São Paulo, sexta-feira, 30 de agosto de 2002

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PAINEL DO LEITOR

Ciência
"O corte de 45% no orçamento do CNPq para este ano, conforme foi noticiado pela Folha ("Crise no CNPq afeta custeio de pesquisas", Ciência, pág. A15, 29/8), representa uma séria ameaça ao desenvolvimento da pesquisa em nosso país. Programas importantes e de abrangência nacional podem ser interrompidos, o que gerará perdas incalculáveis. O cancelamento de eventos científicos e a interrupção de pesquisas irão contribuir para um distanciamento ainda maior entre o Brasil e os setores de ponta da pesquisa mundial, retardando ainda mais o desenvolvimento do nosso país. Aguardamos com grande expectativa uma revisão por parte do governo federal das restrições impostas ao CNPq."
Antonio Carlos Caruso Ronca, reitor da Pontifícia Universidade Católica-SP (São Paulo, SP)

Sincretismo ou outra coisa
"Para não dizer outra coisa, há um verdadeiro sincretismo na política nacional. E, com isso, perdemos tanto a referência ideológica como a do bem e do mal. Estão tentando misturar óleo com água, e isso é antinatural. A tendência é a água "voltar a ser água" e o óleo "voltar a ser óleo". Quem viver verá."
Carlos Eduardo Pompeu (Limeira, SP)

Alianças de peso
"Li o que foi escrito por Clóvis Rossi ontem no texto "A última virgem" (Opinião, pág. A2) e gostaria de fazer algumas considerações. Acho que a candidatura de Lula só atingiu essa grande credibilidade em virtude da inteligência do novo PT, que hoje percebe que política, num país como o nosso, só se ganha com alianças de peso. De agora em diante -digo isso aos meus amigos-, é dar credibilidade a Lula, que mudou para melhor, e esquecer os tempos em que o isolamento, o radicalismo e até mesmo o preconceito deixavam o partido sempre distante do Palácio do Planalto."
José Rodrigues Júnior (Uberlândia, MG)

Tribunais
"Em 24/8, nesta seção, foram apresentados alguns dados sobre o processo de nomeação de membros dos tribunais. Todavia a parte final da carta de minha colega pode dar a entender que a nomeação pelo presidente da República de membros do Ministério Público para compor o seu quinto constitucional se faz em atenção à escolha da própria classe, o que é uma falácia. Se a vontade majoritária dos membros do MPF tivesse algum significado para o presidente, possivelmente a Procuradoria Geral da República seria outra. Ademais, a votação dentro da própria classe não tem o condão de legitimar nomeação que fica ao sabor de apoios políticos. As recentes nomeações para o STF são exemplos expressivos. Mais do que tentar legitimar tal processo, deveriam os profissionais do direito -incluindo os membros do Ministério Público e os juízes- reagir contra tal forma de composição dos tribunais, que, inegavelmente, compromete a independência do Poder Judiciário. Tentar dar legitimidade a tal processo faz lembrar uma máxima ditatorial: "Aos amigos, tudo; aos inimigos, a lei"."
Ana Lúcia Amaral, procuradora regional da República (São Paulo, SP)

Direito de resposta
"Por que a Folha não oferece uma coluna ou participação periódica na seção "Tendências/Debates" ao sr. Adilson Laranjeira (assessor de imprensa de Paulo Maluf)? É irritante a frequência com que esse defensor de causas perdidas comparece ao "Painel do Leitor", ocupando indevidamente o já reduzido espaço do leitor."
Eduardo de S. Amaral (São Paulo, SP)

Cartões
"Em relação à reportagem "Vigias ajudam bando a clonar cartões em SP" (Cotidiano, pág. C4, 27/8), informamos que: 1 - O Banco do Brasil desconhece e não confirma a cifra de R$ 50 milhões assim como outros valores anunciados na reportagem como "prejuízos" decorrentes do crime noticiado. 2 - Informa também que o núcleo de comunicação do BB, em São Paulo, foi procurado às 18h pela reportagem do jornal "Agora", do Grupo Folha, para consulta sobre o assunto. O núcleo informou que o Banco do Brasil preferia não comentar as declarações e os dados apresentados por terceiros. É prática da assessoria de imprensa responder a todas as ligações recebidas."
Carlos Alberto Barretto de Carvalho, assessor de imprensa do Banco do Brasil (Brasília, DF)

Nota da Redação - Os valores citados na reportagem constam dos inquéritos policiais.

Linguística
"Impossível não cumprimentar Thaís Nicoleti de Camargo pelo primoroso texto "Língua é objeto de investigação científica" (Fovest, pág. Especial 6, 22/8), sobre linguística. Com textos como esse, a imprensa dá valiosa colaboração ao desenvolvimento da cultura linguística do país."
Carlos Alberto Faraco, professor de linguística da Universidade Federal do Paraná (Curitiba, PR)

Preço
"Sinto-me completamente aturdida com o aumento de R$ 0,50 aos domingos no preço da Folha. Custa-me compreender essa mudança. A própria Folha, em inúmeros artigos, tem alertado sobre o crescimento da pobreza -e já li que centenas de milhares de pessoas vivem com menos de US$ 1 por dia. Além disso, se a informação mal atinge as pessoas que possuem melhores condições, como se espera que ela seja democratizada? É inegável a alta qualidade da Folha, por isso mesmo acredito que esteja na hora de quebrar os paradoxos e tornar o jornal acessível a mais camadas sociais deste país."
Amanda Christina Polato (São Paulo, SP)

Pela lucidez
"A resposta aos maus-tratos à natureza às vezes demora um pouco, mas vem. Os organismos vêm adaptando-se e ajustando-se às novas condições ambientais ao longo dos tempos -isso quando as mudanças são gradativas a ponto de permitir os ajustes, pois as mudanças rápidas levam à extinção de muitas espécies. Eu vejo o homem destoando dessa maravilhosa paisagem que é a natureza. Tenho dúvidas de que ele permanecerá. Desejo toda a lucidez para esses homens que ora se reúnem na Rio +10. A ganância não levará a nada. As crianças merecem um mundo cheio de vida e de beleza para que possam enriquecer seus espíritos."
José Cláudio Hofling (Campinas, SP)

Celular
"O governo havia autorizado o uso do telefone celular nos veículos desde que ele estivesse acoplado ao viva-voz ou ao fone de ouvido. O cidadão, para cumprir a legislação, adquiriu os aparelhos. Agora, o viva-voz e o fone devem ser jogados no lixo, pois também estão proibidos. Resta acionar a União para restituir o que foi gasto na aquisição daqueles aparelhos."
Amauri Dias Corrêa (Santos, SP)



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