São Paulo, domingo, 28 de dezembro de 2008

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Editoriais

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Mão-de-obra difícil

A RECENTE aprovação, no Senado, da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica é um passo pequeno, ainda que na direção correta, para preencher uma das grandes lacunas na formação dos brasileiros: o ensino profissional.
A rede pretende organizar o setor a partir da integração das atividades dos centros federais tecnológicos, escolas técnicas, agrotécnicas e vinculadas às universidades federais. Foram criados 38 institutos, abrangendo todos os Estados e o Distrito Federal.
Paralelamente à reorganização, está em curso um aumento considerável no total de escolas. Pelos planos oficiais, o número de instituições de perfil técnico chegará a 354 em 2010 -atualmente são 215. O objetivo é ampliar a oferta de vagas para 500 mil. Se a expansão se concretizar, mais que triplicará o número oferecido em 2003 -160 mil.
Para ser bem-sucedida, é importante que essa expansão contemple principalmente os alunos do ensino médio. Infelizmente, a responsabilidade da educação profissionalizante tem sido transferida no período recente para o ensino superior.
Na contramão do mundo, a educação profissional no Brasil atinge menos de 10% do total de matrículas do ensino médio. É um número pequeno se comparado com nações industrializadas. Na maior parte dos países, ao menos 30% dos alunos dessa faixa etária estão em escolas profissionalizantes. Em alguns, essa proporção atinge 70%.
Esse requisito é parcialmente preenchido pela nova rede pública. Pelo menos 50% das vagas serão destinadas ao ensino médio, que será acadêmico, integrado ao profissional.
É preciso mais, contudo, para acelerar a oferta de ensino técnico. Deslanchar parcerias com a rede privada e organizações civis -a exemplo do que foi feito recentemente com o Sistema S- é uma alternativa promissora.


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