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NELSON MOTTA
Rotos e esfarrapados
RIO DE JANEIRO - Quando atribuem aos adversários a invenção ou
a repetição dos seus próprios crimes contra a democracia, petistas e
tucanos se nivelam por baixo e, sem
reconhecer os seus erros, tentam
atribuir a nós, à cultura, à sociedade, ao jeitinho brasileiro, aos portugueses e até ao rigor da lei e dos cidadãos honrados, as suas quadrilhagens e a sua ética eleitoreira.
Assim como um petista fanático
rebate automaticamente qualquer
acusação de desvio do PT com a
desqualificação do adversário como
golpista ou "da direita", os piores
tucanos silenciam ou se escondem
quando confrontados com acusações. É só uma questão de estilo.
O que os une é negar os fatos,
achando que todo mundo está acreditando. Pior para os fatos e para a
democracia: eles são a maioria em
seus partidos.
Os homens e mulheres de bem do
PT e do PSDB deveriam se envergonhar e reagir a essa tática suicida na
luta pelo poder a qualquer preço. É
tudo em nome da causa, da democracia, do povo, dizem eles, mas só
enganam os otários e fanáticos, que
são praticamente a mesma coisa.
Quanto mais acusam os adversários, mais se desmoralizam todos.
Se o senador João Capiberibe
perdeu o mandato por dois votos
comprados a R$ 26, o que dizer do
valerioduto mineiro? E do mensalão de Jefferson e Dirceu?
Um dos grandes clássicos do humor brasileiro é o inesquecível "Tavares", de Chico Anísio, um gigolô
malandro e cínico que vive às custas
de uma velhota rica e medonha. No
final do quadro, depois de um show
de cinismo e de malandragem, ele
se virava para a câmera e, chacoalhando o gelo no copo de uísque,
confessava e desafiava: "Sou..., mas
quem não é?".
É esse o futuro político que as
bandas podres do PT e do PSDB nos
oferecem, democraticamente: lama
para todos.
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