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PLÍNIO FRAGA
Garotinho, fator incerto
RIO DE JANEIRO - Para o governador Sérgio Cabral (PMDB), a confirmação do impedimento da presença de Anthony Garotinho (PR) na
corrida sucessória estadual ampliará as chances de vitória já em primeiro turno. Para Fernando Gabeira (PV), a saída do ex-governador
da disputa abrirá espaços para que
cresça no interior do Estado, mas
terá de enfrentar o risco de não conseguir dar corpo suficiente à sua
candidatura para que leve o enfrentamento com Cabral para o segundo turno das eleições.
Garotinho tira votos de Cabral
nos municípios de pequeno porte e
nas camadas mais pobres e menos
escolarizadas do eleitorado, estrato
em que os evangélicos têm grande
penetração. Tem o apoio de várias
vertentes de evangélicos e sonhava
com uma aliança com Marcelo Crivella, postulante ao Senado, o que
lhe permitiria angariar mais votos
entre os fiéis da Igreja Universal,
que sempre lhe foram resistentes.
Crivella, sobrinho de Edir Macedo, precisa de um candidato a governador para apoiar, isolado que
está na sucessão estadual. Seu
maior apoio é Lula, além das bases
da Universal. Crivella pode ser um
eleitor forte, está em primeiro na
disputa pela vaga ao Senado, mas
sabe que tende a minguar a partir
do momento em que adversários
como Cesar Maia (DEM) e Lindberg
Farias (PT) tenham exposição
maior no horário eleitoral gratuito.
Em duas outras eleições, Crivella
saiu na frente e perdeu força pelo
isolamento partidário que não lhe
permite agregar tempo na televisão. A história se repete agora.
Garotinho -que tem, segundo o
Ibope, metade das intenções de voto de Cabral e o dobro das de Gabeira- ainda acredita que o TSE vá
permitir que seja candidato. Distancia-se de Dilma Rousseff e sinaliza para José Serra. Mas está paralisado no xadrez eleitoral fluminense, porque depende agora do movimento da Justiça.
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