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JOSÉ SARNEY
Cararaô são dois temas
HOJE É DIA de muitos assuntos. Um só não cabe, seria
longo demais. Como dizia
Vieira, "não tenho tempo de ser
breve". Começo pelo Roberto Rodrigues e o quanto fiquei triste com
a sua saída do ministério. Disse que
seus motivos não eram nem políticos nem pessoais. Jânio Quadros
definiu esse quadro de segredo como "forças ocultas". Mas vai fazer
falta.
Leio a celeuma criada com a usina de Belo Monte, no Pará, que deverá ser a maior hidrelétrica brasileira (Itaipu é de dois países, Brasil
e Paraguai), com 11.000 megawatts. Ninguém quer que seja
construída, tem ONGs e vespeiro
de professores. Pensei que fosse
pelo nome. Era Cararaô e passou a
ser Belo Monte, o verdadeiro nome
de Canudos. Esta guerra, sim, jamais devia ter ocorrido. Trocaram
o nome ninguém sabe por quê.
Acho que o Brasil tem alguma
descoberta encoberta sobre energia. Está recusando todas as existentes. Nada de usinas de fissão,
nada de usinas movidas a óleo, nem
as hidrelétricas. As eólicas poluem
a paisagem, as solares isso, as de
maré aquilo -e fora o apagão. Qual
a fórmula para resolver essa questão transcendental? Descobrir a do
hidrogênio, sem perspectiva de ser
resolvida? Ou o biodiesel, na base
da mamona e da soja?
Eu tive um auxiliar no Maranhão, Amaral Eletrônico, meu
amigo, a quem eu queria um bem
danado, cientista, inventor e esotérico, que deu, quando o homem foi
a lua, como "expert", uma entrevista na TV dissertando sobre as viagens espaciais. Dizia que tudo estava no foguete de propulsão. Citou
os combustíveis russos líquidos, os
americanos sólidos e, de repente,
parou e, de braços abertos, comunicou: "Tudo isso, mas o melhor e
maior combustível está no Maranhão. É o babaçu!".
No Brasil, a qualquer dia, com essa repulsa por todos os combustíveis, vamos descobrir que o melhor
está na pimenta de cheiro. E devemos logo envolver as universidades
nessa linha e direção. É uma idéia.
Vamos patenteá-la logo para evitar
apropriação pelos japoneses.
Aliás, falando em japonês, li nesta semana uma notícia intrigante: o
médico Kunio Kitamura, diretor
da Associação de Planejamento
Familiar do Japão, descobriu que a
diminuição da população de seu
país era porque os japoneses (31%)
não tinham relações sexuais num
período superior a um mês.
Encontrei explicação para a pergunta de Fukuda, primeiro-ministro do Japão que, em certa reunião
em Xangai sobre controle demográfico, queria saber o que era
"condom" (camisinha em inglês).
Eles não precisam, e por isso a Durex diz que são os que menos consomem esse objeto, ligado a Vênus
e absolutamente proibido no Vaticano.
jose-sarney@uol.com.br
JOSÉ SARNEY escreve às sextas-feiras nesta coluna.
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