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Editoriais
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Mão-de-obra difícil
A RECENTE aprovação, no
Senado, da Rede Federal
de Educação Profissional,
Científica e Tecnológica é um
passo pequeno, ainda que na direção correta, para preencher
uma das grandes lacunas na formação dos brasileiros: o ensino
profissional.
A rede pretende organizar o setor a partir da integração das atividades dos centros federais tecnológicos, escolas técnicas, agrotécnicas e vinculadas às universidades federais. Foram criados
38 institutos, abrangendo todos
os Estados e o Distrito Federal.
Paralelamente à reorganização, está em curso um aumento
considerável no total de escolas.
Pelos planos oficiais, o número
de instituições de perfil técnico
chegará a 354 em 2010 -atualmente são 215. O objetivo é ampliar a oferta de vagas para 500
mil. Se a expansão se concretizar, mais que triplicará o número
oferecido em 2003 -160 mil.
Para ser bem-sucedida, é importante que essa expansão contemple principalmente os alunos do ensino médio. Infelizmente, a responsabilidade da
educação profissionalizante tem
sido transferida no período recente para o ensino superior.
Na contramão do mundo, a
educação profissional no Brasil
atinge menos de 10% do total de
matrículas do ensino médio. É
um número pequeno se comparado com nações industrializadas. Na maior parte dos países,
ao menos 30% dos alunos dessa
faixa etária estão em escolas profissionalizantes. Em alguns, essa
proporção atinge 70%.
Esse requisito é parcialmente
preenchido pela nova rede pública. Pelo menos 50% das vagas serão destinadas ao ensino médio,
que será acadêmico, integrado ao
profissional.
É preciso mais, contudo, para
acelerar a oferta de ensino técnico. Deslanchar parcerias com a
rede privada e organizações civis
-a exemplo do que foi feito recentemente com o Sistema S- é
uma alternativa promissora.
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