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ELIANE CANTANHÊDE
Cobertor curto e imagem puída
BRASÍLIA - Se o ex-ministro Palocci está sendo investigado pela Polícia
Federal, pelo Ministério Público, pela
Polícia Civil e pela CPI dos Bingos, o
caseiro Francenildo que se cuide. A
guerra não acabou.
O Planalto está assustado com os
efeitos nas próximas pesquisas eleitorais, já mais do que previstos, de toda
a violência-agressão-burrice da violação do sigilo bancário de Francenildo, levado de bandeja pelo presidente da CEF à casa do então ministro da Fazenda. E vai reagir indo novamente para o ataque.
A mais nova versão em Brasília é
que Francenildo "não é esse santinho" que quer parecer e já teria inclusive tentado extorquir o tal do
Ademirson, que era assessor de Palocci na Prefeitura de Ribeirão Preto,
animado freqüentador da "casa do
lobby" e assessor também do Ministério da Fazenda. O governo faz das
tripas coração para tentar comprovar a extorsão.
Ao mesmo tempo, procura evidências de que, quando falou que gostaria de abandonar o país, o caseiro estaria entregando a proposta que lhe
teria sido feita por setores da oposição: falou, calou, viajou para bem
longe. Agora, parece que é o governo
que quer Francenildo por perto.
Palocci está perdido, o imenso estrago no governo está feito, Lula paga
o preço, mas as atenções do Planalto
agora se voltam para um único objetivo: a campanha eleitoral. A oposição vai jogar pesado com a imagem
do caseiro versus os poderosos do
Partido dos Trabalhadores. A situação acha fundamental desmontar a
imagem do caseiro. Se puder...
Enquanto isso, Lula é obrigado a
outra chatice: costurar o cobertor
curto do PT e do governo. Sobram vagas com a reforma ministerial de hoje
e amanhã, e faltam quadros. Os principais ministros, a cúpula do partido
e a bancada no Congresso estão aos
fiapos. É preciso cerzir a imagem corroída por um caseiro e o cobertor esburacado, inclusive, ou principalmente, no Congresso. Só Lula, mesmo
abalado, tem linha e agulha.
@ - elianec@uol.com.br
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