As suspeitas pelo duplo atentado contra alvos israelenses no Quênia (África oriental) recaem sobre a Al Qaeda, de Osama bin Laden, ou algum grupo vinculado a essa rede terrorista internacional. Embora o até então desconhecido Exército da Palestina tenha reivindicado responsabilidade pelos ataques, os serviços de inteligência de Israel, dos Estados Unidos e autoridades quenianas trabalham principalmente com a hipótese de a Al Qaeda estar por trás das agressões.
O conceito de ações simultâneas é quase uma marca registrada de Osama bin Laden. Também o é a ousadia dos terroristas, que, além de explodir um carro-bomba num hotel frequentado principalmente por israelenses, tentaram abater um avião israelense com mísseis terra-ar.
O palco escolhido para os atentados, a África oriental, é outro fator que aponta para a Al Qaeda. A rede tem penetração na região, onde já realizou ataques, notadamente os atentados simultâneos às embaixadas dos EUA em Nairóbi (Quênia) e Dar-es-Salam (Tanzânia), que deixaram mais de 200 mortos em 1998.
Também ontem ocorreu um terceiro ataque no norte de Israel. Atiradores dispararam contra israelenses que votavam nas prévias do Likud, partido do premiê Ariel Sharon. Mas essa ação, ao que tudo indica, é obra de extremistas palestinos e não se relaciona com os atentados no Quênia.
Se for confirmada a hipótese de que a Al Qaeda está também por trás dos ataques no Quênia, ficará claro que a "guerra contra o terror" patrocinada pelos EUA não está bastando para enfraquecer substancialmente a organização. Será também um indício, como já apontavam especialistas, de que a rede vai, a partir de agora, procurar alvos "fáceis". Não deve tentar ações tão espetaculares como as do 11 de setembro, mas optar por objetivos mais modestos, a exemplo dos ataques em Bali (Indonésia), em outubro, e no Quênia, ontem.
Infelizmente, o mundo deve preparar-se para mais ações terroristas.


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