São Paulo, segunda-feira, 28 de outubro de 2002

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PAINEL DO LEITOR

Presidente Lula
"Neste momento de extrema importância para o país, no qual a democracia se consolida, eu gostaria de fazer um apelo aos dirigentes do PT, partido que recebe o meu voto desde a fundação. Eu peço respeito e educação para com aqueles que não são filiados, para com aqueles que, embora filiados, possuem posições divergentes, mas, principalmente, eu apelo para que não se distanciem do povo. Vocês não têm esse direito."
Mario Teixeira Filho (Franca, SP)

 

"Pela primeira vez na história deste nosso país, um torneiro mecânico, provindo da pobreza, sindicalista lutador, chega à Presidência da República. Estamos felizes e emocionados neste domingo ensolarado. Estamos meio confusos.
Esperamos que não seja tarde. Que Deus te ilumine, Lula. Queremos governar junto, estar a teu lado, sendo solidários, discutindo e opinando pelo melhor rumo que nossa pátria caminhará a partir deste novo e legitimo governo popular.
Que Deus abençoe o Brasil!"
Célio Borba (Curitiba,PR)

 

"Neste momento de tanta alegria, não podemos esquecer aqueles companheiros que lutaram, que foram presos, torturados e assassinados porque tinham o ideal de construir um Brasil mais justo e mais humano. Demorou, mas, hoje, podemos dizer que o sangue derramado não foi em vão. Lula, que você nos ajude a tornar realidade o nosso sonho!"
Elizabeth Montenegro (Olinda, PE)

 

"O Brasil é surrealista. Os programas do PT "Começar de novo" e "Meu primeiro emprego" já foram implantados no cargo mais importante do país. Elegemos um presidente com 57 anos de idade após 20 anos desempregado (começar de novo). E o melhor: sem experiência anterior (meu primeiro emprego).
Creio que o melhor investimento agora seja em rosários. Brasileiros, rezemos!"
Bruno Narciso Beraldo (São Paulo, SP)


Economês
"Qual o objetivo de José Dirceu, presidente do PT, ao dizer que "a inflação não vai voltar com o PT, já está aí". Contrariando o que ele disse, a Folha publicou em manchete (19/10): "Juro deixa inflação sob controle, afirma Fipe". Será que, consciente ou inconscientemente, o PT já está criando um álibi para a volta da inflação no próximo ano, atribuindo-a ao atual governo? O que muitos, como eu, gostariam de ouvir do presidente do PT é: "Apesar da alta do câmbio e da especulação, o PT não permitirá, de jeito nenhum, que a inflação volte"."
Eduardo José Daros (São Paulo, SP)


Ética na propaganda
"Rebecca, Helena e Leonardo, crianças com nove, cinco e quatro, respectivamente, assistem acompanhadas pelo pai (32) ao "Sítio do Pica-pau Amarelo". Exatamente às 11h41, entram os comerciais: "Muitas armas de verdade", garante uma das belas propagandas para crianças.
"Resgate com supercanhões", demonstra outra animação bem didática, em que um carro atravessa as paredes ao fugir da polícia.
Qual será a desculpa para permitir que milhões de crianças que vivem em um país assolado pela violência, ao assistirem a um dos raros programas infantis de respeito que a TV brasileira oferece, sejam bombardeadas (literalmente) com mensagens desse tipo? Quais serão os "brinquedos" desses jovens daqui a alguns anos?
Nada que uma criativa propaganda de blindados não resolva."
Paulo Nélson Araujo (Santos, SP)


Crise ambiental
"Tem-se falado quase só em eleições e em crise econômica. Pouca gente tem prestado a devida atenção à enorme crise ambiental que estamos vivendo. Os satélites mostraram 160 mil focos de incêndio.
Continuamos a perder o nosso pouco de mata atlântica que restou em ritmo assustador. A crise ambiental tem consequências muito mais duradouras do que as flutuações da política e da economia, e quase ninguém percebe isso nem move uma palha para mudar a situação. A maioria das pessoas continua presa ao que afeta o presente ou o futuro próximo. Tenho medo do que as gerações futuras falarão de seus antecessores."
Bruno Versiani (Belo Horizonte, MG)


Direita e esquerda
"Ser de direita -liberal ou conservador- não significa defender os satisfeitos e os privilegiados da sociedade. Ser de direita significa valorizar aquilo que de positivo existe nas instituições políticas e sociais do país, como as liberdades individuais e os direitos civis e políticos, buscando alterar o quadro de injustiça social sem comprometer esses princípios e acreditando mais nos indivíduos e no mercado do que no poder do Estado de promover o bem-estar. Ser de esquerda, por outro lado, significa querer mudar o perfil social do país por meio de uma intervenção maior do Estado na economia, entendendo haver uma injustiça intrínseca no funcionamento do mercado.
Para concluir: se defender os satisfeitos é ser de direita, Fidel Castro é de direita, porque os insatisfeitos optam frequentemente por sair do país."
Everton Jobim (Rio de Janeiro, RJ)


Papel crítico
"Parabenizo o sr. Otavio Frias Filho pela isenta e sensível análise em sua coluna de 24/10 ("Coro dos contentes", Opinião, pág. A2). Espero que instituições como o Ministério Público e a imprensa desafinem o coro dos contentes a fim de não termos um consenso cego e irrestrito ao futuro governo do Lula ou de quem quer que seja."
Lourimbergue Veneno (Santos, SP)

 

"No "Coro dos contentes", o sr. Otavio Frias Filho compara Lula a Collor e a Tancredo e se coloca como derrotista, descontente com a possível vitória de Lula -"antes que as decepções inevitáveis, sobretudo num governo sem margem de manobra". Não mostra a menor humildade de reconhecer que Lula perdeu três eleições seguidas para forças reconhecidamente "anabolizantes" que criaram circunstâncias, vamos dizer, não muito éticas.
Se a nossa geração não foi tão feliz como queríamos, vamos correr o risco e dar uma chance aos nossos filhos e netos."
Genival José da Silva (Ribeirão Preto, SP)


Maluf
"Como malufista, não concordo com o leitor Benedito Batista, que, no "Painel do Leitor" de 23/10, disse que o apoio de Paulo Maluf a José Genoino e ao PT soa como obituário de Maluf.
Pelo contrário, esse apoio prova duas coisas: 1) Maluf não fica "em cima do muro'; 2) Não faz política com base em ideologias tolas, mas, sim, pensando nas mudanças necessárias e urgentes."
Alcemir Cássio Amgarten (Valinhos, SP)


Interrogatório
"Nem sempre concordei com as opiniões do dr. Luiz Flávio Gomes. Mas esse renomado jurista merece aplausos por ter demonstrado grande percepção da realidade no seu artigo "Era digital, Justiça informatizada" ("Tendências/Debates", pág. A3, 19/10). A opção pela modalidade atual de interrogatório, em que é necessário trazer o acusado até o fórum, só virá a perpetuar o costumeiro atraso no andamento do processo, o que justifica um posterior pedido de relaxamento da prisão do acusado. E o réu, após a sua soltura, poderá ocultar-se e não cumprir a pena que receber, o que muitas vezes ocorre.
Quanto às garantias do réu, é necessário registrar que um interrogatório por videoconferência pode ser gravado e revisto pelo juiz no momento de proferir a sentença, o que beneficiaria o acusado que falou de forma convincente."
Fernando Albuquerque Soares de Souza (São Paulo, SP)



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