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RANKING DA CIÊNCIA
A correlação entre o desenvolvimento de um país e sua
produção científica está bem estabelecida. E a ciência feita pelo Brasil
-mais especificamente sua mensuração por meio de artigos publicados
em periódicos internacionais- está,
ao contrário da economia, crescendo
acima da média dos países em desenvolvimento. É o que mostra análise da Fundação Nacional de Ciências
(NSF), a principal agência de fomento dos Estados Unidos.
Em 1988, o Brasil publicou 1.766 artigos em periódicos considerados
mais importantes. Em 2001, esse número saltou para 7.205, um crescimento de 408%. Em termos de América Latina, em 1988, o Brasil respondia por 31,5% da produção regional.
Em 2001, essa cifra subiu para 44,1%
-o maior produtor individual. E a
América Latina, vale notá-lo, foi a
área do planeta que apresentou
maior crescimento entre os países
em desenvolvimento.
É claro que esses resultados, de fato
positivos para o país, precisam ser
relativizados. Quando se divide a
produção científica pela população,
o Brasil cai da primeira posição na
América Latina para a quarta. Com
38,8 publicações por milhão de habitantes, o país está atrás de Argentina
(77,8), Chile (75,7) e Uruguai (47,9).
Quando se considera também a
produção dos países desenvolvidos,
a situação das nações em desenvolvimento muda radicalmente. Os ricos
respondem por 83% das publicações, contra apenas 17% de todos os
emergentes. Em 2001, o Brasil foi a
origem de pouco menos de 1,5% dos
artigos do mundo.
Isso demonstra que ainda é longo o
caminho a percorrer. Para continuar
ampliando a produção científica, o
Brasil precisaria seguir investindo
cada vez mais em pesquisa e desenvolvimento. Lamentavelmente, porém, há motivos para temer que a situação tenha mudado para pior nos
dois primeiros anos do governo Luiz
Inácio Lula da Silva, quando o ajuste
fiscal perseguido com cada vez mais
ímpeto pelo Planalto levou ao contingenciamento de verbas de ciência
e tecnologia.
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