|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
A reeleição no Senado
FERNANDO RODRIGUES
Brasília - Atenção investidores estrangeiros e interessados em geral:
nunca é demais dizer que não será
"mamão com açúcar'' a aprovação
da emenda da reeleição no Senado.
Já aprovada na Câmara -com um
dos maiores aparatos de convencimento de que o Legislativo brasileiro
tem notícia-, essa emenda está para
ser votada em maio no Senado.
O presidente da Casa, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), tem dito que
espera votar a matéria na semana de
12 de maio. A data mais provável é o
dia 13, uma terça-feira.
Para ser aprovada, são necessários
os votos favoráveis de dois terços dos
81 senadores. Isso significa que, sem 54
votos a favor, nada de reeleição.
Agora, um fato da maior relevância:
33 senadores já assinaram uma proposta de emenda ao texto da reeleição
proibindo que governadores e prefeitos disputem um novo mandato no
cargo. Isso seria permitido apenas para o presidente da República.
A emenda da desincompatibilização
dos governadores e prefeitos, redigida
por Lucídio Portella (PPB-PI), ganhou
logo o apoio de governistas.
A coleta de assinaturas ocorreu na
semana passada. É importante mencionar que ainda falta a adesão de um
senador do bloco das esquerdas. A
tendência é que o apoio aumente.
Em tese, essa emenda não seria um
problema para FHC. Afinal, não o
atinge de forma direta.
O problema do presidente é que a
emenda da reeleição foi patrocinada,
em grande parte, pelos argumentos
concretos que muitos governadores
ofereceram aos deputados de seus Estados. Os governadores também querem ficar mais quatro anos no cargo.
Quando esses grandes patrocinadores da reeleição de FHC, os governadores, perceberem que não poderão ter
as mesmas regalias do presidente da
República, é provável que o apoio arrefeça.
Esse é só um dos problemas da reeleição no Senado. Há outros, que serão
relatados em breve. Nada impede, é
claro, que a emenda acabe aprovada.
Mas não será fácil. Nada fácil.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|