São Paulo, terça-feira, 30 de abril de 2002

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PAINEL DO LEITOR

Serra
"Na edição de 25/4 da Folha, o talento ficcionista de Kennedy Alencar descreveu uma reunião fantasiosa do presidente Fernando Henrique com o senador José Serra. Mas, na edição de domingo 28/ 4, ele se esmerou e produziu pelo menos oito inverdades ("Candidatura Serra vive impasse político", Brasil, pág. A7). 1. Nunca houve nenhum atrito entre o senador José Serra e o publicitário Nelson Biondi. A Folha poderia mandar um repórter ouvi-los, já que Alencar não cumpriu esse dever jornalístico. 2. O coordenador da campanha, Pimenta da Veiga, em momento nenhum ficou "sem respaldo" ou "desautorizado". Ele também está disponível para falar no momento que a Folha considerar conveniente. 3. A discussão democrática entre PSDB e PMDB para a escolha do vice só pode ser chamada de "pressão para engolir" por pessoas diretamente interessadas em prejudicar essa discussão. Seria o caso de Alencar? 4. São crescentes os contatos entre o PFL e o PSDB, conforme toda a imprensa -inclusive a própria Folha- registra. Só Alencar vê uma "articulação crescente" em sentido contrário. 5. Nizan Guanaes tem colaborado informalmente com a campanha do senador José Serra -e isso não é novidade. Mas o senador acha que Nelson Biondi e Paulo Cesar Bernardes vêm realizando um trabalho impecável e demonstrando admirável dedicação. Não há nenhuma intenção de excluir, de enfraquecer ou de diminuir as responsabilidades dos dois na campanha. 6. O presidente Fernando Henrique NUNCA falou ao senador Serra nenhuma palavra sobre comentários que Nizan Guanaes lhe teria feito. Alencar tem vocação para araponga, porque uma de suas especialidades é descrever o que ocorre em reuniões de duas pessoas reconhecidamente discretas numa sala fechada. É só consultar a coleção da Folha e verificar quantas vezes ele já fez essas "descrições", apoiando-se, segundo ele, em "interlocutores". 7. Sou mencionado no relato ficcionista de Alencar como contrário ao reatamento com o PFL. Sou assessor de imprensa do pré-candidato José Serra, que nunca me pediu nem ouviu de mim nenhum palpite político. Certamente, Alencar desconhece que só tive função pública de confiança anterior em um governo do PFL -e só tenho dessa época lembranças agradáveis. 8. Alencar manteve uma versão delirante da carta enviada pelo deputado Arthur Virgílio ao senador Serra mesmo depois de o deputado ter negado o delírio com veemência. Tenho uma cópia da carta na sede do PSDB, que pode ser mostrada a qualquer repórter da Folha ou de outro jornal."
Milton Coelho da Graça, assessor de imprensa do candidato José Serra (São Paulo, SP)

Resposta do jornalista Kennedy Alencar - Ficção é o que o missivista tenta criar. Diferentemente do que ele diz, a reportagem traz informações de bastidores apuradas com fontes ligadas ao próprio pré-candidato. Algumas delas estão se tornando públicas, como a ida de Nizan Guanaes para a campanha, a perda de poder do publicitário Nelson Biondi e a aceitação a contragosto de vices preferidos pela cúpula do PMDB.

Retrato fiel
"Entre a "arte" do fotógrafo Spencer Tunick, que roda o mundo fotografando um bando de pessoas nuas, e a simplicidade pura e realista do caricaturista Angeli ontem (Opinião, pág. A2), fico com a segunda, que captou com simplicidade e sem frescuras o retrato fiel da São Paulo real."
Laércio Zanini (Garça, SP)

Livros
"Eu gostaria de saber quem vai ler e entender os 60 milhões de livros infantis anunciados por FHC -ao mesmo tempo em que dizia que o Brasil é uma ilha de estabilidade. Para ler e entender um livro, é preciso ser alfabetizado e letrado, o que está bem longe de acontecer com as nossas crianças."
Heloísa Helena Salgado Küpper
(Espírito Santo do Pinhal, SP)

