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LUCIANO MENDES DE ALMEIDA
A violência continua
OS DISPAROS de mísseis contra a região sul de Beirute
não cessaram, apesar do
apelo das nações intercedendo pela paz. Nestes dias, em vez de cessar
o fogo, estamos diante de uma operação de guerra.
O que está sucedendo no Líbano
é de estarrecer. Difícil é explicar as
lutas históricas e intermináveis na
Terra Santa e nas regiões limítrofes. Não se trata de acusar ninguém, mas é obrigatório respeitar
os direitos básicos da pessoa humana.
O bombardeio de Beirute continua atingindo muitos inocentes,
destruindo quarteirões e obrigando a população a sair de suas casas.
Os cidadãos de outros países, entre
os quais os do Brasil, encontram-se
em situação aflitiva, como acompanhamos pelos noticiários. Alguns
não conseguiram ainda deixar o Líbano.
Precisamos alimentar a fé e elevar as mãos ao Pai comum, pedindo ao Deus da paz que nos ensine a
cessar com a violência fratricida.
Como é possível sobreviver no
mundo da insegurança e do medo?
Voltamo-nos para os organismos
internacionais, embora enfraquecidos, para que consigam arbitrar
questões desta gravidade.
Como ajudar as crianças e jovens
desses países vítimas da aflição e
nascidos no ódio que se incute no
coração, impedindo que se estabeleça um diálogo franco e justo?
A resposta é o recurso a Deus, para que supere o rancor e o ódio de
nossos corações.
As forças humanas mostram-se
impotentes para vencer ressentimentos milenares.
A esta situação de conflitos armados no Oriente Médio, temos
que unir o drama das populações
pobres do continente africano, onde perecem a cada dia milhares de
seres humanos, vítimas das hostilidades tribais, doenças, endemias
sem tratamento e carência quase
absoluta de água, alimento e remédios. O mundo não pode esquecer a
África tão sofrida.
O recurso a Deus envolve uma
profunda conversão de valores em
que os deveres para com próximo
devem se tornar prioridade para
todos. Impossível a paz num mundo de injustiças.
Não podemos assistir de longe,
como espectadores, o padecimento
atroz de bilhões de pessoas, que
Deus nos ensina a amar como irmãos na partilha e no perdão.
É possível um mundo diferente
se abrirmos o coração ao mandamento do amor, que envolve todos
os credos, raças e culturas no pleno
respeito à diversidade da ação de
Deus no coração humano.
almendescuria@yahoo.com.br
DOM LUCIANO MENDES DE ALMEIDA escreve aos
sábados nesta coluna.
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