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ELIANE CANTANHÊDE
Ainda tem muito jogo
BRASÍLIA - Já matamos o Lula, já
elegemos o Lula. Já matamos o
Alckmin, já vamos começar a eleger
o Alckmin. Mas a verdade -e esse é
o maior mérito do Datafolha que sai
hoje- é que os candidatos ainda estão em fase de aquecimento e há
muito jogo pela frente.
A pesquisa mostra que Lula está
confortável, porém estável, e que
Alckmin continua atrás, mas com
bom potencial. Aliás, como ele sempre disse, em meio às críticas e à nuvem de descrença.
Um dado importante é que, apesar do crescimento do tucano, o petista ainda vence no primeiro turno. Outro é que, apesar disso, a diferença entre eles estreitou no segundo turno. Tem-se, então, que o objetivo de Lula é vencer de cara, e o de
Alckmin é forçar o segundo turno e
"zerar o jogo".
O Datafolha dá um susto em Lula,
no Planalto, no PT e nos neo-aliados muito afoitos, e dá um sopro de
ânimo nos desanimados tucanos e
pefelistas. Só não deve alterar um
outro componente poderoso: as
alianças regionais, que estão praticamente fechadas e mais favoráveis, claro, a quem tem o poder e está na dianteira das pesquisas.
Um outro dado de avaliação é por
que, afinal, Alckmin surpreende,
cresce e demonstra fôlego? Haverá
muitas explicações, mas uma coisa
é certa: o aumento de exposição do
tucano, tanto no programa de 30
minutos quanto nas inserções de
30 segundos do PSDB.
O PFL bateu pesado, mas Lula
não caiu. O PSDB fez programas
mornos, bem-comportados, apresentando o candidato ao eleitorado,
e ele cresceu. Agora é saber se o
bom resultado é efeito de um (que
bateu), de outro (que mostrou Alckmin), ou dos dois somados. Lembrando que, independentemente
disso, Lula continua na frente, ganhando no primeiro turno.
O Datafolha derruba o salto alto e
deflagra, finalmente, a eleição.
elianec@uol.com.br
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