São Paulo, domingo, 28 de setembro de 2008

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PAINEL DO LEITOR

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Crise
"Pelas notícias que têm sido veiculadas, percebe-se que a presente crise financeira americana teve duas origens: a) A incúria do governo e do Federal Reserve em frear a alavancagem dos bancos americanos, com US$ 1,00 de recursos próprios para US$ 25,00 de emprestados; b) Outro fator foi o conservadorismo dos detentores de reservas em dólares (China, Comunidade Européia, países árabes), que destinaram maciçamente suas aplicações nos EUA a títulos do Tesouro e depósitos em bancos de investimentos. Com tal nível de créditos em seus balanços, os bancos americanos entraram numa conjuntura de excesso de liquidez, o que resultou na diminuição da rentabilidade das operações, pela menor taxa de juros, e na elevação de seus limites de risco. Caso boa parte deste dinheiro tivesse como destino títulos públicos, agências de desenvolvimento e bancos de países emergentes, a crise não teria existido."
ROBERTO CASTRO (São Paulo, SP)

 

"O endividamento do brasileiro já atinge 38% do PIB, prenunciando que está em formação a bolha que Lula, visando 2010, infla irresponsavelmente. O consumo não cresceu em conseqüência do aumento do emprego e da renda, mas às custas da grande oferta de crédito. Nossa manipulada taxa de crescimento está vinculada a este artifício, em detrimento dos investimentos na produção e na infra-estrutura. O demagógico reajuste do salário mínimo acima da inflação é automaticamente neutralizado pela indexação praticada pelo grande empresariado. Com a contribuição dos respingos da bolha americana, que provocará o encolhimento do nosso crescimento em 2008 e 2009, acredito que financeiras e bancos brasileiros passarão momentos de forte turbulência nos próximos anos."
SERGIO VILLAÇA (Recife, PE)

 

"Uma grave crise eclodiu no ninho dos donos do poder. Estão a ponto de fazer a maior intervenção estatal já feita numa economia, contrariando o mandamento do capitalismo, o livre mercado. A especulação acionária, regada a propaganda enganosa e corrupção, transformou a economia mundial num enorme cassino. As ações das empresas subiram a patamares estratosféricos, muito acima de seu potencial de produção de riquezas. Os débeis alicerces não suportam a gigantesca estrutura, e tudo desmorona feito um castelo de cartas. Quem foi mais esperto vendeu as ações antes da quebradeira. Quem apostou em ganhar mais perdeu.
São como as famosas pirâmides populares, que já enganaram muitos incautos. Fala-se de crise. Mas na verdade é só o dinheiro mudando de mãos. Acho que o Brasil precisa aproveitar a crise pra crescer, precisa aproveitar que o mundo lá fora está quebrando. Abaixar os juros e os impostos pode aquecer a nossa economia. Talvez tudo isso seja só a roda da história se movendo mais um pouco. Quando tombam os gigantes, os anões crescem."
AURÉLIO NUNEZ ROLAN (São Paulo, SP)

EUA
"Surrealismo absoluto na campanha presidencial dos Estados Unidos. A proposta de salvação da economia recebe o apoio dos democratas (oposição) e a rejeição da situação (republicanos). George Bush e os ultraconservadores usam a mesma estratégia do 11 de Setembro para aprovar o plano: o medo. McCain (candidato republicano) está perdido, pois defende o fim do Estado e a liberdade de mercado. Ele não tem o que propor. Só se opor. Mas, a quem? Ao seu partido?"
ANTONIO NEGRÃO DE SÁ (Rio de Janeiro, RJ)

Fumo
"Segundo o leitor Hermínio Leite Cidade ("Painel do Leitor", 27/9), os fumantes deveriam defender seus interesses de minoria, para que se possa fumar em bares e restaurantes. Tudo bem. Como nós, não-fumantes, somos a maioria, também devemos defender nossos interesses, esvaziando bares e restaurantes que insistam em fazer lobby em favor desse flagelo para a saúde."
FRANCISCO XAVIER FERNANDEZ (São Paulo, SP)

USP
"A Universidade de São Paulo não tem o direito de manter a investigação sobre o plágio no Instituto de Física em sigilo, mesmo que as normas internas da instituição digam o contrário. Trata-se de um caso muito particular, que exige que a USP faça uso da mais ampla transparência e divulgue o conteúdo do relatório da comissão de ética. É responsabilidade da reitoria garantir que isso aconteça. A USP existe para servir à sociedade paulista e, como tal, deve dar o exemplo."
FRANCISCO MARIANO NETO (São Paulo, SP)

Fundos
"Perfeito o artigo de Fernando Henrique de Moraes Araújo (Opinião, 25/9) para quem ainda tinha dúvidas de que as "doações dirigidas/casadas" aos fundos da criança são imorais, antiéticas, anti-republicanas e ilegais. Espero que o Conanda tenha uma posição republicana e termine de uma vez por todas com essa privatização de recursos públicos que devem proteger e garantir os direitos da criança."
CAIO MAGRI (São Paulo, SP)

Eleições
"A manchete "Kassab abre vantagem sobre Alckmin" (27/9), sobre a última pesquisa Datafolha, nos leva a refletir sobre o passado e o futuro de Geraldo Alckmin. Ele foi vereador e prefeito de Pindamonhangaba, deputado federal, vice-governador e governador do Estado. Foi um bom governador, mas parece que o sucesso subiu-lhe à cabeça quando quis ser presidente em vez de senador. Para quem fazia carreira política, Alckmin pulou um degrau e se desequilibrou quando tentou retornar dessa escalada mal planejada para disputar a prefeitura da capital. Está em jogo sua carreira política, que no presente, não tem Serra nem FHC para lhe dar as mãos."
SERGIO MORADEI DE GOUVEA (Ubatuba, SP)

 
"Fiquei estarrecido ao ler a matéria "Marta deixou de declarar empresa à Justiça Eleitoral" (26/9, pág. A4). Ao ler a manchete do caderno Brasil, imaginei que se tratava de um grande escândalo, mas, ao ler a matéria, constatei que se trata de uma empresa que tem capital social de impressionantes 500 cruzados e que não tem receita há anos, perante um patrimônio declarado de aproximadamente R$10 milhões. É impressionante o destaque dado pela Folha a notícias negativas relativas à candidata Marta Suplicy, mesmo que sejam irrelevantes como esta, ao passo que os candidatos Geraldo Alckmin e Gilberto Kassab têm os seus pontos negativos noticiados em canto de página." FABIANO APOSTOLO GAMBARRA (São Paulo, SP)

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