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AS TELES DEPOIS DO LEILÃO
O leilão de privatização das telecomunicações foi um sucesso que surpreendeu até mesmo os mais otimistas. Foi vencida a batalha jurídica, foi
superado o temor de que os preços
fossem baixos, foi confirmado o
enorme interesse do capital estrangeiro no aumento de sua presença na
economia brasileira.
Para a sociedade, a expectativa agora se volta para a melhoria na qualidade e o aumento na quantidade da
oferta de serviços. As punições previstas para as empresas concessionárias que não cumprirem as metas de
universalização de serviços, por
exemplo, chegam a R$ 50 milhões e
incluem ainda a intervenção e a perda
da concessão. O desafio maior será
passar dos atuais 17,5 milhões de telefones fixos para 33 milhões em
pouco mais de três anos.
Há alguns indícios de que esse início surpreendente da privatização
contribuirá para a execução dessas
metas. Não prosperaram as tentativas de bloquear a venda no Judiciário, o que levou o ministro das Comunicações, Luiz Carlos Mendonça
de Barros, a declarar até que esse Poder amadureceu desde a memorável
guerra de liminares por ocasião da
privatização da Cia. Vale do Rio Doce. O elogio é bastante revelador das
ansiedades e temores oficiais, que,
felizmente, foram afinal desmentidos pelos fatos.
Os valores obtidos na venda das teles foram outro motivo de surpresa.
O sistema foi vendido por R$ 22,058
bilhões, um ágio de 63,74% em relação ao preço mínimo.
A presença do capital estrangeiro
também é impressionante. Garante,
pela diversidade das empresas e da
origem do capital, um alívio nas contas externas. O BNDES financia a privatização, mas há também dinheiro
novo, de fontes diferenciadas.
A perspectiva de uma competição
continuada no setor, aliás, é uma demonstração de acerto do modelo de
fragmentação do Sistema Telebrás.
O resultado mais importante, entretanto, talvez seja a confirmação do
Brasil no mapa das decisões de investimento das mais importantes
corporações globais da atualidade.
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