São Paulo, sábado, 29 de agosto de 2009

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PAINEL DO LEITOR

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Chacrinha não
"Extremamente imerecida a comparação feita no editorial "A hora do Chacrinha" (Opinião, 27/8). O grande Abelardo Barbosa foi um ícone da comunicação, sendo injusto traçar qualquer paralelo entre o seu inesquecível programa e as cenas de mau gosto que ocorrem no circo mambembe que é o nosso Senado. O prazer de passar uma tarde de sábado em companhia do comunicador é diametralmente oposto à náusea que nos dá assistir às deprimentes cenas proporcionadas pelos ilustres senadores."
MARCOS GOMES TAVARES (Belo Horizonte, MG)

 

"O editorial "A hora do Chacrinha" não informa com precisão ao afirmar que eu havia silenciado acerca das denúncias contra o presidente da Casa, José Sarney. Conforme discursos proferidos nos dias 6, 8 e 27 de julho e 3, 4 e 7 de agosto, propus, por diversas vezes, que o senador José Sarney se afastasse da presidência para explicar, perante o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, todas as questões suscitadas nas representações contra ele ali apresentadas.
Transmiti aos jornalistas da Folha que cobrem o Senado o meu diálogo pessoal com o presidente José Sarney no dia 7/7, por ocasião da sessão solene em comemoração ao aniversário do Plano Real, em que lhe sugeri fortemente que se licenciasse do cargo.
Na ocasião, ele argumentou que, com tal atitude, estaria diminuído.
Ponderei a ele que, ao contrário, seria um ato digno que se poderia esperar do presidente do Senado."
EDUARDO MATARAZZO SUPLICY , senador -PT-SP (Brasília, DF)

Nota da Redação - Não há comparação entre os envergonhados pedidos de afastamento temporário do senador José Sarney, que o senador Eduardo Suplicy e outros petistas faziam antes de a questão ser decidida no Conselho de Ética, e o espetáculo do cartão vermelho, exposto aos fotógrafos depois que as investigações estavam enterradas -graças aos votos do PT.

Fumo
"Em "O "mito" (?) do fumo passivo" ("Tendências/Debates", 25/8), o secretário Luiz Roberto Barradas Barata está borrado de razão. Mas há uma questão brilhantemente discutida por Luiz Felipe Pondé em "A volta da freiras feias" (24/8), que são os limites da atuação do Estado em uma sociedade democrática. Somos da ciência, ambos não fumantes, e sabemos dos erros históricos cometidos em nome de siglas diversas. E preocupam-me as garras desproporcionais do Estado quando questões mais prementes, como poluição ambiental, miséria, fome e doenças, grassam nas ruas."
CARLOS ALBERTO ROSA (Atibaia, SP)

Opportunity
"Os vazamentos seletivos das investigações sobre o Opportunity no âmbito do Acordo de Cooperação Internacional têm dado margens a erros e à manipulação dos fatos. A reportagem "Governo americano rastreia operações suspeitas de Dantas" (Brasil, 25/8) divulgava trechos de declarações prestadas em juízo pelo senhor Kenneth Lyn Counts. Não explicava, todavia, que as afirmativas foram desconsideradas pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos.
Para efetuar o bloqueio, o Departamento de Justiça americana se baseou exclusivamente nas informações do juiz e do delegado brasileiros, sem fazer nenhuma análise de autenticidade ou evidência.
O Departamento de Justiça americana reconheceu que não poderia ter aceitado esse pedido sem nenhuma evidência e solicitou que um empregado seu fizesse uma declaração como "expert". O que foi feito. Mais tarde ficou comprovado que a sua declaração foi considerada falsa por ter sido fundamentada em premissas erradas, sem a leitura adequada dos documentos do processo, mostrando a sua falta de imparcialidade, o que é um requerimento básico para um expert. Após esses fatos acima descritos, o Departamento da Justiça americana admitiu o erro.
No Brasil, todavia, as declarações viraram reportagem, sem ressalvas, em um dos jornais mais prestigiados. A publicação com os fatos enviesados ocorreu exatamente no dia em que estava agendado no Superior Tribunal de Justiça o julgamento do habeas corpus impetrado pelo Opportunity referente à ilegalidade da abertura dos HDs do Banco Opportunity."
CORIOLANO GATTO , Insight Engenharia de Comunicação (Rio de Janeiro, RJ)

Resposta do jornalista Rubens Valente - O Departamento de Justiça americano considerou "espúria" a alegação de falsidade do testemunho suscitada pela empresa ligada ao Opportunity e informou que "as assertivas factuais contidas no testemunho de 6 de abril permanecem verdadeiras". O testemunho foi apenas atualizado e revisado, dois meses depois, com a entrega de novos documentos.

Indenizações
"A nota "Balanço Geral 2" (coluna de Mônica Bergamo, Ilustrada, 10/ 8) divulgou uma informação incorreta. Na gestão do ministro da Justiça, Tarso Genro, os gastos com as indenizações não cresceram em comparação com os dois últimos anos do governo FHC. Ao contrário, houve uma queda significativa. No governo anterior (entre 2001 e 2002), foram concedidas 1.467 prestações mensais vitalícias, e não sete, como foi informado na nota, com valor médio de R$ 3.863,89. Essas indenizações somaram R$ 5,66 milhões. Na gestão Tarso Genro (2007 até hoje), foram 1.035 prestações mensais -valor médio de R$ 2.573,92. O gasto total foi de R$ 2,66 milhões, menos da metade do período FHC."
PATRÍCIA DE ALMEIDA COSTA , coordenadora da assessoria de comunicação do Ministério da Justiça (Brasília, DF)

Resposta da jornalista Mônica Bergamo - A comparação entre todos os ministros da Justiça dos dois governos - e não só Tarso Genro - mostra que, no governo Lula, o Ministério da Justiça concedeu mais anistias (6.756, ou 1.039 por ano) do que o de FHC (1.467 em dois anos, ou 733 por ano) e gastou mais (R$ 25 milhões, ou R$ 3,8 milhões por ano) do que no governo tucano (R$ 5,6 milhões, ou R$ 2,8 milhões por ano). Sobre o número de anistias do governo Fernando Henrique, leia a seção "Erramos".

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