São Paulo, domingo, 30 de agosto de 2009

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EMÍLIO ODEBRECHT

Empresas globais

UM DOS SINAIS da vitalidade econômica de um país é a existência de grandes transnacionais entre suas principais companhias.
Ao contrário do que pensam alguns poucos, que ainda enxergam tal classificação sob uma ótica distorcida, transnacionais são referências entre as empresas, por agregar valor às economias que as recebem e por contribuir para valorizar a imagem de seus países de origem.
Uma empresa, quando se internacionaliza, mediante a criação de plataformas de produção ou prestação de serviços (e não apenas de escritórios comerciais) em outros países, transfere às nações onde se instala capital produtivo e tecnologia, mas cria para si própria desafios de crescimento e oportunidades de renovação que o lugar onde nasceu já não ofereça.
Ao fazê-lo, a empresa sempre adquire novas capacidades, porque se expõe a ambientes diferentes e, em alguns casos, mais complexos do que aquele ao qual estava acostumada.
Isto é especialmente verdadeiro se tal empresa, vinda de um país ainda em desenvolvimento, busca o mercado de uma nação já desenvolvida onde há consumidores exigentes, concorrentes bem estabelecidos e normas e legislação diversas das que conhece. Tudo isto a fará aprender muito.
Este aprendizado impacta positivamente sua operação "nacional" quanto à formação de pessoas, inovação e qualidade de produtos e serviços. Acrescente-se a isso que, ao investir no exterior, a empresa dilui seus riscos operacionais e cria, pela presença em diversos mercados, redes de proteção a crises localizadas.
O governo brasileiro demonstra concordar com isso ao não inibir -e, em alguns casos, até estimular e apoiar a formação de grandes companhias de capital nacional, capazes de se expandir pelo planeta, principalmente mediante fusões e ganhos contínuos de produtividade.
Não faz sentido o temor de que empresas de porte mundial se transformem em ameaças à livre concorrência ou em fatores de desequilíbrio do mercado. São inúmeros os exemplos de cooperação entre grandes e pequenas empresas, que sobrevivem e crescem juntas, como elos saudáveis de cadeias produtivas.
Somente grandes corporações serão capazes de espalhar pelo mundo o nome do Brasil também como sinônimo de bons produtos e serviços e um país que almeja desempenhar papel relevante no cenário global precisa de empresas campeãs globais.
Pensemos sobre isto com nossas mentes abertas. Nossos empresários e nossos profissionais estão à altura desse desafio e a grandeza do Brasil passa pela grandeza das empresas brasileiras.


EMÍLIO ODEBRECHT escreve aos domingos nesta coluna.


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