ídolo vai
embora deste mundo. Nos anos 60,
dizia-se que John Kennedy e Marilyn Monroe não haviam morrido,
estavam vivos, curtindo uma eterna
lua de mel num rancho do Kansas.
No caso de Michael Jackson, há
elementos para se duvidar de sua
morte. Foi súbita, ele estava encalacrado financeiramente, com sua capacidade de promover espetáculos
públicos e particulares, arranjou
um sósia que morreu no lugar dele e
se mandou para aproveitar anonimamente o resto do dinheiro que
lhe sobrou.
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