Emprego e violência
"O senhor governador do Estado, Geraldo Alckmin, a senhora prefeita Marta Suplicy e os senhores pré-candidatos ao governo de São Paulo -que até mesmo elegeram a segurança pública como tema número um de campanha (Brasil, pág. A8, 29/4 )- deveriam ler o caderno Folhateen de ontem. Ali está escrito, na capa: "Nível de desemprego entre jovens de 15 a 24 anos é o mais alto entre todas as faixas etárias". Na pág. 6, gráfico mostra que a "percentagem de desempregados em São Paulo em 2000, na faixa etária de 15 a 24 anos, é de 45,5%". Tendo em mãos essas informações e lembrando que 112 mil jovens na faixa de 15 a 24 anos morreram assassinados no país entre 1991 e 1999 -foram 59 mil entre 1981 e 1989-, será que a resposta simplória para esse quadro terrível é a "Rota na rua'? O movimento Tome uma Atitude pela Não-Violência não aceita essa solução simplista e irá combatê-la com todos os meios possíveis. Queremos o compromisso com a criação de empregos, com uma educação de qualidade, com o acesso à informática, com a criação de áreas para a prática de esportes..."
Luiz Carlos dos Santos, coordenador do movimento Tome uma Atitude pela Não-Violência (São Paulo, SP)

Igreja e voto
"Sou católico desde que nasci, mas confesso que está cada mais difícil acreditar nos padres -assim como nos seus superiores. A tomar por base as declarações de dom Jaime Chemello, presidente da CNBB, a entidade se imiscui na vida política. Ele declarou que o povo deve votar bem, o que é certo, mas, ao afirmar que o voto deve ser dirigido no sentido de o eleitor não ser enganado pela segunda vez, disse claramente: vote no PT. Ora, a minha Igreja Católica, que não consegue nem resolver os seus problemas internos -que hoje tomam conta do noticiário mundial-, não tem, a meu ver, credibilidade para induzir eleitores a votar em A, e não em B."
Cláudio Szulcsewski (São Paulo, SP)

Educação em SP
"Em resposta à carta da sra. Jane Dubaruque ("Painel do Leitor", 28/4), informo que a Prefeitura de São Paulo aumentou os recursos para a educação de 30% para 31% do total das receitas municipais. Agora, além dos gastos com professores, com profissionais da educação e com construção e manutenção de escolas, iremos também investir nas crianças, em especial naquelas de famílias de menor renda. Em 2001, já houve o investimento de 31% do Orçamento municipal, que criou 17 mil vagas em creches -contra 14 mil criadas em oito anos de governo Maluf-Pitta- e 45 mil vagas na suplência. Os professores tiveram reajuste de 5% nos seus salários e foi implantada a gratificação de desenvolvimento escolar. Neste ano, serão investidos R$ 240 milhões na construção de 55 creches, 33 EMEIs, 17 EMEFs e 20 Centros Educacionais Unificados."
Maria Aparecida Perez, chefe-de-gabinete da Secretaria Municipal da Educação (São Paulo, SP)

Casamento
"No dia 20 de abril, eu e Priscila oficializamos e festejamos o nosso casamento. A sra. Melissa Aidar conseguiu burlar a segurança e fotografar a festa. A sra. Claudia Boechat, editora-chefe da revista "Quem Acontece", comprou as imagens para publicar em 24 de abril. Não posso ser tratado como uma carniça à mercê de abutres. Pessoas desconsideram minha postura profissional, tratando-me como aqueles "artistas" que expõem sua intimidade em troca de fama e dinheiro. Minha alma não está à venda. Na terça-feira, nosso advogado conseguiu uma ordem judicial. Espero de todo o coração que, já que meu pedido não foi respeitado, pelo menos a ordem judicial seja acatada e que os amigos e convidados que estiveram presentes em nosso casamento nos desculpem pela possível exposição.
Fabio Assunção (São Paulo, SP)



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