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Desestímulo aos negócios
A CARGA tributária elevada e
o custo estratosférico do
crédito são fatores sempre
citados por economistas e empresários como inibidores dos
negócios no Brasil. Também é
comum serem elencados, nesse
rol, fatores de outra série, como o
peso da burocracia. Estudo recente do Banco Mundial (Bird)
pôs em números essa percepção,
com resultados alarmantes.
A fim de possibilitar a comparação internacional, o Bird selecionou indicadores como o tempo para a abertura de uma firma
e para fazer cumprir contratos e
o nível de pagamento de tributos. Em termos gerais, o Brasil
obteve a vergonhosa 119ª classificação no ranking dos países onde é mais fácil fazer negócios, entre 155 nações analisadas.
A pesquisa também avaliou a
performance de 13 Estados brasileiros. O resultado é ruim para
São Paulo, o mais rico do país,
que é apenas o 11º na lista de facilitação de negócios. Empresas
paulistas levam em média absurdos cinco meses para serem
abertas. A título de comparação,
a recordista Austrália conseguiu
reduzir esse período para apenas
dois dias. Em Minas, destaque
positivo no Brasil, já se abre uma
firma em menos de 20 dias.
Um contrato que precise de arbitragem judicial leva em média
2,5 anos para ser liquidado no
Brasil. São Paulo, nesse item, é o
menos vagaroso, com 1,5 ano em
média. Já o Rio Grande do Sul é o
destaque negativo: quatro anos
de tramitação, em média.
Tamanho entrave à atividade
empresarial no país é uma das
causas da informalidade: pelo
menos 40% das firmas não se legalizam. Resultados tão díspares
entre os Estados requerem um
esforço nacional para harmonizar as burocracias, escolhendo as
unidades federativas mais destacadas em cada item como modelo. É urgente eliminar processos
e custos das empresas que apenas desestimulam os negócios.
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