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São Paulo, terça-feira, 28 de outubro de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Crescimento econômico
"O Brasil está vivendo momentos de altos e baixos em uma economia dinâmica, sem fórmulas, porém extremamente desafiadora. Se contabilizarmos os prós e os contras, concluiremos que estamos caminhando para melhor. Nos últimos três meses, a produção industrial cresceu 2,2%, a concessão de novas linhas de crédito, 20%, e as vendas de carros e máquinas agrícolas, 22%. Ou seja, tudo indica que o clima esteja favorável aos negócios. No primeiro semestre, vivemos o mito da mudança, com um forte aperto e a consequente retração da economia. No segundo trimestre, o PIB caiu 1,6% e a renda das famílias, 4%. Já no segundo semestre, os juros caíram e o nível de atividade melhorou. Percebe-se que, apesar de a economia não responder ao espetáculo do crescimento, parte da capacidade ociosa da indústria do país está sendo recuperada nos últimos meses. Os fatores negativos atingiram o bolso do trabalhador, que teve uma queda de 15% em sua renda. Mas, em contrapartida, o atual quadro trouxe aumento da venda de bens duráveis."
José Batista de Carvalho Filho (Campinas, SP)

Patamar de grandes países
"Ao longo da campanha eleitoral, nosso presidente, com os seus discursos controvertidos, prometeu seriedade, respeito aos contratos e coisa e tal. Ao povão e ao empresariado mais dependente das ações do governo prometeu crescimento econômico, empregos, investimentos e embate com o FMI, entre outras coisas. Estava claro que alguém seria enganado. Não deu outra. Mas é importante refletir sobre o seguinte: Lula é um símbolo, nada mais do que isso. Lula chegou a dizer que o "Brasil não é um paisinho qualquer", mas ele age como se fosse. Se o presidente acredita mesmo no que diz, por que não reduz a Selic para patamares próprios de "grandes países'?"
Paulo Emilio Santiago (São Paulo, SP)

Pescar
"É uma pena. O nosso presidente é de origem humilde e, preocupado com a miséria, anseia saciar a fome dos brasileiros menos favorecidos. No entanto ele toma providências errôneas. Doar cestas básicas -principalmente ao pessoal do MST- não atinge o cerne do problema, além de valorizar os desocupados. Só há um meio de dar oportunidade aos menos aquinhoados: disponibilizar educação de qualidade, indistintamente, a todos. Mas, como esse é um processo de longo prazo e não rende tantos frutos eleitoreiros, está sendo descartado. Ensinar a pescar é a solução."
Humberto Schuwartz Soares (Vila Velha, ES)

Viagens
"À custa do erário, ou seja, do meu dinheiro, o assessor especial da Presidência da República, Frei Betto, viajou até a cidade paulista de Presidente Prudente para visitar o casal José Rainha e Diolinda Alves de Souza, dirigentes do MST presos desde julho por sentença judicial. O assessor do presidente Lula, que fez aquela viagem durante horário normal de trabalho, classificou os dois dirigentes de "presos políticos", classificação da qual não se ouvia falar desde o fim do regime militar. Foi com viagens desse gênero que o Palácio do Planalto já gastou, neste ano, quase R$ 10 milhões -enquanto no ano passado, na gestão FHC, gastos semelhantes totalizaram R$ 4 milhões."
Roberto Salgado (Rio de Janeiro, RJ)

Estereótipos
"As fotos da Primeira Página da Folha de ontem, que diferenciam "praia de paulistano" de "praia de carioca", avivam estereótipos já bastante ruins a respeito das duas cidades. A edição das imagens parece querer estimular uma comparação pobre e simplista entre as duas cidades. Um jornal do nível da Folha deveria trabalhar contra os estereótipos."
Marcos Brogna (Americana, SP)

Pobres cães
"Nas últimas semanas, ataques de cães de raças consideradas violentas (pit bull, rottweiler, fila, mastim napolitano) voltaram a ser notícia nos jornais de São Paulo. Três pessoas morreram em decorrência dos ataques. Foram dois ataques na região de Ribeirão Preto, um em Barretos, um em Jacareí, um em Taubaté, um em Americana (no qual as vítimas foram salvas de um pit bull por um labrador), um em Limeira e ainda quatro no Guarujá. É de extrema urgência e importância que uma punição severa seja dada aos responsáveis por esses animais. Também deve ser feita uma fiscalização rigorosa para que sejam cumpridas as leis já sancionadas em relação à posse responsável e à procriação desses cães. Pobres cães, que acabam tornando-se vítimas de seus donos e são transformados, por meio de um treinamento cruel e agressivo, em armas letais e em fonte de lucros em rinhas."
Áurea Abrantes (Rio de Janeiro, RJ)

Circos
"Fiquei muito feliz em saber que há projetos de lei em tramitação no Congresso Nacional que visam proibir circos com animais no Brasil. Apesar de os donos de circo dizerem o contrário, sabemos que, para serem adestrados, os animais são submetidos a vários métodos de tortura -como chicotadas, choques e muitas outros meios pelos quais são forçados a fazer coisas que vão totalmente contra sua natureza. Os animais de circo são condicionados a ter comportamento que os humilham perante a platéia. Precisamos nos conscientizar de que circo não é sinônimo de animal fazendo malabarismos. Circo legal não tem animal!"
Kátia Okumura Oliveira (São Paulo, SP)

Violência
"É impressionante como o Brasil se está tornando um país tão violento e as autoridades quase nada fazem para conter essa assustadora escalada da bandidagem e da criminalidade. A impunidade rola livre e solta em todos os segmentos da sociedade, principalmente no governo, na Justiça e na polícia, o que nos deixa ainda mais assustados. Desfilam na passarela do crime, nos dias de hoje, vereadores, deputados, senadores, juízes, delegados etc. Para confirmar isso, basta abrirmos os principais jornais ou vermos os noticiários da TV. Num passado não muito distante, o "sindicato do crime" era composto tão-somente por indivíduos que viviam à margem da sociedade. Agora, estes são obrigados a dividir seu espaço com os tais "bandidos de colarinho branco". O que me causa estranheza é ver como são as campanhas contra a violência: "cuidado ao sair com o seu carro pela cidade", "verifique se as portas e vidros estão bem fechados", "nunca pare em local suspeito", "nunca reaja a um assalto". Os valores estão mudados: bandidos estão soltos, e os cidadãos de bem estão presos em seus lares. Nós, cidadãos, somos obrigados a nos adequar a essa triste realidade e a dizer amém aos bandidos e, principalmente, às autoridades, que deveriam garantir a nossa segurança."
Rui Tomás Barbosa (Campinas, SP)


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