São Paulo, terça-feira, 29 de dezembro de 2009

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Editoriais

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Aprovação em queda

O PREFEITO de São Paulo, Gilberto Kassab, termina 2009 com um índice de popularidade que pode ser considerado bom, no cotejo histórico. O problema, para aquele que se tornou a principal estrela do DEM, é que a sua aprovação registra tendência firme de queda.
O vice que assumiu na segunda metade da administração anterior fecha o primeiro ano como prefeito eleito à frente de uma gestão considerada ótima ou boa por 39% dos paulistanos. A essa altura do mandato, Kassab iguala o recorde de aprovação do tucano José Serra, seu antecessor e padrinho político, na série do Datafolha que parte de 1986.
Mantidas as taxas de corrosão da popularidade do prefeito, no entanto, Gilberto Kassab logo chegará ao padrão da maioria de seus antecessores, que governaram sob indiferença, quando não sob franca rejeição, dos paulistanos. A aprovação da gestão do DEM caiu mais de 20 pontos percentuais neste ano. Dobrou, atingindo 27%, a fatia dos que a qualificam de ruim ou péssima.
Não faltaram motivos para minar a confiança dos paulistanos na gestão municipal neste ano. Alguns estão associados a contingências -caso da crise econômica, que refreou a arrecadação, e dos impressionantes temporais, que favoreceram as enchentes e os engarrafamentos. Outros, como o aumento de secretarias e da verba com publicidade, foram produções próprias.
No momento em que a prefeitura teve de lidar com os problemas causados por fatores externos, os tropeços, o improviso, a falta de prioridades claras de gasto -e de organização para emergências- se pronunciaram. Diga-se, a favor do prefeito, que teve a capacidade de reconhecer passos em falso e recuar em alguns casos, como a tentativa de cortar merenda de creches e a de diminuir a verba para a varrição das ruas.
Kassab pareceu governar bem enquanto os ventos estavam favoráveis. Como há escasso mérito nisso, restam-lhe mais três anos para mostrar a que veio na política brasileira.


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