São Paulo, terça-feira, 29 de outubro de 2002

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PAINEL DO LEITOR

Luminoso
"Um presidente e muita esperança" (caderno E agora, Lula?, pág. Especial 13, 28/10), de autoria de Antonio Candido, é um artigo completamente luminoso nessa vitória que não é a tomada do poder pelo operariado, mas, sim, uma vitória que poderá ser o começo de uma fase redentora.
Estou muito emocionada e pretendia citar trechos do artigo, mas, de repente, descobri que todo artigo é da maior importância: seria como republicá-lo novamente.
Meu abraço entusiástico ao querido Antonio Candido e à Folha, que deu ao artigo a importância que ele merece."
Lygia Fagundes Telles, escritora (São Paulo, SP)

 

"Enquanto os europeus se movem para a direita, nós, na América Latina, nos movemos para a esquerda.
Lá, diante da crise do estado de bem-estar, eles saem em apoio de programas conservadores a fim de salvar um mínimo das conquistas obtidas com a guarda desse estado. Aqui, nós ainda lutamos para firmar essas conquistas. Infelizmente, não podemos nos dar ao luxo de sermos conservadores, pois não temos um legado social digno de ser defendido.
Votei no Lula na esperança de que ele inicie a construção desse legado. Acho que o preço serão decisões difíceis, como a reintrodução de algum controle cambial, a reestruturação da dívida pública, a redução da taxa de juros, o redirecionamento do crédito público etc. Mas só elas podem dar uma chance ao desenvolvimento e ao emprego -as moedas com que negociar as demandas que irão chover.
Tenho 60 anos e sempre torci pelo Brasil. Mas confesso que já estava me conformando com a idéia de morrer sem vê-lo no caminho da dignidade e do respeito internacional. A eleição de Lula me reacendeu a esperança.
Espero que a alternância de poder que ele está protagonizando, o teste de fogo de que nossa democracia necessitava, represente também uma forma diferente de governar. Uma forma que, sem quebra dos fundamentos capitalistas do Estado, mostre que é possível colocá-lo enfaticamente a serviço dos "sem-capital"... para o bem do capitalismo."
Messias Reis de Morais (São Paulo, SP)

 

"Gostaria de parabenizar o presidente Fernando Henrique Cardoso pela sua dedicação e pelo seu esforço nesses oito anos de governo. O tempo vai-se encarregar de mostrar o quanto ele foi importante para o povo brasileiro.
A ilusão tomou conta do povo nesta eleição, mais logo o povo vai perceber que ninguém faz milagres.
Gostaria de pedir ao sr. FHC que não nos abandone e que, se possível, oriente esse novo governo.
Presidente Fernando Henrique, que Deus o abençoe! E obrigado por tudo."
Vlademir Fernando Baptista (Piracicaba, SP)

 

"Não deve ser muito cômodo chegar ao final de oito anos no comando do país e ler nos jornais que o "desemprego em São Paulo é o maior da história" e que a "inflação come renda, que recua pelo 20º mês consecutivo" (Folha, 24/10).
Para um presidente que pretende passar para a história, o sr. Fernando Henrique Cardoso conseguiu: será conhecido com o presidente que passou para o seu sucessor o "maior mico da história".
Espero que o presidente eleito tenha fôlego para recuperar esses anos perdidos."
Maria Tereza Mantovani (Campinas, SP)

 

"Lula, um líder maduro, consciente de seus limites e possibilidades, com um grande talento de negociador. Um líder provido do grande sonho de construir no Brasil uma democracia de massas, menos desigual. Líder que sabe que vai ser preciso paciência, negociação, vencer resistências e articular alianças [para atingir seus propósitos]."
Essas palavras não são minhas, mas de Márcio Thomaz Bastos. Foram publicadas na Folha em 7/12/00 ("Impressões de um turista acidental", pág. A3) e relatam as agradáveis surpresas que o ex-presidente da OAB teve ao viajar a Cuba com o agora presidente eleito.
Como Thomaz Bastos, todos nós, queiramos ou não, embarcamos na mesma viagem para a qual ele esperava ser convidado: "Conheça o Planalto com Lula". Boa sorte, presidente! Boa viagem, Brasil!"
Denis Donoso (São Paulo, SP)

 

"A entrevista de Jorge Bornhausen ("PFL pretende constranger PT no Congresso", Eleições 2002, pág. Especial 9, 27/10) evidencia pelo menos uma coisa: o PFL não sabe perder eleições democráticas.
A ânsia pelo poder impede que o presidente do PFL admita que o presidente eleito ganhou porque o povo quis assim.
Lula perdeu três eleições e acatou a decisão popular. Bornhausen deveria fazer o mesmo.
Jorge Bornhausen demonstrou tanta sabedoria política que já deveria ter percebido que o Brasil mudou."
Marcelo José de Souza (São Paulo, SP)

 

"Hoje há uma estrela a mais brilhando no céu do Brasil.
Tenho 23 anos e faço parte de uma geração que cresceu, desde a infância, acreditando no sonho do PT. Hoje tenho orgulho de fazer parte desse momento histórico e de tudo o que a eleição de Lula significa. Espero que essa estrela possa brilhar no coração de toda a juventude brasileira e que possa guiar nosso povo na construção de uma nação mais justa, menos desigual, mais humana."
Lavinia Porto Silvares (São Paulo, SP)

 

"Depende do Congresso Nacional a instalação de uma base norte-americana em Alcântara (MA). Mas trata-se de uma área brasileira. O que os Estados Unidos pretendem? Não podemos aceitar isso.
Espero que Lula, ao não aceitar determinadas "imposições" dos EUA, não tenha o seu governo boicotado e desestabilizado pelos Estados Unidos -como já fizeram anteriormente em outros governos. O Brasil tem o dever de assumir a sua identidade e de crescer como país livre e soberano."
Rodrigo Carvalho (Belo Horizonte, MG)


Espanto
"Com meus 65 anos de vida e mais de 40 de trabalho com jovens, como professor e diretor de escola, vejo com espanto as críticas da leitora Rita de Cássia Magalhães ("Painel do Leitor", 25/10) aos excelentes artigos do dr. Jairo Bouer no Folhateen.
Então, mãe de um garoto de nove anos, até hoje ela ainda não conversou com seu filho sobre masturbação? Sexo não se aprende mais em casa. Basta ligar a TV e sair às ruas. A criança nem precisa saber ler para ver e ouvir informações sobre o assunto (muitas vezes errôneas).
Em matéria de educação sexual, vale a pena repetir o saudoso padre Charbonneau nas palestras da escola de pais: "É melhor chegar um ano antes do que um minuto depois"."
Antônio Luiz Amadesi Gomes (Jundiaí, SP)


Ameaça ambiental
"O artigo "O Brasil em chamas", de Luiza Nagib Eluf ("Tendências/Debates", pág. A3, 23/10), é também um grito meu como brasileira. O que me desespera é não poder fazer absolutamente nada.
Como cobrar ações dos candidatos depois de eleitos? Pior. Como cobrar o que nem faz parte do plano de governo: uma maior proteção de nossa natureza? Chega, não aguento mais! Candidato-me como voluntária a qualquer cargo de proteção à natureza e aos animais."
Giseli A. Gobbo (São Paulo, SP)



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