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FERNANDO RODRIGUES
Provas em profusão
BRASÍLIA - Durante o caso do
mensalão ouvia-se que o governo
Lula era o mais corrupto da história. É difícil comprovar de maneira
minimamente científica essa afirmação. Não existe um "corruptômetro" que meça os diversos governos, de maneira sucessiva.
Já no caso dos deputados e senadores sanguessugas é possível afirmar que, desde o retorno do país à
vida democrática plena, em 1985,
nunca houve tantos políticos envolvidos num caso de roubalheira e, eis
aí a diferença, tantas provas à disposição da Justiça.
Certamente o país já teve escândalos com somas superiores de dinheiro, muita gente envolvida e esquemas mais sofisticados. O mensalão, dizia Roberto Jefferson, encrencava 80 congressistas. Ocorre
que pessoas-chave nunca entregaram as provas necessárias.
No caso dos sanguessugas há uma
profusão de evidências que serão
convertidas em provas no processo
judicial. O conhecimento dos detalhes comezinhos prestam um serviço ao país. Mostram como se comportam na intimidade as "suas excelências", os congressistas.
Jornalistas estamos o tempo todo angustiados por intuir certos
malfeitos nos corredores do Congresso sem ter como noticiá-los.
Agora, há documentação a respeito.
As formas de propina revelam a
indigência ética de parte do Congresso. Um deputado recebeu uma
máquina de cafezinho para seu gabinete. O genro de uma senadora
quis a quitação de uma dívida de R$
35 mil. Outro pediu um carro com o
seguro já pago. Os de paladar mais
apurado exigiram passagens para
toda a família ir a Nova York -certamente para passear nas charretes
jecas do Central Park.
A melhor atitude da CPI dos Sanguessugas é continuar, como tem
feito, a dar ampla divulgação às evidências que for encontrando.
frodriguesbsb@uol.com.br
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