São Paulo, sábado, 29 de maio de 2004

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PAINEL DO LEITOR

Amazonas
"Foi com surpresa que li a reportagem "Vice do AM é acusado de coagir delegada" (Cotidiano, pág. C5, 28/5), assinada pela jornalista Kátia Brasil. O texto diz que sou acusado de ter coagido a delegada do Menor Graça Silva por conta de um suposto processo criminal no qual seria citado por ter sido algoz sexual de uma menor -de 15 anos. Vamos à verdade: 1) Não coagi nem pressionei nenhuma autoridade policial quanto à entrega de qualquer documento relativo a processo de interesse da CPMI instaurada para apurar esse tipo de crime; 2) Não conheço a denunciante e desconheço qualquer processo criminal que me envolva no fato narrado na reportagem -e duvido que exista; 3) Estou certo de que, após ter divulgado em minha cidade que sou pré-candidato a prefeito de Manaus, estarei passível de ser vítima desse tipo de mentiras. Em respeito à minha família, estou requerendo à 4ª Vara Criminal de Manaus a cópia do suposto processo mencionado na reportagem a fim de tomar as medidas cabíveis."
Omar José Abdel Aziz, vice-governador do Estado do Amazonas (Manaus, AM)

Resposta da jornalista Kátia Brasil - A acusação de coação partiu da delegada Graça Silva, da Delegacia do Menor, e de integrantes da CPI de Exploração Sexual. O missivista foi ouvido pela repórter, e o jornal divulgou sua versão. O texto não fala em processo criminal, e sim em inquérito, que está na 4ª Vara Criminal desde junho de 2003 e cuja cópia foi obtida por esta repórter.

Saúde
"Em relação à carta "Saúde" ("Painel do Leitor", 27/5), informo que a Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) tem defendido que a assistência ao parto deve ser feita por uma equipe multiprofissional composta pelos médicos obstetra, pediatra e anestesista e pela enfermeira obstetra. Defende, pois, a participação de todos os profissionais de saúde envolvidos na assistência ao parto, independentemente do local. Na opinião da Febrasgo, a assistência ao parto deve ser feita em ambiente adequado, que possua os recursos indispensáveis à segurança da mãe e do recém-nato. As Casas de Parto (Centro de Parto Normal) não oferecem uma maternidade segura, pois não abrigam toda a equipe necessária para a adequada assistência ao parto e, em geral, não estão preparadas para intervir a tempo nas inesperadas e imprevisíveis intercorrências obstétricas que podem colocar em risco a vida da gestante e a do feto."
Edmund C. Baracat, presidente da Febrasgo (São Paulo, SP)

Celso Daniel
"Na reportagem "Promotoria é "eleitoreira", dizem deputados petistas" (Brasil, 25/5), foi-me atribuída erroneamente a seguinte frase: "Se o Ministério Público quer ser respeitado, não pode permitir que membros do órgão atuem em períodos eleitorais". Não é o que penso nem foi o que eu disse. A frase correta, de sentido diferente, publicada até mesmo em outros jornais, é: "Se o MP quer ser respeitado, não pode permitir que seus membros ajam com motivação política em períodos eleitorais"."
Professor Luizinho, deputado federal (PT-SP), líder do governo na Câmara (Brasília, DF)

Bem grandinhos
"No caderno Dinheiro de 27/5, foi informado que os bancos têm uma "posição comprada" em dólares que era de US$ 1,207 bilhão em abril e, em 18 de maio, passou para US$ 3,442 bilhões. Um aumento de mais de US$ 2,2 bilhões. Coincidentemente, isso ocorreu no período em que o dólar passou de R$ 2,90 para R$ 3,12. Seria coincidência ou informação privilegiada? Não importa, os bancos "ganharam os tubos". Esse fato apenas mostra que os bancos já sabem andar sozinhos e não precisam mais da tutela do Estado. Assim, o senhor presidente pode assumir a Presidência da República e mudar a política econômica, baixando os juros bancários, desafogando a economia e a produção e, de quebra, aumentando o emprego e gerando desenvolvimento para o povo e para o país. Os banqueiros já estão emancipados e bem grandinhos e não precisam mais de tanto auxílio da equipe econômica do governo."
Raul Reinaldo Morales Cassebe (Parapuã, SP)

Aulas
"É até engraçado quando eu digo aos meus amigos que, na oficina da Fatec-SP onde estudo, eu tenho aulas de mecânica usando um torno de 30 anos atrás e faço cálculos usando o câmbio de uma Brasília. Como pode uma faculdade de tecnologia estar tão atrasada no conhecimento? O nosso governo não possui moral nenhuma para dizer que tem avançado nesse mundo moderno. Os alunos querem um conhecimento digno para poder prosperar nas empresas e exportar tecnologia."
Mario Gomes dos Santos (Ferraz de Vasconcelos, SP)

Cotas
"É uma vergonha que ainda exista a defesa e a implementação de cotas raciais e de "benefícios para a inclusão de alunos vindos de escola pública" no Brasil (caderno Cotidiano, 26/5). Em um país que prega a igualdade e a justiça racial e social, a solução encontrada para tal problema é, no mínimo, ingênua e incongruente. Esses privilégios concedidos aos alunos, baseados na raça ou na origem, evidenciam e perpetuam o ciclo de preconceito e de racismo em vez de auxiliarem na erradicação desses males. Os princípios de igualdade entre as pessoas estão simplesmente derrocados. Como vestibulanda, reivindico os meus direitos de ter chances iguais às de todos os outros concorrentes, independentemente da raça, da cor ou da condição social."
Carolina Yoko Furusho, aluna do terceiro ano do ensino médio da rede privada (São Paulo, SP)

Sem diferenças
"Quando o interesse bate à porta, as ideologias são esquecidas. Alguns candidatos à Prefeitura de São Paulo, representados pelos dirigentes do PMDB, do PSB, do PDT e do PPS, vão se reunir na segunda-feira para tentar alinhavar uma aliança para a criação de uma "quarta via", como mostra a reportagem de Kennedy Alencar (Brasil, 28/5). Não importam mais as diferenças marcantes entre os candidatos ou as ideologias dos partidos. Importa apenas poder continuar na briga."
Mariane Machado Batistella (Araras, SP)

Investigações criminais
"No momento em que se discute intensamente nos meios jurídicos a possibilidade de o Ministério Público conduzir diretamente investigações criminais com o argumento de que agregariam eficiência às apurações, foi muito reveladora a reportagem "Quadrilha do sangue atuava desde 1997" (Brasil, 23/5). Nela, o procurador da República responsável pela investigação do grupo criminoso que agia no setor de hemoderivados -com base em dossiês anônimos recebidos em 1998- afirmou não ter conseguido reunir elementos suficientes para comprovar as fraudes, pois tinha somente "testemunhas indiretas". A realidade é que o MPF não possui o preparo nem os meios necessários para a condução de investigações. Só a Polícia Federal, como demonstrado, foi capaz de realizar monitoramentos telefônicos, buscas, apreensões e perícias que poderão levar ao desmantelamento dessa deletéria organização criminosa."
Luís Flávio Zampronha de Oliveira (Brasília, DF)


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