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Editoriais
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Aprovação em queda
O PREFEITO de São Paulo,
Gilberto Kassab, termina
2009 com um índice de
popularidade que pode ser considerado bom, no cotejo histórico. O problema, para aquele que
se tornou a principal estrela do
DEM, é que a sua aprovação registra tendência firme de queda.
O vice que assumiu na segunda
metade da administração anterior fecha o primeiro ano como
prefeito eleito à frente de uma
gestão considerada ótima ou boa
por 39% dos paulistanos. A essa
altura do mandato, Kassab iguala o recorde de aprovação do tucano José Serra, seu antecessor e
padrinho político, na série do
Datafolha que parte de 1986.
Mantidas as taxas de corrosão
da popularidade do prefeito, no
entanto, Gilberto Kassab logo
chegará ao padrão da maioria de
seus antecessores, que governaram sob indiferença, quando não
sob franca rejeição, dos paulistanos. A aprovação da gestão do
DEM caiu mais de 20 pontos
percentuais neste ano. Dobrou,
atingindo 27%, a fatia dos que a
qualificam de ruim ou péssima.
Não faltaram motivos para minar a confiança dos paulistanos
na gestão municipal neste ano.
Alguns estão associados a contingências -caso da crise econômica, que refreou a arrecadação,
e dos impressionantes temporais, que favoreceram as enchentes e os engarrafamentos. Outros, como o aumento de secretarias e da verba com publicidade,
foram produções próprias.
No momento em que a prefeitura teve de lidar com os problemas causados por fatores externos, os tropeços, o improviso, a
falta de prioridades claras de gasto -e de organização para emergências- se pronunciaram. Diga-se, a favor do prefeito, que teve a capacidade de reconhecer
passos em falso e recuar em alguns casos, como a tentativa de
cortar merenda de creches e a de
diminuir a verba para a varrição
das ruas.
Kassab pareceu governar bem
enquanto os ventos estavam favoráveis. Como há escasso mérito nisso, restam-lhe mais três
anos para mostrar a que veio na
política brasileira.
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