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São Paulo, quarta-feira, 29 de outubro de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Soja
"Espantosa a defesa que a leitora Roberta Garrido ("Painel do Leitor", 26/10) fez da soja transgênica, tachando de mau gosto a analogia que fez o governador do Paraná da soja ilegal com a maconha. Não achei nada de mais na comparação, afinal, são dois produtos proibidos pela lei brasileira e devem sofrer restrições à sua livre circulação. A leitora afirmou ainda que, "em um país como o nosso, onde as pessoas não têm o que comer, o plantio de soja transgênica poderia ajudar a diminuir esse mal". A leitora deveria saber que a soja transgênica tem produtividade menor que a natural e não é um alimento que pode ser consumido sem passar por vários processos industriais. Além disso, a soja não faz parte da cultura alimentar do país, muito menos na sua versão transgênica."
Luiz Carlos da Cunha Carneiro (Porto Alegre, RS)

Religião
"Fiquei chocado com as palavras tão curtas, mas carregadas de um grande preconceito, do pequeno texto do padre Raimundo R. Vieira ("Painel do Leitor", 27/10). Lamento que esse tipo de pensamento venha de pessoas que representam e transmitem a palavra de Deus. Será que Ele agiria de forma tão discriminatória com pessoas que expressassem idéias contrárias às suas? A Igreja Católica está se restringindo a criticar as mudanças pelas quais a nossa sociedade está passando -em lugar de aprender a fazer uma mais profunda análise desse processo para, depois, conseguir ajudar seus semelhantes. Como é que uma instituição tão enraizada na sociedade pode não conhecer a realidade de seus membros? O ateu tem tantas qualidades quanto qualquer outro ser humano."
Joubert Esequiel de Morais Filho, professor de história (Suzano, SP)

Brasil profundo
"Parabenizo o jornalista Aureliano Biancarelli e a Folha pela excelente reportagem publicada na página A6 desta segunda-feira acerca dos índios na região do rio Negro ("Índios querem o poder na principal reserva'). É desse jornalismo puro, sério, corajoso e, ao mesmo tempo, literário que o Brasil e o mundo necessitam."
Paulo de Tarso Porrelli (São Paulo, SP)

Muro
"O embaixador de Israel, Daniel Gazit, está certo quando diz ser "função de qualquer governo proteger a vida de seus cidadãos" e que "negar a Israel o direito de empregar uma ferramenta de prevenção tão importante como a cerca de segurança é negar a Israel seu direito de autodefesa" ("Tendências/Debates", 25/10). A proposta de uma separação física ao longo das fronteiras pré-1967 era uma antiga reivindicação da oposição ao governo Sharon e visava não só evitar a infiltração terrorista como devolver ao povo árabe-palestino a esperança de realizar seus justos anseios de autodeterminação de um Estado palestino ao lado do Estado judeu. Mas o "muro de Sharon", em lugar de oferecer proteção contra o terror, semeia o ódio ao adentrar na Cisjordânia e tornar mais insuportável a vida de dezenas de milhares de pessoas. Privadas de condições mínimas para uma vida digna, elas se tornarão novas presas do terror. Por outro lado, Musa Amer Odeh, chefe da Delegação Especial da Palestina no Brasil, também tem razão quando preconiza que se deve "construir a paz, e não muros". Mas não se faz isso apenas magnificando as culpas do outro lado. Palestinos e israelenses têm sido vítimas de seus próprios dirigentes, que têm atendido muito mais às pressões belicistas de minorias extremistas do que aos legítimos interesses nacionais."
Moisés Storch, coordenador do movimento Amigos Brasileiros da Paz Agora (São Paulo, SP)

Febem no Hipódromo
"O governo paulista tenta novamente ludibriar a população ao prometer transformar o antigo presídio do Hipódromo em uma unidade educacional. Esse presídio foi desativado porque não era adequado nem mesmo para adultos. Esse filme nós já vimos no caso do presídio de Parelheiros. Uma "demão de tinta" não transforma cadeia em escola."
Mauro Alves da Silva, coordenador do Grupo de Trabalho pelo Fechamento da Febem (São Paulo, SP)

Dedo na ferida
"O jornalista Nelson Ascher botou o dedo na ferida ao mostrar, em excelente artigo nesta Folha ("Anti-sionismo disfarça novo anti-semitismo", pág. A27, 26/10), que "as críticas legítimas à política israelense se consolidaram sob a forma de anti-sionismo, um movimento que, no limite, nega aos judeus o direito de terem seu próprio país e se torna, portanto, difícil de distinguir do anti-semitismo puro e simples". De fato, e mais de uma vez, esta Confederação Israelita do Brasil denunciou, na conferência internacional da ONU contra o racismo, realizada em Durban, que, "por trás da comissão de frente do anti-sionismo, o que se viu foi a alegoria do anti-semitismo" e que, de um modo geral, ao mirar os sionistas, o que se pretende mesmo é acertar os judeus. Ser anti-sionista é um eufemismo para se declarar anti-semita e se manifestar contra o Estado de Israel. É uma forma mal disfarçada de revelar um ranço anti-semita. Esses novos anti-semitas querem atingir a unidade dos judeus como povo e a legitimidade do Estado de Israel."
Jack Leon Terpins , presidente e Berel Aizenstein, secretário-geral da Conib -Confederação Israelita do Brasil (São Paulo, SP)

 

"É impressionante como as difamações de Nelson Ascher não têm limites. Ao omitir que Israel é um Estado forjado à base da expulsão dos habitantes locais, do uso sistemático da tortura e da ocupação das terras de países árabes, fica muito fácil falsear mais uma de suas famosas teorias conspiratórias contra palestinos e muçulmanos (tão em moda hoje nos Estados Unidos e em Israel, suas fontes de inspiração). Para esse senhor, o governo de Israel, ao humilhar milhões de palestinos diariamente com políticas racistas, merece charges que elogiem o seu comportamento "democrático e civilizador". Toda a "literatura" de Ascher tem como objetivo último evitar que se veja uma realidade vergonhosa: a ocupação, a exclusão e a eliminação do povo palestino."
Nathaniel Marques (São Paulo, SP)

PFL ou pefelê
"Estranha, confusa e, na minha opinião, mal-intencionada a resposta do senhor Geraldo Althoff ("Painel do Leitor", 24/10) ao jornalista Vinicius Torres Freire em razão do do artigo "Edith Piaf e as mentiras do PFL" (Opinião, 20/ 10). Esse jornalista, pelo que me consta, não está entre os radicais esquerdistas e os executivos do arroxo fiscal direitista do Partido dos Trabalhadores, a quem grosseiramente o senhor Althoff se referiu. Acredito que nem simpatizante do partido ele seja. Por isso as referências que o senhor Althoff fez sobre o PT deveriam ser dispensadas, e os seus protestos deveriam ser feitos em direção a frases como "a dupla PSDB-PFL patrocinou o mais rápido e intenso aumento de impostos da história do país" ou "o PFL ajudou a aumentar impostos que pesam no preço da comida a ponto de fazer crescer o número de indigentes", entre outras. Portanto o senhor Althoff, se tiver argumentos, deve protestar contra essas frases."
Cinthia e Hildebrando Cavinato (São Paulo, SP)


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