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PLÍNIO FRAGA
Coronelismo "muderno"
RIO DE JANEIRO - Roseana Sarney é sócia da TV Mirante, a afiliada
da Rede Globo no Maranhão. A TV
Mirante promove debate entre os
candidatos ao governo do Maranhão. Roseana Sarney é a candidata
do PFL. Seus adversários vão ao debate, mas a sócia da TV Mirante falta ao debate, argumentando que o
debate da TV Mirante "não contribui para o futuro do Maranhão".
O coronelismo político não só
não acabou como se modernizou. O
coronelismo agora é eletrônico e, à
sua maneira, vai dando respostas ao
capitalismo globalizado.
A Rede Globo, purgando ao menos parte dos seus pecados eleitorais, obriga suas afiliadas a realizarem debates. O risco de uma emissora ignorar a orientação não é político, é econômico: perder a retransmissão no Estado da líder de audiência. A Rede Globo tenta enquadrar as afiliadas estabelecendo as
regras para o debate e enviando jornalistas da sua elite para mediá-los.
Tonico Ferreira, de São Paulo, foi
deslocado para São Luís.
Mas o coronelismo faz suas traquinagens. Em vez de convidar só
os candidatos com representação
na Câmara, com chances mais reais
na disputa, chama todos os postulantes. No Maranhão, eram oito.
Roseana e um nanico (em razão de
doença) não foram. Seis participaram. No Rio, por exemplo, foram ao
debate os cinco candidatos principais, deixando fora os nanicos.
Um candidato de oposição reclamou que a entrevista -também imposta pela Globo- no telejornal local do Maranhão, da TV Mirante,
foi encerrada sete segundos antes
do combinado. Pode ser só bizarrice de oposicionista, mas não é difícil supor ali o dedo do coronel.
Roseana tem 60% das intenções
de voto e acha que debates políticos
não contribuem para o futuro do
Maranhão. Donde se conclui que o
Maranhão não tem futuro. O coronelismo "muderno" sim.
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