São Paulo, sábado, 29 de julho de 2006

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LUCIANO MENDES DE ALMEIDA

A violência continua

OS DISPAROS de mísseis contra a região sul de Beirute não cessaram, apesar do apelo das nações intercedendo pela paz. Nestes dias, em vez de cessar o fogo, estamos diante de uma operação de guerra.
O que está sucedendo no Líbano é de estarrecer. Difícil é explicar as lutas históricas e intermináveis na Terra Santa e nas regiões limítrofes. Não se trata de acusar ninguém, mas é obrigatório respeitar os direitos básicos da pessoa humana.
O bombardeio de Beirute continua atingindo muitos inocentes, destruindo quarteirões e obrigando a população a sair de suas casas. Os cidadãos de outros países, entre os quais os do Brasil, encontram-se em situação aflitiva, como acompanhamos pelos noticiários. Alguns não conseguiram ainda deixar o Líbano. Precisamos alimentar a fé e elevar as mãos ao Pai comum, pedindo ao Deus da paz que nos ensine a cessar com a violência fratricida.
Como é possível sobreviver no mundo da insegurança e do medo?
Voltamo-nos para os organismos internacionais, embora enfraquecidos, para que consigam arbitrar questões desta gravidade. Como ajudar as crianças e jovens desses países vítimas da aflição e nascidos no ódio que se incute no coração, impedindo que se estabeleça um diálogo franco e justo?
A resposta é o recurso a Deus, para que supere o rancor e o ódio de nossos corações.
As forças humanas mostram-se impotentes para vencer ressentimentos milenares. A esta situação de conflitos armados no Oriente Médio, temos que unir o drama das populações pobres do continente africano, onde perecem a cada dia milhares de seres humanos, vítimas das hostilidades tribais, doenças, endemias sem tratamento e carência quase absoluta de água, alimento e remédios. O mundo não pode esquecer a África tão sofrida.
O recurso a Deus envolve uma profunda conversão de valores em que os deveres para com próximo devem se tornar prioridade para todos. Impossível a paz num mundo de injustiças.
Não podemos assistir de longe, como espectadores, o padecimento atroz de bilhões de pessoas, que Deus nos ensina a amar como irmãos na partilha e no perdão.
É possível um mundo diferente se abrirmos o coração ao mandamento do amor, que envolve todos os credos, raças e culturas no pleno respeito à diversidade da ação de Deus no coração humano.


almendescuria@yahoo.com.br

DOM LUCIANO MENDES DE ALMEIDA
escreve aos sábados nesta coluna.


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