São Paulo, segunda-feira, 30 de setembro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PAINEL DO LEITOR

Bode expiatório
"É fácil maldizer e criticar uma "entidade" como o mercado pela depreciação exagerada do real, mesmo porque essa entidade não existe e, portanto, não vai se defender. Na minha opinião, o ministro da Fazenda, toda a equipe econômica e o próprio presidente da República são os responsáveis por essa bagunça financeira que estamos vivendo. Será que as moedas de países como Austrália, Canadá, China, Índia e Japão estão sofrendo tamanha deterioração? Isso só está acontecendo em países como Brasil, Argentina e mais alguns subdesenvolvidos. Portanto, se a maioria dos países do mundo não sofre essa corrosão na sua moeda, por que só o Brasil e estes outros países apresentam esse mal? Só pode ser culpa de seus dirigentes."
Oswaldo Lazaretti (São Paulo, SP)

Atordoados pelo dólar
"Bastou subir a popularidade nas urnas da esquerda para que o nosso risco-Brasil suplantasse os 2.000 pontos e os investidores batessem em retirada. Com a falta de dólares, a moeda americana disparou, e o governo anda sem rumo e perdido. Nos meses finais que antecedem a sucessão, não há mais nada a fazer senão lamentar uma década perdida."
Carlos Henrique Abrao (São Paulo, SP)

Desculpas para a guerra
"Os arroubos de valentia demonstrados pelo governo dos Estados Unidos em relação ao Iraque são frutos exclusivos da insana decisão americana de tomar para si a responsabilidade de administrar as reservas petrolíferas daquele país. Toda essa conversa mole em relação à situação política do Iraque, que estaria subjugado por uma "cruel ditadura", é uma desculpa esfarrapada para o desencadeamento de atividades bélicas, pois diversas outras ditaduras espalhadas pelo mundo foram toleradas e festejadas pelo governo americano, até porque algumas delas tiveram suas estratégias de tomada de poder financiadas ou apoiadas pelo "grande irmão branco"."
Júlio Ferreira (Recife, PE)

Olho no Voto
O caderno especial Olho no Voto (27 de setembro) classifica a atuação parlamentar do senador Casildo Maldaner, de Santa Catarina, como "média". Entretanto, pelos próprios critérios adotados pela Folha, essa avaliação não condiz com o somatório dos pontos dos diversos quesitos, a saber: membro da mesa (foi 4º secretário na atual legislatura), 15 pontos; comparecimento a 89% das sessões de plenário, 3 pontos; 49 proposições relatadas, 0,49 ponto; 16 projetos apresentados, 0,16 ponto; 9 outras proposições, 0,45 ponto; uso da palavra em plenário em 304 ocasiões, 7,6 pontos. A soma perfaz 26,7 pontos, aos quais se devem acrescentar ainda 2, referentes a pelo menos um projeto convertido em lei: o PRS 68, de 1999, que resultou na RSF 74, do mesmo ano, a qual modifica a RSF 78, de 1988, que disciplina a aprovação, pelo Legislativo, de operações de crédito externo -matéria das mais relevantes dentre as atribuições do Congresso. Isso eleva a pontuação (sempre dentro dos critérios do jornal) a 28,7 pontos. Os mesmos critérios que classificam como "muito atuante" o parlamentar que tenha obtido 25 ou mais pontos. Queira o jornal, pois, efetuar a devida retificação."
José Pedro de Castro Barreto, chefe de gabinete (Brasília, DF)

Nota da Redação - O cálculo do assessor leva em conta pontuação que contraria os critérios do caderno. O conceito final é a média das avaliações anuais durante a legislatura atual.

