São Paulo, segunda-feira, 29 de outubro de 2007

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PAINEL DO LEITOR

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Padre Júlio
"Nos últimos 30 anos o Estado de São Paulo tem cometido profundos equívocos no trato das crianças e adolescentes em conflito com a lei. Conhecedor desta realidade, o padre Júlio Lancelotti se tornou um importante ativista pelos direitos das crianças e adolescentes e tem contribuído decisivamente para mudá-la. No centro da cidade, muitos moradores de rua abandonados à sua própria sorte tiveram nele e em outros leigos e religiosos apoio para formação de cooperativas de trabalho e de moradia. Mais uma vez, é na figura do padre Júlio que esses moradores encontraram motivação para lutar por seus direitos e combater todo tipo de violência.
A postura contundente do padre Júlio diante da injustiça provocou a ira de gente poderosa na cidade e no Estado de São Paulo. Ao registrar queixa por crime de extorsão, as autoridades a quem cabia investigar o crime contra o padre trataram de dar publicidade ao caso e criaram a oportunidade para o acusado da prática de extorsão inverter o jogo e buscar colocar o padre no banco dos réus. Essas autoridades conseguiram colocar o padre, que tanto os incomodou, em dificuldade. Por sua dedicação aos adolescentes, pela acolhida às crianças portadoras do vírus da Aids, pela luta em defesa dos direitos dos moradores de rua e por sua incansável coragem, padre Júlio colecionou também um conjunto de admiradores e amigos. É essa história que pretendem desmoralizar e a um de seus mais importantes protagonistas.
Padre Júlio, receba o nosso apoio!"
PAULO TEIXEIRA, deputado federal pelo PT-SP (São Paulo, SP)


"Não acredito na inocência do padre Júlio Lancellotti e acho que a quebra do sigilo bancário dele e das instituições sob seu comando irá nos dar uma posição mais precisa do tamanho do crime que ele pretendeu encobrir ao dar dinheiro para os acusados. Ninguém aceita uma extorsão sem uma séria razão para isso. A defesa do padre, feita por Luiz Eduardo Greenhalgh, que desqualifica o depoimento do principal acusado por envolvimento em outros atos criminosos, em nada alivia sua situação nem dá atestado de inocência para ele, mesmo porque já começaram a aparecer outras denúncias. Não será a primeira vez que iremos nos decepcionar com alguém. Tampouco será a última."
RONALDO GOMES FERRAZ (Rio de Janeiro, RJ)

CPMF
"Eu particularmente não vejo com nenhuma apreensão o prosseguimento desta contribuição: quem está fulo da vida são aqueles senhores que normalmente dispõem de dispositivos na legislação com o propósito de reduzir o seu IR. O IR representa quase cinco meses de nossos salários, e a CPMF, cerca de uma semana apenas, num período anual. Isso significa que, para assalariados, aposentados e pensionistas, a contribuição é pouca coisa -a CPMF não fede nem cheira. Devemos lutar por uma reforma fiscal decente e não simplesmente cortar unicamente a pobre da CPMF."
MÁRCIO HAMSPHIRE DE ARAÚJO (Rio de Janeiro, RJ)


"A negociação em torno da prorrogação da CPMF é uma nova versão do mensalão. Um escândalo nas mesmas proporções de tantos outros gerados nesse governo. A prorrogação da CPMF é um subproduto dessa indústria de escândalos com selo de garantia atestado pelo fabricante, o governo Lula."
FRANCISCO RIBEIRO MENDES (Brasília, DF)

Aborto
"Sobre a declaração do governador fluminense, Sérgio Cabral, de que "as mães faveladas são uma fábrica de produzir marginais", cabe indagar: essas mães produzem marginais apenas quando dão à luz ou também quando votam?"
JUAREZ R. VENITES (Sacramento, MG)


"O governador Sérgio Cabral traduziu muito bem e sem hipocrisia o que penso há muito. Mas deveria ser mais abrangente e estender o que disse não só às favelas, mas ao Brasil inteiro. É elementar que um casal que vive abaixo da linha da pobreza, e cujo rendimento é ínfimo, tenha filhos às pencas, sabendo muito bem que não terá condições de dar-lhes comida, educação, cuidados com saúde e principalmente carinho: já nascem excluídos e sem perspectivas, jogando o ônus de tais nascimentos em cima da sociedade. Só interessa a pobreza à maioria dos políticos por causa dos currais eleitorais e aos religiosos pelos fiéis que angariam. Enquanto a classe média e as outras mais abastadas têm em média dois filhos, os que não podem nem com as calças colocam filhos no mundo como coelhos. Pena que São Paulo não tenha mais líderes para traduzir o pensamento da maioria do povo paulista e nem um governador corajoso como Sérgio Cabral, que abriu um importantíssimo debate sobre o tabu do aborto e do controle da natalidade." LUIZ CARLOS S. TEIXEIRA (Catanduva, SP)

"Gostaria de perguntar ao governador Sérgio Cabral se ele sabe em que favela foram criados os indivíduos que, muito mais que os "marginais" que o preocupam, são responsáveis por grande parte daquilo que infelicita o nosso país. Em que precárias condições familiares cresceram os políticos do mensalão, ou os freqüentadores dos balcões de negócios escusos particulares ou oficiais? Por que situações de carência e abandono passaram os banqueiros que, sob uma "legalidade" comprada por seu poder financeiro, saqueiam diariamente os nossos bolsos? Que classe de miséria levou à delinqüência os empresários que fraudam concorrências públicas ou desrespeitam de todas as formas os consumidores? E os políticos que saqueiam os cofres públicos para amealhar milhões em paraísos fiscais, a quanta penúria e insegurança terão sido submetidos em sua triste e desamparada infância?"
ZENON LOTUFO JR. (São Paulo, SP)


"Gilberto Dimenstein está certo ao dizer, em "Aborto, crime e castigo", que violência e pobreza não guardam relação direta, haja vista os danos sociais dos criminosos engravatados. Contudo, concluir que o aborto deva fazer parte de um plano de segurança social é ato tão ou mais violento que a tortura. Segurança social com a prática criminosa de pôr fim à vida de um ser indefeso? Os fins justificam os meios?"
TIAGO CINTRA ESSADO (Ribeirão Preto, SP)

Rio
"É de pasmar a opinião do prefeito Cesar Maia de que "interdição de túnel só incomoda donos de carro". Nosso prefeito deveria deixar seu escritório e sair à rua para ver o caos em que se transformou a cidade: o problema afetou quem tinha e quem não tinha carro. Em vez de querer transformar a incompetência da prefeitura em problema de desigualdade social, deveria tomar as providências necessárias para que tal fato não se repita."
DION DE ASSIS TAVORA (Rio de Janeiro, RJ)

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