São Paulo, domingo, 30 de agosto de 2009

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TENDÊNCIAS/DEBATES

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USP e reconhecimento internacional

SUELY VILELA


Tais características são a base do prestígio que a USP alcança. Refletem-se na evolução comprovada nos principais rankings mundiais

A SOCIEDADE moderna exige ações inovadoras para se sustentar em um mundo globalizado, fortemente competitivo, em que o conhecimento assume papel de alta relevância e a qualidade é o marco da diferenciação das competências.
Universidades plenas, em que atividades de ensino, pesquisa e extensão são indissociáveis e às quais se soma significativa inserção internacional, representam meio sólido de enfrentar os desafios da nova sociedade.
Não raro polêmicos, como a maioria dos processos de avaliação, muitas vezes em razão dos critérios utilizados, os rankings das melhores universidades mundiais são instrumentos que conferem visibilidade internacional às instituições.
A Universidade de São Paulo consolida seu perfil de universidade de classe mundial ao se alinhar às principais características de instituições dessa natureza.
Autonomia, excelência na pesquisa, qualidade do ensino, fértil relacionamento com a sociedade, diversidade e cosmopolitismo somam-se às propriedades que distinguem essas universidades e qualificam esse universo de instituições de significativa visibilidade internacional.
Tais características são a base do prestígio que a USP alcança, em especial nos últimos quatro anos. Refletem-se na evolução comprovada nos principais rankings mundiais.
No Webometrics, Ranking Web of World Universities, a USP subiu 49 posições ao ocupar, em julho deste ano, o 38º lugar. Esse ranking classifica 6.000 instituições no plano mundial e tem como base, além da visibilidade, o desempenho global, incluindo indicadores de pesquisa e de qualidade de estudantes e docentes.
Ranking entre os mais aceitos no cenário mundial é o Higher Education Evaluation & Accreditation Council of Taiwan, que avalia por meio da pesquisa, tendo como critérios produtividade, impacto e excelência na investigação científica.
Por essa classificação, a USP ocupa o 78º lugar, o correspondente à subida de 22 posições em relação a 2008. Ultrapassa, assim, universidades de prestígio e firma-se como primeira da América Latina e primeira brasileira.
Essa evolução reflete a qualidade da pesquisa desenvolvida por docentes e estudantes da universidade e repercute o aumento substantivo (58,1%) da produção científica indexada de 2005 a 2008, registrando-se, nos últimos dois anos, crescimento de 26%.
Reflete, além disso, a qualidade da pós-graduação e sua importância como indicador de visibilidade institucional, tendo-se em vista que ao redor de 90% da pesquisa é desenvolvida por pós-graduandos e orientadores e que a USP é responsável por 28% dos programas de excelência do Brasil.
É preciso destacar que grande parte das publicações da USP se origina de teses de doutorado e que a instituição forma número de doutores maior do que as melhores universidades norte-americanas.
Do ranking Webometrics faz parte o Ranking of World Repositories Top 300 Institutions, que classifica as instituições por meio das bibliotecas digitais de dissertações e teses. A USP ocupa o 57º lugar, um crescimento de 29 posições em relação a 2008.
Além de políticas de valorização da pós-graduação, é significativo o investimento da universidade na integração de pós-doutores em seus 1.814 grupos de pesquisa, que aumentou sete vezes comparativamente a 2005.
Os pós-doutores, pela maior autonomia no desenvolvimento e proposição de projetos, agregam valor à pesquisa, repercutindo na evolução ainda maior da produção científica indexada. É, portanto, imperativo atrair cada vez mais esses talentos.
Temas estratégicos fazem parte da pesquisa que gera conhecimento de ponta na universidade e contribui para o progresso socioeconômico brasileiro. A política de criação de redes temáticas, atualmente implementada, tem o condão de fortalecer esse papel da universidade.
Bioenergia, mudanças climáticas, biotecnologia e doenças negligenciadas fazem parte do rol de temas multidisciplinares dessas redes.
A parceria com outras instituições e a participação nos programas estratégicos estaduais e federais permitem que a capacidade inovadora da instituição se converta em políticas públicas em benefício do país.
Nesses 75 anos de existência, a USP evoluiu no espaço internacional, e o comprometimento de sua comunidade com a excelência permite que alcance melhores posições no cenário mundial da pesquisa e da educação superior.
Há determinação, fôlego e capacidade para essas novas conquistas.


SUELY VILELA é reitora da USP e professora titular da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto.


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