São Paulo, sábado, 29 de abril de 2000


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PAINEL DO LEITOR


Editorial

"Gostei do editorial "Ajustes que duram pouco" (Opinião, 25/4). Inegavelmente o México e o Chile estão em um caminho sem volta, rumo ao desenvolvimento econômico sustentado. O México, por ter se associado ao maior mercado do mundo, atrair capitais como consequência e fazer algumas reformas, não todas, mas as suficientes para trazer o progresso, melhorar o social e trazer esperança. O Chile fez as reformas, cresce aceleradamente e eliminou a possibilidade prática de desvio de rota.
Já Brasil e Argentina são como dois náufragos que se abraçam no Mercosul. A Argentina ainda pode justificar sua associação ao Brasil, o único mercado grande que a aceita a curto prazo. Nem um nem outro completaram as reformas. A Argentina apresenta importante déficit fiscal e tem uma taxa de câmbio que não permite uma exportação competitiva de manufaturados. O Brasil fez um ajuste fiscal ruim, tem um déficit crônico na previdência pública, um sistema tributário deficiente e só fica à tona mediante atração de capitais externos, visto que suas exportações anuais são inferiores aos compromissos financeiros em moedas estrangeiras.
A situação do Brasil é pior que a da Argentina, pois esta tem um governo sério e a chance de arrumar as coisas antes das próximas eleições presidenciais. Já o Brasil tem governo sério, mas não terá mais oportunidade de arrumar as coisas antes das próximas eleições, visto que, mesmo que fosse crescer aceleradamente, dificilmente escapará, na campanha de 2002, de algum maluquete ou idiota capaz de empolgar as massas desesperançadas.
O Brasil permanecerá um risco de crédito razoável enquanto o governo FHC durar. Caso seu substituto não tenha as mesmas seriedade e credibilidade, o pesado endividamento externo precipitará uma crise muito parecida com a que Rússia, Indonésia e Equador atravessaram nos últimos meses."
Igor Cornelsen (São Paulo, SP)

Esclarecimento

"Externo minha preocupação com a citação de meu nome e o de minha mulher, Maria Luiza da C. P. Nascimento, em duas reportagens publicadas na Folha (25/4, Brasil) assinadas pela repórter Sônia Filgueiras.
A referida repórter telefonou para um escrevente do Cartório da 2ª Vara dos Feitos das Fazendas e Registros Públicos da Comarca de Palmas no dia 15 do mês em curso (sexta-feira), onde foi informada de minha viagem ao município de Novo Acordo.
De forma grosseira, a repórter deixou com o escrevente os telefones (061) 9986-7678 ou (061) 328-3005, dizendo-lhe que aguardaria minha ligação, pois estava dando uma oportunidade para me manifestar sobre a nomeação do juiz eleitoral de Palmas.
Na segunda-feira, quando retornei ao trabalho, recebi o recado e retornei a ligação, entretanto, no telefone 9986-7678 ninguém conhecia Sônia Filgueiras, e no fone 328-3005, ninguém atendeu. No dia seguinte, 18/4, no período verspertino, consegui falar com alguém no 328-3005, mas a repórter não estava, e deixei recado. Depois disso, não tive mais qualquer contato com a repórter ou com qualquer pessoa da redação.
A reportagem, intitulada "Troca foi feita porque carpete apodreceu", relata as suspeitas da repórter quanto a uma troca do piso do Palácio do Governo, em razão da aquisição do material de reforma em uma empresa de um dos filhos do governador. Até aí, nada demais, pois tratava-se de um fato, verídico ou não, que em nada me diz respeito.
O conteúdo da reportagem, em momento algum, refere-se à minha pessoa; mas, a incompreensível conclusão da repórter, proporciona aos incautos ilações inexistentes, o que, tenho certeza, não faz parte da coerente linha de trabalho da Folha, pelo que, deve ser reparada.
A reportagem intitulada "Denúncias marcam governo" menciona que a oposição ao governo de Palmas pretende obter o meu afastamento da Zona Eleitoral de Palmas, e, reportando-se a um vereador -Lutero Fonseca (PPS)- afirma que, antes de ingressar na magistratura, fui advogado do governador; que frequento sua casa; e, que minha mulher, Maria Luiza, exerce o cargo de vice-reitora da Universidade do Tocantins, que seria da confiança do governador.
Com efeito, tais fatos são inverídicos.
Primeiro, porque não existe em Palmas nenhum vereador com o nome de Lutero Fonseca. Segundo, porque não existe nenhum pedido de meu afastamento da 29ª Zona Eleitoral, em Palmas, tramitando no egrégio Tribunal Regional Eleitoral. Terceiro, porque nunca advoguei para o governador Siqueira Campos ou qualquer outro governador. Quarto, porque as poucas vezes que estive na residência oficial do governador, ou no Palácio, foi na condição de presidente da Asmeto -Associação dos Magistrados do Estado do Tocantins, que tive a honra de presidir durante quase seis anos, tratando de interesses da magistratura tocantinense. E, por último, minha mulher, Maria Luiza, que além de pedagoga, e servidora concursada do Tribunal de Justiça do Tocantins, foi colocada a disposição da Fundação Universidade do Tocantins, em fevereiro/99 a pedido do então reitor professor Ruy Rodrigues, onde foi por ele nomeada pró-reitora de Extensão e Assuntos Comunitários."
Sandalo Bueno do Nascimento, juiz eleitoral da 29ª Zona Eleitoral (Palmas, TO)
Resposta da jornalista Sônia Filgueiras - 1) Lutero Fonseca hoje é suplente de vereador pelo PPS e presidente do diretório do partido em Palmas. Exerceu o cargo entre novembro de 1999 e março de 2000. 2) O juiz Sândalo Bueno foi procurado na sexta-feira, 14/4, e na quarta-feira, 19/4, para responder a Lutero Fonseca, que o acusou, em documento assinado pelo PPS e outros partidos, de advogar para o governador. O número de celular que o juiz cita em sua carta em sua carta (9986-7678) está errado. A reportagem deixou o número 9986-7687.

Voto e consequência

"Minha indignação com a manchete publicada pela Folha dando conta da subida de Maluf nas pesquisas foi muito bem traduzida por Clóvis Rossi com seu texto "Os imorríveis" (Opinião, 28/4). Pena que o prazer dessa leitura não se sobrepõe ao pânico de saber que, entre nós, nos cinemas, nos restaurantes, nas ruas inseguras e esburacadas e (Deus me livre) até dentro de nossas próprias famílias, convivemos de forma insuspeita com essa espécie de cidadão que devota adoração a esse tipo de político."
Jorge Tarquini (São Paulo, SP)


Convocação popular

"Depois das vaias do Morumbi, se a célebre frase "a voz do povo é a voz de Deus" fosse sempre respeitada, poderíamos até não possuir os melhores representantes políticos, mas com certeza teríamos sempre a melhor seleção de futebol do mundo."
Hamilton J. Ansanello (Rio Claro, SP)


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