"Concordo plenamente com a iniciativa da avaliação dos trabalhos parlamentares no Congresso Nacional realizada todo ano pela Folha. Mas discordo dos critérios adotados com base em aprovação de projetos ou participação em comissões sem analisar, a fundo, a importância do mérito das proposições e dos debates. Durante esses quatro anos, apesar de não ter sido aprovado nenhum projeto de minha autoria, defendi a classe trabalhadora com empenho e sou respaldada pelo povo que me elegeu e confia em minha postura ética e transparente com relação ao trato da coisa pública."
Luci Choinacki, deputada federal pelo PT de Santa Catarina (Brasília, DF)

"A Folha está de parabéns. O caderno Olho no Voto é a melhor coisa que se publicou durante esta campanha. Obrigado pelo serviço prestado. O papel da imprensa também é esse.
Luisa Fernanda Patrícia Silveira (Campo Grande, MS)

Empregos em excesso
"Parabéns ao jornalista Gilberto Dimenstein que, na sua coluna de ontem (Cotidiano, pág. C12), retratou bem a distancia entre as promessas dos candidatos à Presidência e a realidade em que vivemos. Acrescento que a cara-de-pau dos mesmos é de doer. Se vierem metade dos empregos prometidos, não haverá mão-de-obra para tamanha oferta. Seria bom se existisse uma lei eleitoral que obrigasse os candidatos a registrar em cartório público suas promessas e que, se depois de 2 anos 50 % das mesmas não houver sido cumpridas, seriam destituídos. Aposto que nenhum candidato falaria tanta sandice."
Fábio S. Moura (São Paulo, SP)

Vacinas
"Sobre o artigo "Presidenciáveis, soros e vacinas" ("Tendências/Debates", pág A3, 29/9), deve-se ressaltar também que os institutos de pesquisa do Estado de São Paulo ficaram muito enfraquecidos após a morte do governador Covas, que tentou iniciar o processo de revitalização daquelas instituições em 1999. Atualmente esses institutos perderam grande parte de seus funcionários, pesquisadores e pessoal de apoio técnico, devido à defasagem salarial de 40% em relação ao mercado. A abertura de concursos para essas carreiras não ocorre desde 1993, aumentando a agonia e a sobrecarga de trabalho dos que restaram, para manter os níveis de produção de vacinas e insumos bio e agrotecnológicos. As importações de equipamentos e insumos interrompidas pela Fapesp, o fechamento do Sardi-Butantan e a falta de bolsas para os alunos de pós-graduação são os temperos recém-acrescidos ao caldo de colapso desses institutos. Assim, não só os candidatos à Presidência, como também os que pleiteiam o cargo de governador, devem ser alertados para os sérios desdobramentos dessa situação."
Marcelo De Franco (São Paulo, SP)

A chance dos éticos
"Venho expressar as minhas congratulações com a Folha por mostrar a realidade dura do nosso país, onde a maioria dos políticos ainda se candidata não para a defesa da população ou do bem comum, mas para usufruir das benesses dos cargos públicos. Como veículo de grande influência no público formador de opinião, este jornal tem trazido à baila todas as mazelas do processo político brasileiro em um grande número de reportagens, contribuindo, assim, para que os chamados candidatos éticos dos diferentes partidos políticos do Brasil tenham uma maior chance de vitória nas eleições que se avizinham."
Paulo Gustavo de Araújo Paiva (Brasília, DF)

Ameaça sob o sol
"Passeando na cidade de São Paulo pela praça Charles Müller, em frente ao estádio do Pacaembu, neste domingo, deparei com dois cães -um da raça pitbull, outro um dobermann- que passeavam livremente entre os transeuntes sem coleira nem focinheira. Já que alguns donos dessas feras não têm um mínimo de consciência de convívio social e respeito ao próximo, está na hora de a polícia agir em benefício do cidadão. Como podemos caminhar livremente nas ruas com mais essa ameaça? Perderemos de vez o direito ao banho de sol, que os presos têm sem serem importunados?"
Célio Angeloni (São Paulo, SP)



Texto Anterior: Rui Pimenta: Quem bate cartão não vota em patrão
Próximo Texto: Erramos
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.